SÃO JOÃO EVANGELISTA, APÓSTOLO E EVANGELISTA - 27 DE DEZEMBRO

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Foi João que na ceia repousou sobre o peito do Senhor: feliz o apóstolo a quem foram revelados os segre dos do Reino, e que espalhou por toda a terra as palavras da vida.

João foi o único apóstolo que assistiu Jesus ao pé da Cruz e mereceu receber suas últimas palavras. Ele próprio conta: "Vendo Jesus sua mãe, Maria, e perto dela o discípulo que amava, disse à mãe: 'Mulher, eis o teu filho!' Depois, disse ao discípulo: 'Eis a tua Mãe!' E, a partir desta hora, 
o discípulo João a recebeu em sua casa" (Jo 19,27).

João era filho de Zebedeu, rico pescador de Betsaida (Mc 1,20; Mt 4, 18-22; Jo 1,44),  e de Salomé, uma das mulheres que se puseram a serviço de Jesus e seus apóstolos. Era discípulo de João Batista e foi encaminhado a Jesus por seu mestre. Foi um dos mais ativos membros do grupo, um daqueles a quem o Senhor confiou maior número de encargos e os mais íntimos segredos. Foi o primeiro que com santo André se encontrou com Jesus à beira do Jordão, sendo convidados a seguí-lo e, aparece na lista dos apóstolos, sempre, com seu irmão Tiago, imediatamente depois de Pedro e André.
Forma com Pedro e Tiago, a tríade privilegiada que está junto de Jesus na Transfiguração do Tabor, na ressurreição da filha de Jairo e na agonia do Getsêmani.

De temperamento impulsivo, foi ele com seu irmão Tiago que quando atravessavam a região dos samaritanos e estes não os quiseram receber, fizeram a Jesus a proposta de mandar fogo do céu, ao que Jesus respondeu: "O Filho do homem veio para salvar os homens e não para perdê-los". A partir daí foram apelidados de "Boanerges", que quer dizer: "Filhos do Trovão".
Mas, de impulsivo, ciumento e vingativo, torna-se o apóstolo do amor, deixando-nos as mais lindas expressões e recomendações sobre o amor e a maravilhosa definição "Deus é amor", dizendo dele próprio:
o "discípulo que Jesus amava".

Depois de Pentecostes, João trabalhou para a consolidação das comunidades primitivas na Judéia. Com a dispersão dos apóstolos, ele dedicou-se a fundar e firmar as igrejas na Ásia Menor.
Tomou parte no Concílio de Jerusalém (Gl 2,9) e no termo de uma longa vida apostólica, foi exilado na ilha de Patmos, ao tempo de Domiciano.

O zelo pastoral levou-o a escrever nos seus últimos anos de vida o Apocalipse,  para confortar os cristãos durante a perseguição de Domiciano; nele descreve o poder do Cordeiro sacrificado, as grandes tribulações dos fiéis, o castigo dos perseguidores e o triunfo final da Igreja. Em Éfeso escreveu o quarto evangelho e três epístolas. João colocou no centro de seu Evangelho a manifestação de Deus ao mundo na pessoa do Cristo: Jesus é filho de Deus e se apresenta como tal mediante múltiplas manifestações concretas, que João dá o nome de "testemunho" ou de "missão", numa série de "sinais da "glória" de Deus, os quais se perpetuam na vida da Igreja e nos sacramentos da presença do Senhor. As epístolas prolongam o ensinamento de seu Evangelho, mostrando que Deus é "Amor e Luz".

Conta-se que já idoso, ao ser levado por seus discípulos à igreja, só repetia: "Meus filhinhos  amai-vos uns aos outros, pois no amor está incluída toda a Lei de Deus".
É provável que tenha morrido em Éfeso, no tempo do Imperador Trajano (98-117).

ORAÇÃO
Ó Deus, que pelo apóstolo são João nos revelastes os mistérios do vosso Filho, tornai-nos capazes de conhecer a amar o que ele nos ensinou de modo incomparável. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


Para meditar com o Ofício das Leituras

Dos Tratados sobre a Primeira Carta de São João, de Santo Agostinho, bispo
(Tract. 1,1.3: PL 35, 1978.1980)
(Séc. V)

A vida se manifestou em nossa carne


O que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida (1Jo 1,1). Quem poderia tocar a Palavra com suas mãos, a não ser porque a Palavra se fez carne e habitou entre nós? (Jo 1,14).


A Palavra que se fez carne para ser tocada com as mãos, começou a ser carne no seio da Virgem Maria; mas não foi então que a Palavra começou a existir porque, diz João, ela era desde o princípio. Vede como sua Carta é confirmada pelas palavras do seu Evangelho, que acabais de escutar: No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus (Jo 1,1).


Alguns talvez julguem que a expressão Palavra da Vida designe de modo geral a Cristo e não o próprio Corpo de Cristo que foi tocado pelas mãos. Reparai no que vem em seguida: E a Vida manifestou-se (1Jo 1,2). Por conseguinte, Cristo é a Palavra da Vida.


E como se manifestou esta Vida? Ela existia desde o início, mas não tinha se manifestado aos homens; manifestara-se aos anjos que a contemplavam e se alimentavam dela como de seu pão. E o que diz a Escritura? O homem se nutriu do pão dos anjos (Sl 77,25).


Portanto, a Vida se manifestou na carne, para que, nesta manifestação, aquilo que só o coração podia ver, fosse visto também com os olhos, e desta forma curasse os corações. De fato, o Verbo só pode ser visto com o coração, ao passo que a carne pode ser vista também com os olhos corporais. Éramos capazes de ver a carne, mas não éramos capazes de ver a Palavra. Por isso, a Palavra se fez carne que nós podemos ver, para curar em nós o que nos torna capazes de vê-la.

E somos testemunhas, diz João, e vos anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós (1Jo 1,2), isto é, que se manifestou entre nós ou, falando mais claramente, nos foi manifestada.

Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos (1Jo 1,3). Prestai atenção: Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos. Eles viram o próprio Senhor presente na carne, ouviram da boca do Senhor suas palavras e no-las anunciaram. E nós ouvimos certamente, mas não vimos.

Somos, por isso, menos felizes do que eles que viram e ouviram? Por que então acrescenta: Para que estejais em comunhão conosco? (1Jo 1,3). Eles viram, nós não vimos e, contudo, estamos em comunhão com eles porque temos uma fé comum.

E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Nós vos escrevemos estas coisas, diz João, para que a vossa alegria fique completa (1Jo 1,4). Essa alegria completa encontra-se na mesma comunhão, na mesma caridade, na mesma unidade.

Responsório

R. João, na última Ceia

reclinou sua cabeça sobre o peito do Senhor.
* Quão feliz é este Apóstolo,
a quem foram revelados os misrios celestiais!
V. Bebeu da própria fonte do lado do Senhor
as torrentes do Evangelho. * Quão feliz.

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