O bispo de Paris, São Dionísio, comemorado no dia 9 deste mês, viveu no século III e foi decapitado juntamente com São Jerônimo e Eusébio de Cesaréia.
Uma abadia, na colina de Montmartre, foi edificada sobre o seu túmulo no ano de 630 pelo rei Dagoberto. A provável confusão em torno dos santos que carregam esse nome, ou seja, de São Dionísio Areopagita e São Dionísio de Alexandria foi responsabilidade dos monges que habitavam a abadia.
O Areopagita, lembrado nos Atos dos Apóstolos como um dos poucos atenienses que acolheram a pregação de São Paulo, é considerado o autor de obras que influenciaram a cultura medieval.
No entanto, há quem acredite que foi um monge sírio quem as escreveu entre 480 e 530. Uma lenda em torno do Areopagita observa que este acompanhou a crucificação do Senhor e o “dormitio” de Maria Santíssima.
Já São Dionísio, o Grande, foi diretor da escola de Alexandria e um fecundo escritor. Embora seja o detentor deste título, pouco material foi conservado sobre seu histórico. Redigiu uma Refutação e uma Apologia para esclarecer o seu próprio pensamento sobre a doutrina trinitária.
Mártir - Século III
O santo Dionísio, popularmente conhecido como o são Dênis de Paris, que é comemorado neste dia, foi durante muito tempo venerado como único padroeiro de França, até surgir santa Joana d'Arc para dividir com ele a grande devoção cristã do povo daquele país.
De origem italiana, ele era um jovem missionário enviado pelo papa Fabiano para evangelizar a antiga Gália do norte no ano 250, portanto no século III. Formou, então, a primeira comunidade católica em Lutécia, atual Paris, sendo eleito o seu primeiro bispo. Alguns anos depois, teria sofrido o martírio, sendo decapitado no local hoje conhecido como Montmartre, isto é, "Colina do Mártir". Ao lado do bispo Dênis, o sacerdote Rústico e o diácono Eleutério, seus companheiros, também testemunharam sua fé cristã.
Sobre o seu túmulo em Montmartre, mais tarde, foi edificada uma basílica, junto à qual, no ano 630, o rei Dagoberto fundou uma abadia. Até esses monges acabaram sofrendo com o efeito de uma enorme confusão que se fez entre este mártir e outros dois Dionísios: o Areopagita, discípulo de são Paulo, e o célebre escritor de Alexandria. Mas esses religiosos foram citados indevidamente.
A estranha e rebuscada confusão que se fez em torno da figura do santo bispo Dênis envolvia nitidamente essas três figuras distintas, que viveram em épocas diferentes, mas que foram unidas num único personagem, o santo celebrado hoje. Contava-se que o mártir original, ou seja, o bispo Dênis de Paris, foi enviado à Gália francesa pelo papa são Clemente I no fim do século I. Por isso ele começou a ser identificado com a figura de Dionísio Areopagita, discípulo do apóstolo Paulo, comemorado no dia 3 de outubro. Por isso, também, passou a ser confundido com um homônimo da Alexandria, autor de uma famosa coletânea de escritos místicos, que desde o século V vinha sendo erroneamente atribuída ao discípulo Areopagita.
Não bastasse toda essa confusão, são Dionísio, ou Dênis, segue sendo aclamado pela mais antiga tradição cristã francesa, que o venera como um mártir cefalóforo, ou seja, carregador de cabeça. E assim ele chegou aos nossos dias sendo o bispo mártir que havia carregado a própria cabeça decepada até o local onde deveria ser enterrado. No caso, a Abadia de Saint-Denis, em Paris, local onde, tradicionalmente, todos os reis da França foram enterrados.




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