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Papa Francisco convida a crer em Deus para sair do desespero e da morte

                       Papa abençoa uma menina ao início da Audiência Geral. Foto: Lucía Ballester / ACI Prensa
VATICANO, 29 Mar. 17 / 09:30 am (ACI).-Por Álvaro de Juana- Na catequese desta quarta-feira na Audiência Geral, o Papa Francisco recordou a figura de Abraão, “Pai da fé”, que acreditou contra toda esperança, confiou e descobriu que Deus faz sair do desespero.
Abraão também “é pai na esperança e isso porque em sua vida já podemos acolher o anúncio da ressurreição, da vida nova que vence o mal e a própria morte”.
“O Deus que se revela a Abraão é o Deus que salva, o Deus que faz sair do desespero e da morte, o Deus que chama à vida. Na história de Abraão, tudo se torna um hino ao Deus que liberta e regenera, tudo se torna profecia”.
O Papa comentou a carta de São Paulo aos Romanos, que diz que Abraão, “acreditou, sólido na esperança, contra toda esperança”, dado que Deus lhe tinha prometido descendência embora fosse idoso e sua mulher estéril. “Neste ponto, Paulo nos ajuda a compreender a relação muito estreita entre a fé e a esperança”, acrescentou.
“Nossa esperança não se apoia sobre raciocínios, previsões e garantias humanas, se manifesta lá onde não há mais esperança, onde não há nada mais a esperar, precisamente como ocorreu com Abraão, diante da sua morte iminente e da esterilidade da sua mulher Sara”.
Francisco assegurou que “a grande esperança está enraizada na fé e precisamente por isso é capaz de ir além de qualquer esperança. Sim, porque não se baseia em nossa palavra, mas na Palavra de Deus”,
“Neste sentido somos chamados a seguir o exemplo de Abraão, o qual mesmo diante da evidência de uma realidade que parece voltada à morte, confia em Deus”.
“Este é o paradoxo e, ao mesmo tempo, o elemento mais forte, mais elevado, da nossa esperança! Uma esperança baseada em uma promessa que do ponto de vista humano parece incerta e imprevisível, mas que se manifesta até mesmo diante da morte, quando quem a promete é o Deus da Ressurreição e da vida”.
O Santo Padre concluiu pedindo a Deus “a graça de permanecer firmes não tanto em nossas seguranças, em nossas capacidades, mas na esperança que brota da promessa de Deus, como verdadeiros filhos de Abraão”. Assim, “nossa vida terá uma nova luz, na certeza de que Aquele que ressuscitou o seu Filho ressuscitará a nós também, tornando-nos uma só coisa com Ele, junto de todos os nossos irmãos na fé”.
ACIdigital
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Papa Francisco convida a experimentar o estupor que o encontro com Jesus gera

VATICANO, 31 Jan. 17 / 09:00 am (ACI).Por Miguel Pérez Pichel- O Papa Francisco convidou os cristãos a se surpreender pelo encontro com Jesus, a experimentar o estupor que produz em cada um ao ver Jesus com o olhar fixo nos problemas que as pessoas sofrem.
Durante a homilia da Missa celebrada hoje na Casa Santa Marta, o Santo Padre comentou o Evangelho de São Marcos, no qual conta dois milagres de Jesus. Por um lado, a ressurreição da filha de Jairo, um dos chefes da sinagoga. Por outro lado, a cura uma mulher idosa que tem hemorragias há doze anos e foi curada ao tocar manto de Jesus.
Estes dois exemplos, explicou o Pontífice, ilustram a importância que o Senhor dá aos nossos problemas: grandes e pequenos. “O olhar de Jesus passa do grande ao pequeno. Assim olha Jesus: olha para nós, todos, mas vê cada um de nós”.
“Olha os nossos grandes problemas, percebe as nossas grandes alegrias e vê também as nossas pequenas coisas, porque está perto de nós. Jesus não se assusta com as grandes coisas e leva em conta também as pequenas. Assim olha Jesus”.
Em seguida, Francisco recordou que Jesus “estava sempre no meio da multidão. Não está com os guardas que fazem escolta, para que ninguém o toque. Não! Ele fica ali, comprimido entre as pessoas. E toda vez que Jesus saia, tinha mais gente. Ele não buscava a popularidade”.
