Era diácono da Igreja Romana e morreu
mártir na perseguição de Valeriano, quatro dias depois do papa Sisto II e Seus
companheiros, os quatro diáconos romanos. O seu sepulcro encontra-se junto à
Via Tiburtina, no Campo Verano.
Constantino Magno erigiu uma basílica naquele lugar. O seu culto já se tinha
difundido na Igreja no século IV.
Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermo 304,1-4: PL
38,1395-1397)
(Séc.V)
Serviu o sagrado
Sangue de Cristo
A Igreja Romana
apresenta-nos hoje o dia glorioso de São Lourenço quando ele calcou o furor do
mundo, desprezou sua sedução e num e noutro modo venceu o diabo perseguidor.
Nesta mesma Igreja – ouvistes muitas vezes – Lourenço exercia o ministério de
diácono. Aí servia o sagrado sangue de Cristo; aí, pelo nome de Cristo,
derramou seu sangue. O santo apóstolo João expôs claramente o mistério da ceia
ao dizer: Como Cristo entregou
sua vida por nós, também nós devemos entregar as nossas pelos irmãos (1Jo 3,16). São Lourenço, irmãos,
entendeu isto; entendeu e fez; e da mesmíssima forma como recebeu daquela mesa,
assim a preparou. Amou a Cristo em sua vida, imitou-o em sua morte.
Também nós,
irmãos, se de verdade amamos, imitemos. Não poderíamos produzir melhor fruto de
amor do que o exemplo da imitação; Cristo
sofreu por nós, deixando-nos o exemplo para seguirmos suas pegadas (1Pd 2,21). Nesta frase, parece que o
apóstolo Pedro quer dizer que Cristo sofreu apenas por aqueles que seguem suas
pegadas e que a morte de Cristo não aproveita senão àqueles que caminham em seu
seguimento. Seguiram-no os santos mártires até à efusão do sangue, até à
semelhança da paixão; seguiram-no os mártires, porém não só eles. Depois que
estes passaram, a ponte não foi cortada; ou depois que beberam, a fonte não
secou.
Tem, irmãos, tem
o jardim do Senhor não apenas rosas dos mártires; tem também lírios das
virgens, heras dos casados, violetas das viúvas. Absolutamente ninguém, irmãos,
seja quem for, desespere de sua vocação; por todos morreu Cristo. Com toda a
verdade, dele se escreveu: Que
quer salvos todos os homens, e que cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2,4).
Compreendamos,
portanto, como pode o cristão seguir Cristo além do derramamento de sangue,
além do perigo de morte. O Apóstolo diz, referindo-se ao Cristo Senhor: Tendo a condição divina, não julgou
rapina ser igual a Deus. Que majestade! Mas aniquilou-se, tomando a condição de
escravo, feito semelhante aos homens e reconhecido como homem (Fl 2,7-8). Que humildade!
Cristo
humilhou-se: aí tens, cristão, a que te apegar. Cristo se humilhou: por que te
enches de orgulho? Em seguida, terminada a careira desta humilhação, lançada
por terra a morte, Cristo subiu ao céu; sigamo-lo. Ouçamos o Apóstolo: Se ressuscitastes com Cristo,
descobri o sabor das realidades do alto, onde Cristo está assentado à destra de
Deus (Cl 3,1).
Responsório Sl 17(18),3b
R. São Lourenço exclamava e dizia em voz alta:
Só adoro o meu Deus, só a ele servirei;
* Eu não temo, ó
tirano, as torturas mais cruéis.
V. Sois meu escudo e proteção: Em vós espero,ó Senhor!
* Eu não temo.
Oração
Ó Deus, o vosso diácono Lourenço,
inflamado de amor por vós, brilhou pela fidelidade no vosso serviço e pela
glória do martírio; concedei-nos amar o que ele amou e praticar o que ensinou.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao
Senhor.
R. Graças a Deus.
R. Graças a Deus.



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