APRESENTAÇÃO DO SENHOR - 2 DE FEVEREIRO

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

 Quarenta dias passados do Natal do Senhor, hoje é o dia em que Ele foi apresentado no Templo por Maria e José, conforme a lei do Antigo Testamento.  Na realidade este gesto expressa sua entrega total a Deus e se repete a cada Eucaristia.  Na fragilidade da criança recém-nascida, Deus revela seu projeto de salvação:  Ela será luz para as nações e sinal da glória celeste.  
Impulsionados pelo Espírito Santo e illuminados pelo mesmo Espírito, o velho Simeão e a profetisa Ana foram também ao templo e, reconheceram naquela criança o seu Senhor e o anunciaram com júbilo. 
Simeão vê realizado o seu grande desejo. Finalmente pôde contemplar o Messias esperado. Cheio de alegria, toma o menino Jesus nos braços e eleva a Deus um canto de louvor e de agradecimento.  Esse menino traz "a salvação" e "a luz" a todos os povos.  

Hoje, dia da Apresentação do Senhor no Templo, recordemos que nossa vida também foi apresentada a Deus.  Sintamos a verdadeira alegria de pertencer à família escolhida pelo Senhor e agradeçamos a Deus por nos ter presenteado com a fé.  Esse tesouro que levamos em vasos de barro deve ser motivo de louvor e estímulo para nosso encontro diário com o Salvador.

ORAÇÃO
Deus eterno e todo-poderoso, ouvi as nossas súplicas.  Assim como o vosso Filho único, revestido da nossa humanidade, foi hoje apresentado no templo, fazei que nos apresentemos diante de vós com os corações purificados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


Meditemos com a leitura da bela página que o Ofício tem para esta festa:


Dos Sermões de São Sofrônio, bispo


(Orat. 3, de Hypapante,6.7: PG87,3,3291-3293)
 (Séc.VII)
 Recebamos a luz clara e eterna
Todos nós que celebramos e veneramos com tanta piedade o mistério do encontro do Senhor, corramos para ele cheios de entusiasmo. Ninguém deixe de participar deste
encontro, ninguém recuse levar sua luz.

Acrescentamos também algo ao brilho das velas, para significar o esplendor divino daquele que se aproxima e ilumina todas as coisas; ele dissipa as trevas do mal com a
sua luz eterna, e também manifesta o esplendor da alma, com o qual devemos correr ao encontro com Cristo.

Do mesmo modo que a Mãe de Deus e Virgem imaculada trouxe nos braços a verdadeira luz e a comunicou aos que jaziam nas trevas, assim também nós: iluminados pelo seu fulgor e trazendo na mão uma luz que brilha diante de todos, corramos pressurosos ao encontro daquele que é a verdadeira luz.

Realmente, a luz veio ao mundo (cf. Jo 1,9) e dispersou as sombras que o cobriam; o sol que nasce do alto nos visitou (cf. Lc 1,78) e iluminou os que jaziam nas trevas. É este o
significado do mistério que hoje celebramos. Por isso caminhamos com lâmpadas nas mãos, por isso acorremos trazendo as luzes, não apenas simbolizando que a luz já
brilhou para nós, mas também para anunciar o esplendor maior que dela nos virá no futuro. Por este motivo, vamos todos juntos, corramos ao encontro de Deus.

Chegou a verdadeira luz, que vindo ao mundo ilumina todo ser humano (Jo 1,9). Portanto, irmãos, deixemos que ela nos ilumine, que ela brilhe sobre todos nós.

Que ninguém fique excluído deste esplendor, ninguém insista em continuar mergulhado na noite. Mas avancemos todos resplandecentes; iluminados por este fulgor, vamos
todos ao seu encontro e com o velho Simeão recebamos a luz clara e eterna. Associemo-nos à sua alegria e cantemos com ele um hino de ação de graças ao Criador e Pai da luz,
que enviou a luz verdadeira e, afastando todas as trevas, nos fez participantes do seu esplendor.

A salvação de Deus, preparada diante de todos os povos, manifestou a glória que nos pertence, a nós que somos o novo Israel. Também fez com que víssemos, graças a ele,
essa salvação e fôssemos absolvidos da antiga e tenebrosa culpa. Assim aconteceu com Simeão que, depois de ver a Cristo, foi libertado dos laços da vida presente.

Também nós, abraçando pela fé a Cristo Jesus que nasceu em Belém, de pagãos que éramos, nos tornamos povo de Deus – Jesus é, com efeito, a salvação de Deus Pai – e
vemos com nossos próprios olhos o Deus feito homem. E porque vimos a presença de Deus e a recebemos, por assim dizer,nos braços do nosso espírito, somos chamados de
novo Israel. Todos os anos celebramos novamente esta festa, para nunca nos esquecermos daquele que 
um dia há de voltar.

Responsório Ez 43,5; cf Lc 2,22
 R. A glória do Senhor entrou no santuário
pela porta oriental,
E o templo ficou cheio da glória do Senhor.
V. José e Maria levaram ao templo o Menino Jesus.
* E o templo.

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