“Procurava outra coisa: procurava as pessoas. E as pessoas o procuravam. O povo tinha os olhos presos Nele e Ele tinha os olhos presos nas pessoas. Esta é a peculiaridade do olhar de Jesus. Jesus não massifica as pessoas; Ele olha para cada um”.
O Santo Padre encorajou a não ter medo de cruzar o nosso olhar com o de Jesus: "Vou, vejo Jesus, caminho avante, fixo o olhar em Jesus e o que vejo? Que Ele tem o olhar sobre mim! E isto me faz sentir um grande estupor: é a surpresa do encontro com Jesus. Mas não tenhamos medo!”.
“Não tenhamos medo, assim como não o teve aquela senhora que foi tocar o manto de Jesus. Não tenhamos medo! Corramos neste caminho, com o olhar sempre fixo em Jesus. E teremos esta bela surpresa, que nos encherá de estupor. O próprio Jesus com os olhos fixos em mim”.
Evangelho comentado pelo Papa Francisco:
Marcos 5, 21-43
Naquele tempo, 21Jesus atravessou de novo, numa barca, para outra margem. Uma numerosa multidão se reuniu junto dele, e Jesus ficou na praia. 22Aproximou-se, então, um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Quando viu Jesus, caiu a seus pés, 23e pediu com insistência: “Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!”
24Jesus então o acompanhou. Numerosa multidão o seguia e comprimia. 25Ora, achava-se ali uma mulher que, há doze anos, estava com hemorragia; 26tinha sofrido nas mãos de muitos médicos, gastou tudo o que possuía, e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais.
27Tendo ouvido falar de Jesus, aproximou-se dele por detrás, no meio da multidão, e tocou na sua roupa. 28Ela pensava: “Se eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”. 29A hemorragia parou imediatamente, e a mulher sentiu dentro de si que estava curada da doença. 30Jesus logo percebeu que uma força tinha saído dele. E, voltando-se no meio da multidão, perguntou: “Quem tocou na minha roupa?” 31Os discípulos disseram: “Estás vendo a multidão que te comprime e ainda perguntas: ‘Quem me tocou’?”
32Ele, porém, olhava ao redor para ver quem havia feito aquilo. 33A mulher, cheia de medo e tremendo, percebendo o que lhe havia acontecido, veio e caiu aos pés de Jesus, e contou-lhe toda a verdade. 34Ele lhe disse: “Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada dessa doença”.
35Ele estava ainda falando, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, e disseram a Jairo: “Tua filha morreu. Por que ainda incomodar o mestre?” 36Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da sinagoga: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” 37E não deixou que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e seu irmão João. 38Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e como estavam chorando e gritando.
39Então, ele entrou e disse: “Por que essa confusão e esse choro? A criança não morreu, mas está dormindo”. 40Começaram então a caçoar dele. Mas, ele mandou que todos saíssem, menos o pai e a mãe da menina, e os três discípulos que o acompanhavam. Depois entraram no quarto onde estava a criança. 41Jesus pegou na mão da menina e disse: “Talitá cum” — que quer dizer: “Menina, levanta-te!” 42Ela levantou-se imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos. E todos ficaram admirados. 43Ele recomendou com insistência que ninguém ficasse sabendo daquilo. E mandou dar de comer à menina.
fonte acidigital
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Quem poderá conhecer os desígnios de Deus?

Esta é a grande questão que se põem homens e mulheres que creem
Por Marcel Domergue*
No evangelho deste domingo, Jesus se volta para os que o seguem, buscando desiludi-los.
Referências bíblicas
1ª leitura: “Quem pode imaginar o desígnio do Senhor?” (Sabedoria 9,13-18)
Salmo: 89(90) - R/ Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.
2ª leitura: “Recebe-o, não mais como um escravo, mas como um irmão querido” (Filêmon 9-10.12-17)
Evangelho: “Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14,25-33)

Grandes multidões
O que estariam buscando todas estas pessoas que seguiam o Cristo, no caminho para Jerusalém? Muitos imaginavam que, sendo capaz de realizar tantas curas e prodígios, iria tomar o poder. O episódio dos Ramos vai exatamente neste sentido. Assim como a reflexão dos dois discípulos com quem Jesus foi se encontrar, no caminho de Emaús: «Nós esperávamos que fosse ele quem redimiria Israel».
No evangelho de hoje, Jesus se volta para os que o seguem, buscando desiludi-los. Revela-lhes não estarem indo para «restaurar a Realeza em Israel» (Atos 1,6), mas para perderem tudo o que constitui as nossas vidas neste mundo, tendo em vista uma passagem, uma travessia ainda inimaginável. Um Reino, sim, mas que não é deste mundo!
