SÃO CROMÁCIO DE AQUILEIA, BISPO, SEC. IV, -2 DE DEZEMBRO

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Neste dia 2 de dezembro a Igreja  venera São Cromácio, Bispo de Aquiléia (Itália). Esta cidade da Europa, por um tempo foi muito importante para o Império Romano que a tinha como centro político e, principalmente para o Cristianismo, que lá penetrou no primeiro século, tornando-se um grande centro cultural cristão, terceira em importância na Itália, depois de Roma e Milão, chamada por São Jerônimo a "Comunidade de santos".


Neste contexto, no século IV, aparece Cromácio, pertencente ao Clero de Aquiléia e ajudante fiel do Bispo Valeriano, colaborando na organização da diocese e na luta contra o Arianismo.
Nascido em Aquiléia no ano 345, sua casa era centro de atividade espiritual, de estudo, oração e encontro de amigos sacerdotes e leigos, dispostos a cresceram para Deus. Quando Valeriano morreu, em 388, o povo e o clero não hesitaram em aclamar Cromácio para Bispo de Aquiléia, com o apoio de Santo Ambrósio, bispo de Milão. 

Como Bispo, foi santo e sábio pastor, culto, enérgico na defesa da doutrina e incansável na evangelização dos povos. Destacou-se como pregador e escritor, deixando numerosos escritos valiosos, grande parte perdida ao longo do tempo, conservando-se porém longos comentários sobre o Evangelho de São Mateus. Também cooperou para que São Jerônimo e Rufino trabalhassem cada um na sua tradução das Sagradas Escrituras. 
São Cromácio faleceu em sua cidade, Aquiléia, no ano de 408, local que jamais esqueceu deste santo Bispo. 


Breve comentário de São Cromácio de Aquileia, bispo
Sermão 39; CCL 9A, 169-170


«É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo» (Jo 1, 17)

É bom que a nova lei seja proclamada numa montanha, uma vez que a lei de Moisés nos foi dada numa montanha. Uma é composta de dez mandamentos, destinados a formar os homens, tendo em vista a sua conduta na vida presente; a outra consiste de oito bem-aventuranças, porque conduz aqueles que a seguem até à vida eterna e à pátria celeste.
«Felizes os mansos, porque possuirão a terra». Portanto, é necessário ser manso, pacífico na alma e sincero de coração. O Senhor mostra claramente que o mérito dos que o são não é pequeno, quando diz: «Possuirão a terra». Trata-se, sem dúvida nenhuma, desta terra da qual está escrito: «Creio, firmemente, vir a contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos» [Sl 27 (26), 13]. A herança dessa terra é a imortalidade do corpo e a glória da ressurreição eterna. Porque a mansidão ignora o orgulho, não conhece a jactância, desconhece a ambição. Além disso, não é sem razão que, noutra ocasião, o Senhor exorta os Seus discípulos dizendo: «Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito» (Mt 11, 29).
«Felizes os que choram, porque serão consolados.» Não os que choram a perda do que lhes é querido, mas os que choram os seus pecados, se lavam das suas faltas com lágrimas e, certamente, aqueles que choram a iniquidade deste mundo, ou deploram as faltas dos outros.

São Cromácio, rogai por nós.

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