A energia empregada pelo papa Francisco na sua primeira viagem fora da Itália será suficiente para dar à Igreja Católica uma lufada de juventude do qual ela decisivamente precisava depois de oito anos de um pontificado crepuscular, repleto de escândalos de todos os tipos? A mensagem quase obsessiva por uma Igreja "pobre para os pobres", repetido várias vezes pelo papa argentino desde a sua eleição em março, parece fazer esquecer os inúmeros escândalos de pedofilia, as discutíveis "mãos estendidas" aos integralistas cismáticos ou as traições no coração do Vaticano.
A insistência de se ater os valores evangélicos trazidos pelo humanismo cristão, unida a um real carisma na relação com as multidões só pode reconciliar com a "sua" Igreja os católicos que foram mais perturbados pelo pontificado anterior. Outros, cansados depois de anos de linha moralista da instituição sobre a ética sexual dos fiéis, certamente se alegrarão com a discrição do novo papa sobre esses temas. Mais em geral, um líder espiritual que dedica o essencial dos seus discursos para pedir uma atenção aos mais fracos, "crianças, idosos, doentes, imigrantes, desempregados", está pouco sujeito a críticas.
Mas ele mesmo recorda: mesmo se quiser ser sobretudo fiel ao "evangelho", o Papa Francisco também é o depositário de todo o "magistério" e do conjunto da "doutrina" da Igreja. Portanto, é nesse quadro imutável que o papa com mais de 70 anos, com o seu dinamismo, as suas risadas e a sua aparente coerência entre a sua mensagem de simplicidade e de humildade, e o seu modo de ser papa, se esforça há algumas semanas para mudar a imagem contida e distante dada pelo Vaticano nesses últimos anos. Alguns vão dizer que se trata apenas de imagem, mas o papa, justamente, simboliza em todo o mundo o rosto da Igreja Católica.
No entanto, esse novo rosto, assim como o entusiasmo da juventude católica alegre e colorida que afluiu em massa ao Rio de Janeiro nesses últimos dias não deve esconder a fragilidade da Igreja no mundo. Confrontada com uma diversidade religiosa nunca conhecida antes, atingida por uma recusa de crer manifestada por cada vez mais pessoas em todo o mundo, a Igreja também tem fraquezas em seu interior. O próprio papa as lembrou no Brasil, deplorando uma Igreja "muito distante dos necessitados, muito autorreferencial, muito prisioneira de linguagens rígidas", enfraquecida pelas "incoerências" de alguns dos seus ministros e mal servida por estruturas inadequadas. Forçada a uma "nova evangelização" em sociedade descristianizadas e, como disse o papa, "globalizadas", certamente não será suficiente à Igreja, a longo prazo, uma simples lufada de juventude.
João Paulo II tinha despertado a juventude católica, Bento XVI se esforçou para educá-la,
Francisco tenta abrir o caminho para as "atividades práticas". Mas o "efeito Francisco" não será imediato e tem os seus limites. As suas dificuldades para impedir o desenvolvimento das Igrejas evangélicas no continente latino-americano testemunham isso. Aos 76 anos, o papa certamente tentará afastar esses limites o mais longe e por mais tempo possível.
A insistência de se ater os valores evangélicos trazidos pelo humanismo cristão, unida a um real carisma na relação com as multidões só pode reconciliar com a "sua" Igreja os católicos que foram mais perturbados pelo pontificado anterior. Outros, cansados depois de anos de linha moralista da instituição sobre a ética sexual dos fiéis, certamente se alegrarão com a discrição do novo papa sobre esses temas. Mais em geral, um líder espiritual que dedica o essencial dos seus discursos para pedir uma atenção aos mais fracos, "crianças, idosos, doentes, imigrantes, desempregados", está pouco sujeito a críticas.
Mas ele mesmo recorda: mesmo se quiser ser sobretudo fiel ao "evangelho", o Papa Francisco também é o depositário de todo o "magistério" e do conjunto da "doutrina" da Igreja. Portanto, é nesse quadro imutável que o papa com mais de 70 anos, com o seu dinamismo, as suas risadas e a sua aparente coerência entre a sua mensagem de simplicidade e de humildade, e o seu modo de ser papa, se esforça há algumas semanas para mudar a imagem contida e distante dada pelo Vaticano nesses últimos anos. Alguns vão dizer que se trata apenas de imagem, mas o papa, justamente, simboliza em todo o mundo o rosto da Igreja Católica.
No entanto, esse novo rosto, assim como o entusiasmo da juventude católica alegre e colorida que afluiu em massa ao Rio de Janeiro nesses últimos dias não deve esconder a fragilidade da Igreja no mundo. Confrontada com uma diversidade religiosa nunca conhecida antes, atingida por uma recusa de crer manifestada por cada vez mais pessoas em todo o mundo, a Igreja também tem fraquezas em seu interior. O próprio papa as lembrou no Brasil, deplorando uma Igreja "muito distante dos necessitados, muito autorreferencial, muito prisioneira de linguagens rígidas", enfraquecida pelas "incoerências" de alguns dos seus ministros e mal servida por estruturas inadequadas. Forçada a uma "nova evangelização" em sociedade descristianizadas e, como disse o papa, "globalizadas", certamente não será suficiente à Igreja, a longo prazo, uma simples lufada de juventude.
João Paulo II tinha despertado a juventude católica, Bento XVI se esforçou para educá-la,
Francisco tenta abrir o caminho para as "atividades práticas". Mas o "efeito Francisco" não será imediato e tem os seus limites. As suas dificuldades para impedir o desenvolvimento das Igrejas evangélicas no continente latino-americano testemunham isso. Aos 76 anos, o papa certamente tentará afastar esses limites o mais longe e por mais tempo possível.



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