Dom Orani: presença viva do bom pastor

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Por Dom Rafael Llano Cifuentes*
A designação de Dom Orani, como Cardeal, representa para mim uma grande alegria. E esta alegria desejaria traduzi-la numas palavras de agradecimento pelo abnegado trabalho pastoral eu está realizando como Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Poderia referir-me agora às suas muitas qualidades, como a sua inteligência preclara – tão atenta a aplicar as indicações recebidas do Magistério Pontifício -; da sua capacidade de relacionar-se em todos os setores – tanto ao relacionamento pessoal como nos seus discursos, homilias e publicações; da sua prontidão e diligência para receber e comunicar informações: domina todos os recursos da internet – presidiu, na CNBB, a Pastoral da Comunicação (PASCOM) –; e de tantas outras atribuições que habitualmente desenvolve, mas neste momento ocupa o meu pensamento, além da sua profunda e intensa vida de oração, um traço marcante da sua personalidade:  a condição de Bom Pastor.

Dom Orani e Dom Rafael

Dom Orani é a bondade personificada: irradia uma solicitude pastoral facilmente perceptível em todas as suas atividades.

Não tem dia, nem hora, em que não está atendendo uma paróquia, um encontro ou comissão pastoral, uma atividade promocional ou assistencial... Com muita frequência comento, quando a ele me refiro ou quando converso com ele, como é possível realizar tantas coisas nas poucas horas disponíveis de cada dia.  O seu trabalho começa bem cedo e termina bem entrada a noite.  A ninguém lhe falta a sua ajuda, o seu alento incentivador e carinhoso.  E tudo o faz com uma amabilidade que já se tornou proverbial.  Já houve quem me comentasse:  como é possível ele aguentar uma vida tão intensa sem ficar esgotado!

Testemunhas inquestionáveis já observaram que a sua determinação firme para levar à prática as exigências da moral, da doutrina da Igreja sobre temas delicados como o matrimônio, da disciplina necessária na formação dos seminaristas e da atuação sacerdotal, sempre esteve acompanhada de suavidade fraternal: uma cativante fusão de firmeza e de afabilidade paternal.

Antes de tomar decisões importantes habitualmente faz as consultas oportunas em todos os níveis.  Sendo como é presidente do Regional Leste I da CNBB – que compreende as dez Dioceses do Estado do Rio de Janeiro e da Administração Apostólica São João Maria Vianney, na Diocese de Campos – aborda todas as questões relevantes compartilhando-as com os Bispos integrantes deste Regional.  Em nenhum momento manifestou qualquer indício de autoritarismo ou rigidez.

Estas e outras muitas características da personalidade de Dom Orani nos fazem pensar na figura do Bom Pastor, encarnada por Jesus Cristo, Modelo de todos os pastores. A sua designação como Cardeal, além de causar-nos uma grande alegria, nos lembra a todos nós que devemos, agora mais do que nunca, apoiá-lo com a nossa disponibilidade e com as nossas orações.
SIR/Jornal do Brasil, 06-02-2014.
*Dom Rafael Llano Cifuentes é bispo Emérito da Diocese de Nova Friburgo.

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