Um amor extraordinário, indizível, sem limites

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Petrópolis, RJ - Muitos são os mistérios que nos cercam. Um, me parece, está acima de todos: Deus se fez homem. E nós sabemos que Jesus, o Verbo encarnado, é a palavra decisiva do Pai. Ele habitou entre nós para experimentar nossas dores e alegrias, nossas derrotas e nossas vitórias. Nos ensinou a carregar o peso uns dos outros, para que nós nos reconheçamos como irmãos uns dos outros. O mal e a morte serão vencidos, porque um Filho nos foi dado... e o seu nome é Emanuel, Deus conosco.
E certo: Deus quer salvar a humanidade em Jesus, contando com a participação de todos os homens e mulheres. Somos nós, portanto, os colaboradores deste novo Natal, que se atualiza à medida que assumimos, em nossa história, o que nos ensinou o Filho de Deus. Sem medo, como o Anjo ensinou a Maria (Lc 1,30) e a José (Mt 1,20), devemos tomar como nosso o vigor do anúncio, pois Aquele que veio a nós deseja salvar a humanidade com a nossa participação.

Nosso Natal não pode ser encarado como uma novidade, nem como uma simples lembrança. Ele é sempre atual e recorda-nos o tempo que se chama hoje. Frente ao Menino que nasce numa manjedoura porque não teve onde ficar; sua palavra nos instrui: “Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes (...). Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (cf. Mt 25,31-46).

O Natal cristão, portanto, só se explica por amor: um amor extraordinário, indizível, sem limites. Deus entrega-nos a sua divindade e recebe a nossa humanidade para Se colocar ao nosso serviço. Muitas vezes fomos renitentes à salvação. Não poucas vezes, proibimos que Deus entre até ao mais íntimo recanto das nossas vidas. Por isso, foi custoso para Jesus desde o início. Fecharam-se-lhe todas as portas. Teve que nascer fora da povoação, no meio de animais. Veio com toda a sua boa vontade, cheio de verdade, de vida, de luz, de solidariedade..., mas não foi recebido por muita gente: “Ele veio para o que era seu, e os seus não O acolheram” (Jo 1,4-5).

Neste Natal, Deus quer fazer novas todas às coisas, tornando visíveis os irmãos que insistimos em não enxergar. Sim! Deus assumiu nossa história e nos ensinou tudo o que precisamos saber para colaborarmos na implantação do seu Reino, que não é outro, senão, de justiça, de amor e de paz.
Assim pensando, abramos o nosso coração, a fim de que a Palavra de Deus faça a sua morada no interior de cada um de nós, na nossa casa, no meio dos nossos vizinhos, no meio da nossa terra.

Criemos condições para acolher mais e melhor a presença de Deus e do seu Evangelho. Deus chega à nossa porta e toca a campainha. Quer visitar-nos em pessoa... está com saudade de nós... Ele já nos encontrou... Ele é nosso Salvador. Mas Jesus não pode ser Salvador de nada nem de ninguém, se colocarmos o nosso interesse e a nossa confiança em outros "salvadores".

Eis que uma criança já se anuncia; dentro de Maria o Céu conosco está. Vamos esperar que o Senhor virá, o libertador já vem.

Para você, meu querido irmão e irmã da Diocese de Petrópolis, peço as mais copiosas bênçãos do Céu, e envio-lhe os votos de um Feliz Natal.

Dom Gregório Paixão, OSB
Bispo da Diocese de Petrópolis
SIR

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