Insultar não é um ato cristão, afirma Francisco

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

“Vocês sabem que as palavras matam: quando falo mal, isso é matar a fama do outro”, afirmou.
Cidade do Vaticano – Milhares de fiéis e peregrinos rezaram com o papa Francisco, na Praça São Pedro, o Ângelus dominical. Antes da oração mariana, o pontífice comentou o Evangelho deste domingo (7), extraído do capítulo 18 de Mateus, que apresenta o tema da correção fraterna na comunidade dos fiéis.

Jesus, explicou o papa, nos ensina que se o meu irmão comete um pecado contra mim, eu devo ter caridade para com ele e, antes de tudo, falar pessoalmente com ele, explicando-lhe que o que ele disse ou fez não é bom. Se o irmão não me ouve, Jesus sugere uma ação progressiva: primeiro, volta a falar com ele com outras duas ou três pessoas; se, não obstante isso, não acolhe a exortação, é preciso dizer à comunidade; e se não ouve sequer a comunidade, é preciso fazer com que sinta a fratura e o distanciamento que ele mesmo provocou.

Todavia, advertiu Francisco, neste itinerário é preciso evitar o clamor da fofoca da comunidade. A atitude é de delicadeza, prudência, humildade, atenção para com quem pecou, evitando que as palavras possam ferir e matar o irmão.  “Vocês sabem que as palavras matam: quando falo mal, faço uma crítica injusta, isso é matar a fama do outro”. Ao mesmo tempo, esta discrição tem a finalidade de não mortificar inutilmente o pecador. O objetivo é ajudar o irmão a perceber o que ele fez. Isso também nos ajuda a nos libertar da ira e do ressentimento que nos fazem mal e que nos levam a insultar e a agredir. “Isso é feio. Nada de insultos. Insultar não é cristão”.

Na realidade, recordou o Pontífice, diante de Deus somos todos pecadores e necessitados de perdão. Jesus, de fato, nos disse para não julgar. A correção fraterna é um serviço recíproco que podemos e devemos fazer uns aos outros. E é possível e eficaz somente se cada um se reconhece pecador e necessitado do perdão do Senhor. A mesma consciência que me faz reconhecer o erro do outro, antes ainda me lembra que eu mesmo errei e erro tantas vezes.

“Por isso, no início da Santa Missa, todas as vezes somos convidados a reconhecer diante do Senhor que somos pecadores, expressando com as palavras e os gestos o sincero arrependimento do coração. E o pedimos para nós, “Senhor, tende piedade de mim”, e não “Senhor, tende piedade dessa pessoa que está a meu lado”.

Entre as condições que são comuns dos que participam da celebração eucarística, duas são fundamentais, ressaltou o Papa: todos somos pecadores e a todos Deus doa a sua misericórdia. “Devemos nos lembrar sempre disso antes de corrigirmos fraternalmente o nosso irmão.”

Por fim, Francisco recordou que na segunda-feira, 08 de setembro, celebra-se liturgicamente a Natividade de Nossa Senhora, pedindo aos fiéis que, assim que acordarem, dirijam seu pensamento a Ela, como um filho cumprimenta sua mãe no dia do seu aniversário.
SIR

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