A misericórdia é pilar e fundamento da paz, diz arcebispo

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Londrina - Em seu mais recente artigo, dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina, no Estado do Paraná, afirmou que a paz da consciência é o melhor travesseiro e protege contra os desgastes emocionais. Para ele, a paz interior, paz do coração, coincide com nossa autoestima positiva e com o perdão dado "setenta vezes sete", ou seja, sempre e de todo coração. 
De acordo com o prelado, a paz na família se sustenta com diálogo verdadeiro e com gestos de amabilidade. Dom Orlando acredita que a paz com os outros e com o mundo começa dentro de nós mesmos e, portanto, conviver com as diferenças requer espírito de tolerância, de ecumenismo e de reconciliação.

Ainda segundo o arcebispo, Jesus abateu o muro da inimizade e abriu as portas da reconciliação. Ele destaca que a lei do mais forte é a lei da selva e a guerra é sempre uma derrota de toda a humanidade, mas o espírito da pertença comum, a crença na dignidade e igualdade humanas, o bom senso superam a lógica da força e dão espaço à força do direito e da sabedoria dos povos.

Conforme o prelado, essa sabedoria está no diálogo e a força do amor é mais duradoura que a do terrorismo e da prepotência, pois é a onipotência do amor que vence o império do mal. A paz tem grande preço, porém se manifesta em pequenos gestos: no aperto de mão, no sorriso, no abraço, no olhar, no jeito de atender ao telefone. Assim, encontramos pessoas de paz, gestos de paz, comunidades de paz para uma cultura de paz: ‘Ou vivemos como irmãos, ou morremos como loucos´ (M. L. King).

"Vossas lanças e espadas se tornem foices e arados, dizem as Sagradas Escrituras. Precisamos ser testemunhas da paz, instrumentos da paz e educadores da paz", salienta. Além disso, dom Orlando ressalta que a paz é feita de pequenos gestos e de grandes decisões.

Para ele, os pequenos gestos podem ser: evitar a pressa, ouvir com paciência, saber consolar, fazer com amor algo difícil, ser gentil, adaptar às situações, abster-se de julgar, alegrar-se com o sucesso alheio, aproximar-se de alguém, elogiar e incentivar as pessoas.  "A paz tem quatro ´C´: concórdia, cuidado, compaixão, consciência", completa.

Em relação às grandes decisões em favor da paz, o prelado afirma que elas podem ser: respeitar a sacralidade de vida, aceitar a diversidade e a diferença, unir liberdade e responsabilidade, acreditar no diálogo, reverenciar a dignidade da pessoa, seguir a reta razão, salvar o meio-ambiente, abrir-se ao Deus da paz.

"Vale para a conquista da paz a chamada lei de ouro: faças aos outros o que queres que te façam a ti. Por fim, o arcebispo enfatiza que a condição indispensável para a paz chama-se capacidade de perdoar. Ele avalia que os sentimentos de ódio, vingança, mágoa, ressentimento são destrutivos e explosivos, e que Jesus recomenda o perdão setenta vezes sete, portanto, perdão imediato, total, incansável, incondicional e cordial. Para dom Orlando, o novo nome da paz chama-se perdão.

"A paz do mundo começa em mim, diz um ditado popular. O instinto da destrutividade e a cultura da morte são um regresso da humanidade. O mundo novo que está contido no reino de Deus, consiste em fazer do outro, um próximo, um igual, um irmão, um amigo. A misericórdia é o pilar e o fundamento da paz, porque a misericórdia coloca o outro no centro", conclui.
SIR

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