Papa: ´Pregações sem proximidade são vaidade´

sábado, 20 de setembro de 2014

Cidade do Vaticano – "Podem-se fazer belas pregações, mas se você não está próximo às pessoas, se você não sofre com as pessoas e não dá esperança, essas pregações não servem, elas são vaidades". Foi o que disse o papa durante a sua homilia, na manhã desta terça-feira (16), na Casa Santa Marta, dia em que a Igreja recorda o papa São Cornélio, e o bispo São Cipriano, mártires.
O Evangelho do dia fala de Jesus que se aproxima de um cortejo fúnebre: uma viúva de Naim perdeu seu único filho. O Senhor realiza o milagre de trazer à vida o jovem - afirma o papa -, mas faz muito mais: ele está próximo. "Deus – dizem as pessoas - visitou o seu povo". Quando Deus visita "há algo a mais, há algo de novo", "quer dizer que a sua presença está especialmente ali”.
Jesus estava próximo, recordou o papa. "Estava próximo do povo. Deus está próximo e é capaz de entender o coração das pessoas, o coração do seu povo. Então, o Senhor vê aquele cortejo, e se aproxima. Deus visita o seu povo, em meio a seu povo, e se aproxima. Proximidade: é o modo de Deus. Depois, há uma expressão que se repete na Bíblia, muitas vezes: ‘O Senhor, movido de grande compaixão’. A mesma compaixão que, diz o Evangelho, teve quando viu tantas pessoas como ovelhas sem pastor. Quando Deus visita o seu povo, Ele está próximo, Ele se aproxima e sente compaixão: comove-se".

O Senhor – continuou o Papa Francisco - ficou profundamente comovido, como tinha ficado diante do túmulo de Lázaro.  Assim como também ficou comovido o pai, “quando viu voltar para casa o filho pródigo”. “Proximidade e compaixão: assim o Senhor visita o seu povo. E quando nós queremos anunciar o Evangelho, levar adiante a Palavra de Jesus, o caminho é esse. O outro caminho é o dos mestres, dos pregadores do templo: os doutores da Lei, os escribas, os fariseus... Afastados do povo, falavam...bem: falavam bem. Ensinavam a Lei, bem. Mas afastados. E isto não era um olhar do Senhor: era outra coisa. O povo não sentia isso como uma graça, porque faltava a proximidade, faltava a compaixão, isto é, sofrer com o povo.”

E tem outra palavra – sublinhou o papa – que é própria de quando o Senhor visita o seu povo: "O morto se sentou e começou a falar, e ele – Jesus – o restituiu à sua mãe". “Quando Deus visita o seu povo, restitui ao povo a esperança. Sempre. Pode-se pregar a Palavra de Deus brilhantemente: encontramos grandes pregadores na história. Mas se estes pregadores não conseguem semear a esperança, essa pregação não serve. É vaidade!”

Olhando Jesus que restituiu à mãe o filho vivo – concluiu o papa – “podemos entender o que significa uma visita de Deus a seu povo. E pedir a graça que nosso testemunho de cristãos seja testemunho portador da visita de Deus ao seu povo, isto é, da proximidade que semeia a esperança".
SIR

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