Card. Marx: "O futuro não é o capitalismo, mas uma comunidade mundial" responsável, sem excluídos e marginalizados

domingo, 12 de janeiro de 2014

"Esta economia mata’. Com esta breve frase, Papa Francisco suscitou clamor”. O Papa exortou a “não excluir os pobres”, a “criar uma sociedade de inclusão e de participação, e a combater a pobreza de modo não somente caritativo, mas também estrutural. Por isto, o lugar da Igreja deve ser ao lado dos pobres, porque somente a partir deles e com eles podemos enxergar o conjunto da sociedade, da economia e da política”.
“E é isto que também interessa ao Papa no desafio da evangelização”. Estes foram alguns dos pensamentos do Cardeal Reinhard Marx, Arcebispo de Munique e Frisinga, expressos num longo artigo publicado pelo L’Osservatore Romano. O Cardeal sublinhou como “o debate sobre o ideal da pobreza acompanha a história da Igreja”.
“Justamente na época da globalização – prossegue – a Igreja Católica, que está presente e atua em todo o mundo, tem aqui um papel fundamental. Pode contribuir ao início dos debates sobre o futuro do mundo e acompanhá-los. Com as suas argumentações e os seus pontos de vista, deve participar dos debates públicos, mas não pode retirar-se, com medo do ruidoso vento da crítica e da oposição. Vai exatamente neste sentido a ingerência do Papa Francisco que, com a Exortação Apostólica Evangelii gaudium, é escutado em todo o mundo”.

O Papa – escreve ainda o Cardeal Marx – critica justamente “a economização de todos os ambientes da vida”. Ou seja, “torna o ritmo da sociedade dependente dos interesses da exploração do capital, e isto a nível global”. O capitalismo, por isto, “não deve tornar-se o modelo da sociedade porque – para dizer de uma maneira exasperada – não leva em conta destinos individuais, dos fracos e dos pobres. É isto que o Papa critica”. “O apelo para pensar além do capitalismo – acrescenta – não é uma luta contra a economia de mercado ou uma renúncia a qualquer razão econômica, mas justamente diante da crise real do capitalismo, é importante e necessária a intervenção do Papa, um convite a reordenar as prioridades e a ver o mundo como empenho de construção, que deve ser assumido livremente e com responsabilidade. O futuro – conclui – não é o capitalismo, mas sim, uma comunidade mundial que deixa sempre maior espaço ao modelo de uma liberdade responsável e que não aceite que povos, grupos e indivíduos sejam excluídos e marginalizados”.
SIR

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