Bispo em Jerusalém pede 'cessar-fogo imediato'

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Jerusalém, 25 jul (SIR) - O bispo auxiliar do Patriarcado Latino de Jerusalém, D. William Shomali, pede um "cessar-fogo imediato" em Gaza e o "retomar das negociações de paz". O pedido do bispo católico foi expresso numa entrevista publicada esta quinta-feira no "Vatican Insider", do jornal italiano "La Stampa", numa altura em que o número de mortes na região continua aumentando. Depois de 15 dias de conflito na Faixa de Gaza, quase dois milhões de palestinos lutam para sobreviver. Estão proibidos de sair ou entrar livremente na região, devido ao bloqueio de sete anos de Israel. É uma "situação violenta", descreve o bispo católico.
"É o resultado imediato do fracasso do processo de paz iniciado pelo secretário de Estado dos EUA, John Kerry. Ele teve nove meses para delinear um plano. O prazo final chegou em abril, sem sucesso. Este fracasso causou muita tensão e frustração no povo da Palestina, a que se seguiram mortes devido ao lançamento de 'foguetes' sob Gaza".

Vozes da paz

Para D. William Shomali, as vozes da paz estão dos dois lados, palestino e israelense. "Mahmoud Abbas [presidente da Autoridade Nacional Palestina] é uma delas. Ele é contra uma terceira intifada. Está a trabalhar num cessar-fogo entre Israel e o Hamas, juntamente com o Presidente do Egito", diz. No lado de Israel, o bispo auxiliar do Patriarcado Latino de Jerusalém encontra nos líderes religiosos de Jerusalém (judeu, muçulmano e cristão) três vozes a favor da paz. "Rezo para um cessar-fogo imediato, mas também para uma negociação [de paz] séria e de acordo com as resoluções internacionais [ONU]", confessa.

Papa atento

Apenas 200 pessoas compõem a pequena comunidade católica de Gaza, liderada pelo padre Jorge. Foi a este padre que o Papa Francisco enviou um e-mail a dizer que está perto dele e a rezar pela sua comunidade. "Acredito que isto é uma grande mensagem de encorajamento do Papa para com a pequena comunidade católica de Gaza e o seu pároco", diz D. William Shomali ao "Vatican Insider". Uma "mensagem necessária" uma vez que a comunidade cristã da Terra Santa "se sente frustrada e com medo".

"Não entendem como é que depois da visita do Papa [Francisco] à região a situação se deteriorou tanto. É o regresso do que aconteceu depois da visita de João Paulo II em 2000: seis meses depois, começou a segunda e sangrenta intifada", disse o bispo. O telefonema que o Papa fez no passado dia 18 de Julho aos Presidentes de Israel e da Palestina foi um "bom gesto", diz Shomali.

"O Papa, que é um homem de paz, considera-os seus amigos. Sobretudo depois de os ter recebido nos Jardins do Vaticano [no início de Junho]". "Acredito no valor das orações, apesar de neste momento imediato não vejamos nenhum resultado das mesmas", afirma. Temos de continuar a procurar a paz. As orações por si só não chegam, é necessário um esforço sério para alcançar um acordo de paz".
SIR

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