SÃO DOMINGOS DE SILOS, ABADE - 20 DE DEZEMBRO

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

É historicamente reconhecida a influência das ordens religiosas na formação da sociedade européia na Idade Média. Numa época onde a força era a suprema lei e o valor militar de um homem se sobrepunha a todos os outros, os monastérios eram verdadeiros oásis de paz e os monges os guardiões da cultura, do direito e da liberdade. Talvez o maior defensor dos valores monásticos tenha sido o religioso Domingos de Silos, que valorizava nos mosteiros o ensino não só da agricultura como dos demais ofícios e artes. 



Domingos nasceu no ano 1000, em Navarra, Espanha, no seio de uma família pobre e cristã. Quando menino foi pastor de ovelhas, e já se mostrava bondoso ao extremo, oferecendo leite de ovelha para alimentar os caminhantes pobres. Ao mesmo tempo gostava muito de estudar, motivo que levou seus pais a entrega-lo ao padre da paróquia onde moravam. Ele criara uma escola ao lado da igreja. 

Saiu-se tão bem, que o padre quis ordená-lo sacerdote. Antes disso, Domingos resolveu experimentar a vida de eremita para depois, enfim, entrar num convento beneditino. Ali descobriu sua verdadeira vocação, pois logo se tornou exemplo para os demais monges. Quando completou trinta anos, foi encarregado de restaurar e reabrir o mosteiro de Santa Maria há muito tempo fechado. Para isso tornou-se esmoleiro, trabalhou como operário, fez de tudo um pouco para conseguir recursos e poder receber os candidatos à vida monástica. A surpresa veio, quando entre eles estava seu próprio pai, além de alguns parentes. 

Terminada essa obra foi convidado a ser o abade do mosteiro de São Willian de la Cogola. Foi perseguido, porém, pelo príncipe de Navarra, que tinha a intenção de se apossar dos bens do convento. Assim, teve de se refugiar em Castela. Ali recebeu com prazer a missão de reavivar o mosteiro de São Sebastião de Silos, em Burgos, quase desabitado e em decadência total. Domingos foi abade do mosteiro por mais de trinta anos, sendo considerado seu novo fundador. Imprimiu espírito novo, atividade intensa e fecunda, tornando-o um centro de cultura e cenáculo de evangelização. 

Ao final da vida, era chamado de "apóstolo de Castela". Previu a data da própria morte que ocorreu a 20 de dezembro de 1073. Após longos anos de boas obras, Domingos sentiu aproximar-se o momento da recompensa, sendo mesmo avisado pela Santíssima Virgem Maria: “Eu passei a noite inteira com a Rainha dos Anjos, disse ele um dia a seus confrades religiosos; Ela me convidou a estar ao lado dela dentro de três dias; então, logo irei ao festim celeste ao qual Ela me convidou.” De fato, ele caiu doente por três dias; seus irmãos viram sua alma subir gloriosa aos Céus. 
O abade de Silos faleceu a 20 de dezembro de 1073, entre os seus numerosos filhos espirituais e assistido pelo Bispo de Burgos. Foi sepultado no claustro.


São Domingos amado pelo povo e respeitado por reis e rainhas, operou em vida e também depois da morte muitos milagres, os quais provaram com clareza o quanto se encontra no Céu tão íntimo, quanto buscava ser aqui na terra. Em 1076, o Bispo de Burgos transferiu o corpo de São Domingos para a igreja de São Sebastião. E a abadia foi perdendo pouco a pouco o nome de São Sebastião para adotar o de  São Domingos 
Festejado nesse dia pela Igreja como Santo Domingos de Silos, a sua popularidade é muito vasta. Depois de sua morte, o nome do Abade foi impresso na História da Espanha, ao lado de "el Cid Campeador" o libertador do povo espanhol dos invasores infiéis.

Narram as legendas de São Domingos de Gusmão, o Dominicano, nascido em 1170, que sua mãe, Joana de Aza, preocupada com um sonho estranho ocorrido antes de engravidar, percorreu a distância de 19 km para ir rezar diante do túmulo do abade que tinha morrido com fama de santo, em busca de um esclarecimento e foi-lhe desvendado o sonho: prefigurava o filho que ia ter, o qual seria um grande pregador e com sua pregação levaria o fogo de Cristo a toda gente.

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