SÃO BERNARDO DE CORLEONE, RELIGIOSO, DA ORDEM I , IRMÃO CAPUCHINHO, MÍSTICO E INCORRUPTO - 12 DE JANEIRO

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Felipe era o nome desse santo capuchinho, que nasceu em Corleone, na Sicília, a 6 de fevereiro de 1605. Sua família era tão piedosa que sua casa era conhecida como a “casa dos santos”. Embora não pudessem dar aos filhos uma educação esmerada, criaram-nos dentro dos ensinamentos da Religião. Com o pai, humilde artesão, Felipe aprendeu a profissão de sapateiro, mas, independente e ambicioso, logo começou a trabalhar por conta própria.



Era de temperamento violento, mundano, dificilmente controlando seu espírito rebelde, insensível a ameaças e castigos, logo extraviando-se no caminho da 
turbulência. De estatura e aparência corpulenta, era temido por todos e sobretudo gostava de armas. Bem depressa abraçou a carreira militar, mais pela ambição de mandar do que por amor à disciplina.


Um dia,  Felipe e um seu companheiro, desentenderam-se, passando das palavras aos fatos. Os dois travaram um breve duelo a espada. Ferido de morte o adversário, Felipe pôs-se em fuga, deixando-o ali estendido. Refugiou-se numa igreja, recorrendo, assim, ao chamado "direito de asilo", e escapando à justiça dos homens. Entretanto não conseguiu subtrair-se à acusação da sua consciência.


Na solidão e reflexão, pensou longamente no seu crime e em toda a sua vida errada, inútil e sem sentido, odiada pelas pessoas e prejudicial para a salvação da sua alma, o dom mais precioso que o homem tem. Arrependeu-se por isso, pediu o perdão do Senhor e o perdão dos homens e entregou-se a áspera penitência.


Para reparar o seu passado, como sinal de penitência, deixou Corleone, que a partir daquele momento, lhe trazia à memória rastos e cenas de sangue, decidido a abraçar a vida religiosa; no dia 13 de dezembro de 1631 vestiu o hábito franciscano dos Capuchinhos, no convento de Caltanisseta, no coração da Sicília, como simples irmão, e assim permaneceu por toda a sua vida. Tinha então 27 anos de idade. Chamava-se agora Bernardo de Corleone.

 A partir de então, um verdadeiro homem novo surgiu no convento de Caltanissetta, um homem resolvido a alcançar uma perfeição sempre maior, com humildade, obediência, austeridade. Dormia no chão da sua cela, apenas três horas por noite e vivia a pão e água, observando de tal modo a santa pobreza que muitos o comparavam ao Poverello de Assis: somente possuía um hábito gasto, um terço, uma cruz e uma disciplina para domar os impulsos desregrados de seu temperamento. Apesar de simples e sem cultura atingiu a mais elevada contemplação, conheceu os mais profundos mistérios de nossa fé,  e mereceu a honra de ser distinguido por graças especiais de Nosso Senhor e da Bem-aventurada Virgem Maria; lia no interior das consciências, curou muitos doentes, distribuiu consolação e conselhos, intercedeu com orações que atraíram incontáveis graças. 


A oração assídua, a caridade prodigiosa, a devoção filial à Virgem Imaculada, foram o segredo da sua santidade. Tinha uma terna devoção à Paixão de Cristo e profundo amor à Eucaristia, comungando diariamente. Viveu o Evangelho integralmente, praticando o primeiro Mandamento em grau heróico. Todos os dias da sua vida foram uma subida constante para Deus e apostolado para levar as almas para o Senhor.

A 12 de Janeiro de 1667, estando em Castelnovo, junto a Palermo, com outros cinco religiosos capuchinhos em socorro aos atingidos pela peste, sua natureza antes robusta, agora gasta por penitências e privações, não resistiu e Bernardo foi ao encontro do Senhor. Purificado por uma constante penitência de expiação, sublimado na mais fervorosa das orações, cheio de alegria, trocou a terra pelo céu. Tinha 62 anos de idade.


Muitos milagres ocorreram junto a seu túmulo. Seu corpo exumado sete meses depois de sua morte, foi encontrado incorrupto. O Papa Clemente XIII beatificou-o em maio de 1768 e João Paulo II canonizou-o em 2001.

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