Nasceu na Suíça em 21 de março de 1417. Faleceu no mesmo dia, setenta anos depois. Cresceu ajudando os pais no trabalho do campo. Não teve especial cultura religiosa, mas possuía profunda piedade e inclinação para a vida monástica. Por influência dos pais, casou-se com Dorotéia, moça muito religiosa e virtuosa, com quem teve dez filhos que foram educados na santa fé, chegando a ter vários sacerdotes em sua numerosa descendência. Foi soldado e até oficial em diversas guerras, sempre com comportamento moral exemplar, mas nunca aceitou os cargos públicos que em virtude de sua retidão moral lhe eram oferecidos.
Querendo viver uma vida espiritual mais intensa, foi instruído por um santo sacerdote nos princípios de ascética. Aos 37 anos, de comum acordo com a esposa, separou-se de todos e buscou um lugar solitário para se dedicar a Deus. Construiu uma cabana humilde e uma capelinha, num lugar ermo e abandonado, não muito longe de sua casa, e aí durante 33 anos viveu na solidão, entregue à oração, penitências e jejuns. Tinha por cama uma tábua e uma pedra por travesseiro, alimentava-se de frutas e ervas silvestres. Ia à missa em Sachslen nos domingos e dias santos, e mesmo no gelo e frio intenso, ia descalço. Por mais de vinte anos só se alimentou da sagrada comunhão, fato que mereceu a atenção das autoridades civil e eclesiástica, que o observaram rigorosamente.
Tornou-se conselheiro espiritual muito procurado, mesmo pelas pessoas da alta sociedade, e obteve a conversão de muitos pecadores. Era amável, hospitaleiro, sempre disponível. Recebia a todos com bondade e era prudente nos seus conselhos.
Foi reconhecido oficialmente por católicos e protestantes, como o grande pacificador e pai da pátria.
Exerceu benéfica influência nos assuntos sociais e políticos da Confederação Suíça, que devido a guerras extenuantes que deixaram profundas crises internas, sofria sérias ameaças de guerra civil. Aceito como árbitro, desempenhou papel decisivo na reconciliação dos ânimos exasperados, conseguindo a unificação dos partidos na famosa Dieta de Stans em 1481. Seu nome se tornou símbolo de paz, concórdia e fidelidade à pátria.Católicos e protestantes sempre se inspiram nos princípios sociais e políticos deste santo eremita, inimigo da guerra, do recurso à violência, das ambições de conquista ou de alianças comprometedoras com outros países. Por isso a Suíça é a nação que, há séculos, se conservou em paz, numa atitude neutra no meio de tantos conflitos armados dos povos vizinhos.
São Nicolau morreu santamente, consumido pelas penitências. Foi sepultado na igreja se Sachslen, venerado como herói da Igreja e da pátria.
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