
Nascido em Londres, a 7 de fevereiro de 1478 e martirizado na mesma cidade em 6 de julho de 1535, São Thomas Morus é um belíssimo exemplo de resistência católica ao cisma anglicano. Após ter perdido o beneplácito da coroa real inglesa por não aceitar o Ato de supremacia que declarava ser Henrique VIII cabeça da Igreja da Inglaterra, Thomas Morus foi condenado à morte e decapitado; sua cabeça ficou exposta durante um mês na ponte de Londres, sendo recolhida por sua filha Margaret Roper.
Aos treze anos foi trabalhar como mensageiro do arcebispo de Canterbury, que percebendo sua inteligência, o enviou para a Universidade de Oxford e aos vinte e dois anos era Doutor em Direito e professor. Diplomata e escritor, ocupou vários cargos públicos. Entrou para a corte de Henrique VIII, em 1520 e foi o primeiro leigo a exercer o cargo de Chanceler do Reino, de 1529 a 1532. Pensou em ser religioso, vivendo quatro anos num mosteiro cartucho. Depois tentou se tornar frade franciscano, mas não era seu caminho. Decidiu-se então pelo matrimônio e professou na Ordem Terceira de São Francisco ( OFS ). Foi excelente esposo e pai amoroso de quatro filhos.
Morus foi convocado a reconhecer Henrique VIII como chefe da Igreja da Inglaterra, em 17 de abril de 1534. Recusando-se, foi preso na Torre de Londres, sendo condenado à morte. Nem no cárcere, nem na hora da execução, perdeu a serenidade e o bom humor. Antes da execução disse: “Sedes minhas testemunhas de que eu morro na fé e pela fé da Igreja de Roma e morro fiel servidor de Deus e do rei, mas primeiro de Deus. Rogai a Deus a fim de que ilumine o rei e o aconselhe”.
Deixou vários escritos de profunda espiritualidade e de defesa do magistério da Igreja. Devido à sua retidão e exemplo de vida cristã, foi reconhecido como mártir. É precisamente pela defesa dos direitos da consciência, que brilha, com luz mais intensa, o exemplo de Thomas Morus: “ o homem é criatura de Deus, e por isso os direitos humanos têm a sua origem n’Ele, baseiam-se no desígnio da criação e entram no plano da Redenção. Poder-se-ia dizer, com uma expressão audaz, que os direitos do homem são também direitos de Deus”.
Considerado um dos grandes humanistas do Renascimento, foi canonizado pelo Papa Pio XI, em 9 de maio de 1935 e sua festa litúrgica é a 22 de junho. João Paulo II, em 2000, declarou São Thomas Morus, padroeiro dos políticos.
São Thomas Morus, rogai por nós.
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