Neto do santo rei e mártir Edgar, Eduardo nasceu na Inglaterra, no início do segundo milênio. Quando da invasão armada de dinamarqueses, seus pais, fugindo da Inglaterra, refugiaram-se na Normandia, ao norte da França, em castelos de parentes.
Sendo ele ainda criança, foi educado na casa de um tio, recebendo formação moral e religiosa profundamente cristã. Rodeado pelos atrativos de uma corte, conservou-se puro, alheio às vaidades e prazeres mundanos. Possuía uma seriedade pouco comum a um jovem, de poucas palavras, destacando-se nele a caridade e mansidão. Suportava o exílio com paciência e resignação, negando-se a seguir os conselhos dos fidalgos para reconquistar o Reino pelas armas: “Não desejo obter um reino à custa de sangue humano”.
Com a expulsão dos dinamarqueses findaram as lutas partidárias, e Eduardo chamado de volta foi solenemente coroado rei. Era o ano 1042, estava ele com quarenta anos de idade e, reinou por vinte e dois anos.
Desde o início esforçou-se por restabelecer as sábias leis do santo avô, de inspiração cristã, que haviam sido substituídas por outras semipagãs pelos dinamarqueses. Estas leis passaram à história com o nome de “Leis de Santo Eduardo”.
Um dos primeiros cuidados do rei foi criar um clima de compreensão, respeito, ordem e disciplina, dando incremento particular às estruturas religiosas, porque dizia ele: “O melhor meio para tornar uma nação feliz é dar-lhe um embasamento moral no santo temor de Deus”.
Dava aos súditos exemplo de retidão moral, integridade de costumes, prudência e bondade; queria ser pai de todos,mais do que rei, porém, dispensava especial amor e predileção pelos pobres.
Como era necessário que o rei se casasse para garantir a sucessão ao trono, embora tivesse feito há muito tempo voto de perpétua castidade, para satisfazer a vontade dos representantes da nação casou-se com Edith, filha do conde Godwin. Sua vivência conjugal de vinte anos não lhe deu herdeiro, dizendo a tradição que eles viveram em união virginal.
Os historiadores narram diversos milagres por intermédio do rei Eduardo, como o de um câncer cuja cura ocorreu pelo sinal-da-cruz feito sobre o enfermo e, o de um pobre paralítico que encontrando deitado no chão, no inverno rigoroso, levou-o aos ombros até a igreja próxima e curou-o do mal.
Adoecendo gravemente, foi-lhe revelado por São João Evangelista, seu protetor, que sua morte estava próxima. Recebeu os santos sacramentos com grande devoção, consolou sua amada esposa, deixou bons conselhos quanto à administração do reino e, recolhido em oração preparou-se para sua hora.
Morreu a 5 de janeiro de 1066, com 64 anos de idade e foi logo venerado pelo povo inglês. Seu culto foi oficializado pelo Papa Alexandre III.
Sua festa é comemorada em 13 de outubro, data da solene transladação de suas relíquias para a igreja de Santo Tomás em Canterbury.
Santo Eduardo, o Confessor,detalhe de uma miniatura da Crónica de Peter Langtoft, séc. XIV;British Library (Royal Ms. 20 A ii)
0 comentários:
Postar um comentário