SANTA ADELAIDE, RAINHA, MÃE, VIÚVA, FUNDADORA, 16 DE DEZEMBRO

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Narrada por Santo Odilo, abade de Cluny, que conviveu com ela, a vida de Santa Adelaide emociona pelos sofrimentos que passou. De rainha tornou-se prisioneira, sofreu maus tratos e passou por diversas privações, para depois, finalmente assumir um império. Tudo isso dentro da honestidade, vivendo uma existência piedosa, de muita humildade e extrema caridade para com os pobres e doentes. 


Nascida em 913, Adelaide era uma princesa, filha do rei da Borgonha, atual França casado com uma princesa da Suécia. Ficou órfã de pai, aos seis anos. A corte acertou seu matrimônio com o rei Lotário, da Itália, do qual enviuvou três anos depois. Ele morreu defendendo o trono, que acabou usurpado pelo inimigo vizinho, rei Berenjário. Então, a rainha Adelaide foi mandada para a prisão. Contudo ajudada por amigos leais, conseguiu a liberdade. Viajou para a Alemanha para pedir o apoio do imperador Oton. Esse, além de lhe devolver a corte, casou-se com ela. Assim, tornou-se a imperatriz Adelaide, caridosa, piedosa e amada pelos súditos. 



Durante anos tudo era felicidade, mas o infortúnio atingiu-a novamente. O imperador morreu e Adelaide viu-se outra vez viúva. Assumiu seu filho Oton II, que aceitava seus conselhos, governando com ponderação. Os problemas reiniciaram quando ele se casou com a princesa grega, Teofânia. Como não gostava da influência da sogra sobre o marido, conseguiu faze-lo brigar com a mãe, por causa dos gastos com suas obras de caridade e as doações que fazia aos conventos e igrejas. Por isso exigiu que Adelaide deixasse o reino. 



Escorraçada, procurou abrigo em Roma, junto ao Papa. Depois passou um período na França, na corte de seu irmão, rei da Borgonha. Mas a dor da ingratidão filial a perseguia. Via também que ele reinava com injustiça, dentro do luxo, da discórdia e da leviandade, devido a má influência de Teofânia. Nessa época foi seu diretor espiritual o abade Odilo, de Cluny. Ao mesmo tempo o abade passou a orientar Oton II. Após dois anos de separação, arrependido, convidou a mãe a visitá-lo e pediu seu perdão. Adelaide se reconciliou com filho e a paz voltou ao reino. Entretanto o imperador morreria logo depois. 



Como o neto de Adelaide, Oton III, não tinha idade para assumir o trono, a mãe o fez. E novamente a vida de Adelaide parecia se encaminhar para o martírio. Teofânia, agora regente, pretendia matar a sogra. Só não morreu, porque Teofânia foi assassinada antes, quatro semanas depois de assumir o governo. Adelaide se tornou a imperatriz regente da Alemanha, por direito e de fato. Administrou com justiça, solidariedade e piedade. Trouxe para a corte as duas filhas de sua maior inimiga e as educou com carinho e proteção. O seu reinado foi de obrigações políticas e religiosas muito equilibradas, distribuindo felicidade e prosperidade para o povo e paz para toda a nação. 



Nos últimos anos de vida Adelaide foi para o convento beneditino de Selz, na Alsácia, que ela fundara, em Strasburgo. Morreu ali com oitenta e seis anos de idade, no dia 16 de dezembro de 999.

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