Por Francis Rocca
Depois de um ano que incluiu a renúncia histórica do papa Bento XVI e uma série de inovações célebres por parte do papa Francisco, fica difícil imaginar que 2014 possa ser um ano agitado no Vaticano. É verdade que histórias mais interessantes tendem a ser aquelas que acontecem de surpresa, mesmo assim apresento aqui alguns desdobramentos que podem dar o que falar neste ano que começa.
Novos cardeais
Está previsto para 22 de fevereiro de 2014 que o papa Francisco escolherá novos cardeais. A essa altura não mais de 106 membros do Colégio de Cardeais estarão abaixo dos 80 anos e, portanto, estarão aptos a votar em um conclave para eleger um novo papa. Sob as regras estabelecidas pelo papa Paulo VI, o colégio não deverá ter mais do que 120 membros, embora alguns pontífices subsequentes tenham, ocasionalmente, excedido este número. Assim, espera-se que o papa Francisco nomeie 14 novos cardeais eleitores pelo menos.
A eleição do primeiro papa latino-americano levantou expectativas para uma maior diversidade geográfica entre os cardeais eleitores, de modo que a nova lista de candidatos possa mostrar-se relativamente forte quanto a nomes de regiões pouco representadas em termos estatísticos, em especial da América Latina e África.
Reforma no Vaticano
O Conselho de Cardeais que o papa Francisco constituiu para lhe assessorar na governança da Igreja e na burocracia vaticana – conselho, aliás, composto por oito membros – já se reuniu por duas vezes no Vaticano e irá se encontrar novamente em fevereiro. O organismo está trabalhando na primeira grande reforma da Cúria Romana, que é a administração central da Igreja no Vaticano, desde 1988.
Embora este conselho não tenha anunciado um cronograma para o seu trabalho, o Papa Francisco estabeleceu um recorde de tempo: em dezembro aprovou a ideia de se ter uma comissão internacional sobre o abuso sexual de crianças um dia depois que o conselho lhe apresentou a proposta. Poucos ficarão surpresos se o Conselho de Cardeais apresentar ao pontífice um esboço de uma constituição apostólica reorganizando a Cúria já antes do final de 2014.
A canonização de dois papas
A cerimônia de dupla canonização dos beatos João XXIII e João Paulo II, marcada para o dia 27-04-2014, muito provavelmente irá atrair uma multidão maior do que aquela presente na última beatificação, em maio de 2011.
Ao optar pela declaração de santidade destes dois beatos num mesmo dia, Francisco pode estar tentando enfatizar continuidades fundamentais entre os dois papados, amplamente vistos como sendo, respectivamente, liberal e conservador, em particular no que diz respeito às reformas inauguradas pelo Concílio Vaticano II. O beato João XXIII abriu o Concílio em 1962, ao passo que o beato João Paulo II participou de todas as seções como bispo. Portanto, a cerimônia poderá servir como ocasião para o papa Francisco expor seu entendimento do Vaticano II e seu legado para a Igreja.
A viagem do papa à Terra Santa
O Vaticano ainda não anunciou as datas nem o itinerário para a esperada visita papal à Terra Santa. Todavia, não nega relatos recentes de que ela ocorrerá no final de maio e durará três dias, com paradas em Israel, Jordânia e em territórios da Palestina. O papa Francisco dissera que uma visita à Terra Santa iria incluir um encontro com o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu, considerado o primeiro entre iguais pelos bispos ortodoxos.
Essa viagem será a segunda do papa Francisco fora da Itália, sendo a primeira aquela que fez ao Brasil em julho de 2013. Será a primeira viagem planejada durante o seu pontificado. O destino seria apropriado para um papa cujas relações com a comunidade judaica vêm sendo extraordinariamente boas e para quem tem a paz no Oriente Médio como uma prioridade. Enquanto que uma visita papal de três dias seria muito breve para um destino tão proeminente, no caso do papa Francisco ela se mostra bem apropriada, pois ele tem uma agenda cheia de reformas a cumprir além de um talento midiático para se fazer chegar ao mundo sem sair do Vaticano.
Católicos divorciados e casados novamente
Uma sessão extraordinária do Sínodo dos Bispos irá acontecer no Vaticano por duas semanas em outubro. E evento buscará discutir os “desafios pastorais da família no contexto da evangelização”.
O papa Francisco indicou temas de discussão para o Sínodo, entre os quais estão a lei canônica que rege a anulação dos casamentos e a elegibilidade dos católicos divorciados e casados pela segunda vez de participar da comunhão. São problemas que, segundo ele, exemplificam uma necessidade geral de misericórdia na Igreja de hoje.
Além de especulações sobre possíveis mudanças na prática da Igreja relativas a estes temas, o Sínodo tem chamado a atenção pelo questionário preparatório enviado aos bispos de todo o mundo, o qual pergunta sobre a promoção e aceitação da doutrina católica relativa a tópicos controversos tais como a coabitação antes do casamento, uniões homoafetivas e uso de métodos contraceptivos.
