Memória
Nasceu na Aquitânia em 1581. Completados
os estudos e ordenado sacerdote, exerceu o ministério paroquial em Paris.
Fundou a Congregação da Missão(Lazaristas), destinada à formação do clero e ao
serviço dos pobres.Coma ajuda de Santa Luísa de Marilac instituiu também a
Congregação das Filhas da Caridade. Morreu em Paris no ano 1660.
MEDITAÇÃO
Dos Escritos de São Vicente de Paulo,
presbítero
(Cf.
Correspondance, Entretiens, Documents, ed. P. Coste, Paris 1920-1925,
passim) (Séc.XVII)
Deve-se preferir o
serviço dos pobres acima de tudo
Não temos de
avaliar os pobres por suas roupas e aspecto, nem pelos dotes de espírito que
pareçam ter. Com frequência são ignorantes e curtos de inteligência. Mas muito
pelo contrário, se considerardes os pobres à luz da fé, então percebereis que
estão no lugar do Filho de Deus que escolheu ser pobre. De fato, em seu
sofrimento, embora quase perdesse a aparência humana – loucura para os gentios,
escândalo para os judeus – apresentou-se, no entanto, como o evangelizador dos
pobres: Enviou-me para
evangelizar os pobres (Lc
4,18). Devemos ter os mesmos sentimentos de Cristo e imitar aquilo que ele fez:
ter cuidado pelos indigentes, consolá-los, auxiliá-los, dar-lhes valor.
Com efeito,
Cristo quis nascer pobre, escolheu pobres para seus discípulos, fez-se servo
dos pobres e de tal forma quis participar da condição deles, que declarou ser
feito ou dito a ele mesmo tudo quanto de bom ou de mau se fizesse ou dissesse
aos pobres. Deus ama os pobres, também ama aqueles que os amam. Quando alguém
tem um amigo, inclui na mesma estima aqueles que demonstram amizade ou prestam
obséquio ao amigo. Por isto esperamos que, graças aos pobres, sejamos amados
por Deus. Visitando-os, pois, esforcemo-nos por entender os pobres e os indigentes e, compadecendo-nos
deles, cheguemos ao ponto de poder dizer com o Apóstolo: Fiz-me tudo para todos (1Cor 9,22). Por este motivo, se é
nossa intenção termos o coração sensível às necessidades e misérias do próximo,
supliquemos a Deus que derrame em nós o sentimento de misericórdia e de
compaixão, cumulando com ele nossos corações e guardando-os repletos.
Deve-se preferir
o serviço dos pobres a tudo o mais e prestá-lo sem demora. Se na hora da oração
for necessário dar remédios ou auxílio a algum pobre, ide tranquilos,
oferecendo a Deus esta ação como se estivésseis em oração. Não vos perturbeis com
angústia ou medo de estar pecando por causa de abandono da oração em favor do
serviço dos pobres. Deus não é desprezado, se por causa de Deus dele nos
afastarmos, quer dizer, interrompermos a obra de Deus, para realizá-la de outro
modo.
Portanto, ao abandonardes
a oração, a fim de socorrer a algum pobre, isto mesmo vos lembrará que o
serviço é prestado a Deus. Pois a caridade é maior do que quaisquer regras,
que, além do mais, devem todas tender a ela. E como a caridade é uma grande
dama, faz-se necessário cumprir o que ordena. Por conseguinte, prestemos com
renovado ardor nosso serviço aos pobres; de modo particular aos abandonados,
indo mesmo à sua procura, pois nos foram dados como senhores e protetores.
Responsório 1Cor 9,19a.22; Jó 29,15-16a
R. Embora eu fosse livre,
de todos fiz-me servo, fiz-me fraco com
os fracos,
* Fiz-me tudo para
todos, para todos serem salvos.
V. Fiz-me olhos para os cegos, para os coxos, fiz-me
pés,
para os pobres, fiz-me pai. * Fiz-me tudo.
Oração
Ó Deus, que, para socorro dos pobres e
formação do clero, enriquecestes o presbítero São Vicente de Paulo com as
virtudes apostólicas, fazei-nos, animados pelo mesmo espírito, amar o que ele
amou e praticar o que ensinou. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.
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