Por Franca Giansoldati
A revolução copernicana colocou-se em movimento. Na manhã da última segunda-feira, depois de ter concluído o consistório, Francisco avisou aos presentes que "são necessárias penas mais severas para a pedofilia". Logo depois, publicou o texto do quirógrafo que institui (e torna estável) o Conselho dos Cardeais, uma espécie de Conselho da Coroa, embora, em alguns aspectos, se pareça mais com o Conselho de Segurança da ONU, já que participam dele os cardeais que determinaram a sua eleição no conclave e que, desse modo, poderão participar no processo decisional mediante um mecanismo rápido de consulta permanente. Os oito sábios terão, de fato, a tarefa de "ajudar o papa no governo da Igreja".
Cada um deles poderá ser consultado separadamente, não só para as reformas da Cúria, mas também para todas as outras questões cruciais (incluindo o IOR) que pouco a pouco serão apresentadas. Não está excluído que o papa, ao longo do caminho, decida aumentar o número dos conselheiros. Neste momento, a estrutura é fluida. No Vaticano, no entanto, ninguém quer ouvir falar de governo colegial. Ao contrário. O padre Lombardi se apressa para esclarecer: "A decisão última caberá sempre e apenas a Francisco".
Dos sábios, Bergoglio espera contribuições, avaliações, estudos, apoio. O G8 será uma espécie de terminal muito atento às reivindicações do resto do mundo. Além disso, os cardeais que fazem parte dele são representativos dos diversos continentes e, exceto Bertello, que é um curial, são todos arcebispos de grandes dioceses. Eles conhecem bem os problemas da Igreja e saberão que contribuição dar para Francesco para tomar a melhor decisão, para não fazê-lo errar.
Oitenta dossiês
O Conselho continua sendo uma passagem inédita na história da Igreja. A estrutura recém-formada não é sequer contemplada no direito canônico, e algo semelhante nunca existiu no passado. No topo da agenda, continua estando a grande reforma da constituição apostólica Pastor Bonus.
O processo de renovação será longo e trabalhoso, e está destinado a durar alguns anos. A atual estrutura deve ser racionalizada, tornar-se mais funcional do que é agora e mais sensível às exigências das periferias.
Nos últimos meses, os cardeais conselheiros trocaram pareceres e estudos, trabalhando principalmente via e-mail, até porque eles estão espalhados aqui e acolá: Honduras, Brasil, Alemanha, EUA, Índia, Filipinas, Congo. Há dois dias, eles se encontraram informalmente pela primeira vez no Vaticano e nessa terça-feira participaram da primeira sessão de trabalhos que durará até o dia 3 de outubro.
Sobre a mesa do G8, já estão cerca de 80 dossiês e relatórios de reforma. Alguns chegam diretamente dos dicastérios da Cúria e do secretário de Estado cessante, Bertone, mas que não vai participar de nenhum processo consultivo.
O IOR
Sobre a mesa do G8, também vai passar o dossiê mais ardente, que diz respeito ao futuro do IOR e a provável transformação do banco vaticano a banco ético, como diversos cardeais gostariam. Entretanto, do Torrião de Nicolau V, depois do terremoto Scarano, da expulsão de Cipriani e Tulli, diretor e vice-diretor, trabalha-se para adequar a estrutura à transparência.
Hoje será publicado o balanço, um ato nunca feito antes. Mas as zonas cinzentas continuam. Provavelmente serão fechadas todas as contas mantidas pelas embaixadas estrangeiras depois dos temores sobre o depósito e sobre a retirada de grandes somas por parte das missões diplomáticas do Irã, Iraque e Indonésia. O sinal partiu da AIF, a entidade de controle das finanças vaticanas que examinou as transações suspeitas de 2011.
Cada um deles poderá ser consultado separadamente, não só para as reformas da Cúria, mas também para todas as outras questões cruciais (incluindo o IOR) que pouco a pouco serão apresentadas. Não está excluído que o papa, ao longo do caminho, decida aumentar o número dos conselheiros. Neste momento, a estrutura é fluida. No Vaticano, no entanto, ninguém quer ouvir falar de governo colegial. Ao contrário. O padre Lombardi se apressa para esclarecer: "A decisão última caberá sempre e apenas a Francisco".
Dos sábios, Bergoglio espera contribuições, avaliações, estudos, apoio. O G8 será uma espécie de terminal muito atento às reivindicações do resto do mundo. Além disso, os cardeais que fazem parte dele são representativos dos diversos continentes e, exceto Bertello, que é um curial, são todos arcebispos de grandes dioceses. Eles conhecem bem os problemas da Igreja e saberão que contribuição dar para Francesco para tomar a melhor decisão, para não fazê-lo errar.
Oitenta dossiês
O Conselho continua sendo uma passagem inédita na história da Igreja. A estrutura recém-formada não é sequer contemplada no direito canônico, e algo semelhante nunca existiu no passado. No topo da agenda, continua estando a grande reforma da constituição apostólica Pastor Bonus.
O processo de renovação será longo e trabalhoso, e está destinado a durar alguns anos. A atual estrutura deve ser racionalizada, tornar-se mais funcional do que é agora e mais sensível às exigências das periferias.
Nos últimos meses, os cardeais conselheiros trocaram pareceres e estudos, trabalhando principalmente via e-mail, até porque eles estão espalhados aqui e acolá: Honduras, Brasil, Alemanha, EUA, Índia, Filipinas, Congo. Há dois dias, eles se encontraram informalmente pela primeira vez no Vaticano e nessa terça-feira participaram da primeira sessão de trabalhos que durará até o dia 3 de outubro.
Sobre a mesa do G8, já estão cerca de 80 dossiês e relatórios de reforma. Alguns chegam diretamente dos dicastérios da Cúria e do secretário de Estado cessante, Bertone, mas que não vai participar de nenhum processo consultivo.
O IOR
Sobre a mesa do G8, também vai passar o dossiê mais ardente, que diz respeito ao futuro do IOR e a provável transformação do banco vaticano a banco ético, como diversos cardeais gostariam. Entretanto, do Torrião de Nicolau V, depois do terremoto Scarano, da expulsão de Cipriani e Tulli, diretor e vice-diretor, trabalha-se para adequar a estrutura à transparência.
Hoje será publicado o balanço, um ato nunca feito antes. Mas as zonas cinzentas continuam. Provavelmente serão fechadas todas as contas mantidas pelas embaixadas estrangeiras depois dos temores sobre o depósito e sobre a retirada de grandes somas por parte das missões diplomáticas do Irã, Iraque e Indonésia. O sinal partiu da AIF, a entidade de controle das finanças vaticanas que examinou as transações suspeitas de 2011.
Il Messaggero, 01-10-2013.



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