Novos cardeais
Está previsto para 22 de fevereiro de 2014 que o papa Francisco escolherá novos cardeais. A essa altura não mais de 106 membros do Colégio de Cardeais estarão abaixo dos 80 anos e, portanto, estarão aptos a votar em um conclave para eleger um novo papa. Sob as regras estabelecidas pelo papa Paulo VI, o colégio não deverá ter mais do que 120 membros, embora alguns pontífices subsequentes tenham, ocasionalmente, excedido este número. Assim, espera-se que o papa Francisco nomeie 14 novos cardeais eleitores pelo menos.
A eleição do primeiro papa latino-americano levantou expectativas para uma maior diversidade geográfica entre os cardeais eleitores, de modo que a nova lista de candidatos possa mostrar-se relativamente forte quanto a nomes de regiões pouco representadas em termos estatísticos, em especial da América Latina e África.
Reforma no Vaticano
O Conselho de Cardeais que o papa Francisco constituiu para lhe assessorar na governança da Igreja e na burocracia vaticana – conselho, aliás, composto por oito membros – já se reuniu por duas vezes no Vaticano e irá se encontrar novamente em fevereiro. O organismo está trabalhando na primeira grande reforma da Cúria Romana, que é a administração central da Igreja no Vaticano, desde 1988.
Embora este conselho não tenha anunciado um cronograma para o seu trabalho, o Papa Francisco estabeleceu um recorde de tempo: em dezembro aprovou a ideia de se ter uma comissão internacional sobre o abuso sexual de crianças um dia depois que o conselho lhe apresentou a proposta. Poucos ficarão surpresos se o Conselho de Cardeais apresentar ao pontífice um esboço de uma constituição apostólica reorganizando a Cúria já antes do final de 2014.
A canonização de dois papas
A cerimônia de dupla canonização dos beatos João XXIII e João Paulo II, marcada para o dia 27-04-2014, muito provavelmente irá atrair uma multidão maior do que aquela presente na última beatificação, em maio de 2011.
Ao optar pela declaração de santidade destes dois beatos num mesmo dia, Francisco pode estar tentando enfatizar continuidades fundamentais entre os dois papados, amplamente vistos como sendo, respectivamente, liberal e conservador, em particular no que diz respeito às reformas inauguradas pelo Concílio Vaticano II. O beato João XXIII abriu o Concílio em 1962, ao passo que o beato João Paulo II participou de todas as seções como bispo. Portanto, a cerimônia poderá servir como ocasião para o papa Francisco expor seu entendimento do Vaticano II e seu legado para a Igreja.
A viagem do papa à Terra Santa
O Vaticano ainda não anunciou as datas nem o itinerário para a esperada visita papal à Terra Santa. Todavia, não nega relatos recentes de que ela ocorrerá no final de maio e durará três dias, com paradas em Israel, Jordânia e em territórios da Palestina. O papa Francisco dissera que uma visita à Terra Santa iria incluir um encontro com o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu, considerado o primeiro entre iguais pelos bispos ortodoxos.
Essa viagem será a segunda do papa Francisco fora da Itália, sendo a primeira aquela que fez ao Brasil em julho de 2013. Será a primeira viagem planejada durante o seu pontificado. O destino seria apropriado para um papa cujas relações com a comunidade judaica vêm sendo extraordinariamente boas e para quem tem a paz no Oriente Médio como uma prioridade. Enquanto que uma visita papal de três dias seria muito breve para um destino tão proeminente, no caso do papa Francisco ela se mostra bem apropriada, pois ele tem uma agenda cheia de reformas a cumprir além de um talento midiático para se fazer chegar ao mundo sem sair do Vaticano.
Católicos divorciados e casados novamente
Uma sessão extraordinária do Sínodo dos Bispos irá acontecer no Vaticano por duas semanas em outubro. E evento buscará discutir os “desafios pastorais da família no contexto da evangelização”.
O papa Francisco indicou temas de discussão para o Sínodo, entre os quais estão a lei canônica que rege a anulação dos casamentos e a elegibilidade dos católicos divorciados e casados pela segunda vez de participar da comunhão. São problemas que, segundo ele, exemplificam uma necessidade geral de misericórdia na Igreja de hoje.
Além de especulações sobre possíveis mudanças na prática da Igreja relativas a estes temas, o Sínodo tem chamado a atenção pelo questionário preparatório enviado aos bispos de todo o mundo, o qual pergunta sobre a promoção e aceitação da doutrina católica relativa a tópicos controversos tais como a coabitação antes do casamento, uniões homoafetivas e uso de métodos contraceptivos.
Catholic News Service, 30-12-2013.
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