Papa nunca adotou a Teologia da Libertação, diz arcebispo

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Roma - O substituto da Secretaria de Estado do Vaticano, Dom Ângelo Becciu, assinalou categoricamente que "o papa nunca adotou a Teologia da Libertação entendida no sentido ideológico", em entrevista publicada nessa segunda-feira (23) pelo jornal italiano Corriere della Sera. As declarações do arcebispo Becciu se dão apenas alguns dias depois do encontro entre o papa Francisco e o Padre Gustavo Gutierrez, teólogo peruano considerado como um dos pais da controvertida teologia da libertação.
O encontro ocorreu a pedido do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, arcebispo Gerhard Muller. Na entrevista publicada no jornal italiano e em que o prelado fala sobre o discurso do papa deste domingo em Cagliari (Itália), Dom Becciu disse que o Santo Padre "nunca aceitou a Teologia da Libertação entendida no sentido ideológico e foi severo com os que queriam transformar a Igreja em uma ONG. Isto o leva a gritar com mais autoridade contra as injustiças do capitalismo selvagem".

Dom Becciu disse também que "foi clara a crítica (do papa) a um sistema econômico e financeiro onde prevalece o ídolo do dinheiro e que pelo proveito está disposto a tudo, a sacrificar os direitos fundamentais".

O Prelado explicou logo que "a verdadeira teologia da libertação é a que também a Igreja adotou e aprovou: a teologia em que Deus está em primeiro lugar e busca defender os pobres fazendo-se expressão da solidariedade e do esforço dos católicos".

Para Dom Becciu, o discurso do Santo Padre é essencialmente cristológico: "a salvação total frente a Jesus. Quem tem deve compartilhar e investir: o caminho inteligente de quem atua da maneira adequada. Falar de pauperismo empobrece o discurso. É a Doutrina Social da Igreja: o dinheiro não pode ser a meta".
SIR

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