Podemos nos perguntar o que esperam as multidões de cristãos que constituem a Igreja hoje, sendo que os seus responsáveis, aliás, nem sequer renunciaram ainda ao exercício de um «poder temporal». Isto explica, sem dúvida, porque as «grandes multidões» da atualidade, desiludidas pela evolução da história e constatando que Deus deixa a sua gestão totalmente aos nossos cuidados, renunciam a seguir o Cristo. E ele, no entanto, nos traça um caminho, um caminho único, que nossas histórias individuais e nossa história coletiva reproduzem.
Trata-se de nossa travessia para a Vida invulnerável de Deus. Neste caminho, devemos abandonar, uma a uma, todas as nossas bagagens. Até mesmo o que nos parece mais necessário, nos é tirado. Jesus sabe que está indo para este despojamento sem reservas, para deixar lugar livre e disponível para a vida nova. Segui-lo nos mete medo? É normal: Até mesmo Jesus, no Getsêmani, conheceu este pavor e teve de superá-lo.
O caminho da cruz
A tradução litúrgica nos diz que devemos «preferir» Jesus a tudo mais, inclusive os seres que nos são mais próximos. O texto grego fala em «odiar», o que se explica pelo fato de que as línguas semíticas, subjacentes, não conhecem o comparativo. «Preferir» é um destes, convindo melhor ao sentido das palavras de Cristo.
Com efeito, em Marcos 7,9-13, ouvimos Jesus colocar o amor ao pai e à mãe acima do caráter sagrado de uma oferenda, com a qual poderíamos vir a ajudá-los. Em Marcos 10,3-12 e Mateus 19,3-12, Jesus sublinha o caráter absoluto da união do homem e da mulher, para além das tradições e dos costumes, acima da própria Lei. Mas, então, o que significa esta «preferência» de que fala o nosso texto? Não esqueçamos que Jesus está a caminho para Jerusalém, onde deverá perder tudo, inclusive a sua própria vida.
Quer saibamos ou não, quer aceitemos ou não, estamos todos aí. As pessoas com mais idade me compreenderão bem: ao longo do tempo, vamos perdendo, uma a uma, todas as realidades que fundam a nossa vida: as nossas forças, a nossa saúde, a perfeição das nossas faculdades, o cônjuge, as nossas crianças que vão embora, viver a sua vida. Totalmente desnudados é que chegaremos ao termo que nos privará da nossa «própria vida».
Assim sendo, esta é a questão: vamos pôr toda a nossa confiança em Cristo, para além da relação um tanto idolátrica que mantemos com o que povoa a nossa existência? Superando toda a metáfora, temos de segui-lo até Jerusalém, em sua passagem pela Cruz, para nos encontrarmos com ele em sua Ressurreição. Não fechemos os olhos: é para aí que, de qualquer modo, estamos indo. Busquemos segui-lo com esta alegria que só pode vir da fé.
O que verdadeiramente desejamos?
O evangelho continua, citando o exemplo do homem que quer construir uma torre ou partir para a guerra. Trata-se da qualidade do nosso desejo. Mais exatamente, da qualidade do que desejamos de modo espontâneo. Construir uma nova torre de Babel? Medirmo-nos com quem é mais forte do que nós? Aqui, é a nossa vontade de poder que é posta em questão.
Encontramos assim a lógica das linhas precedentes: o que desejamos de fato? Escolher seguir o Cristo em seu caminho não é fácil. Já compreendemos que não foi por si mesmo que ele escolheu passar por isso. O sofrimento não vem de Deus; Deus não o quer. O que Ele quer é encontrar conosco em tudo o que a vida nos dá a suportar. São os homens que erguem as cruzes. Por pior que seja a situação que tenhamos de sofrer, Deus vem nos habitar, para nos fazer sair daí.
A obra de Deus é a ressurreição desta vida que Ele nos deu e que perdemos. Para a vida é que estamos indo. Eis aí o que temos de escolher, mesmo se no caminho devamos perder todo o resto. O nosso problema é que queremos tudo. E, nestas condições, seguir o Cristo, ser seu discípulo, é impossível, tal como sublinha a última frase do nosso evangelho. No entanto, se temos muita dificuldade em nos reunir ao Cristo em sua travessia do sofrimento dos homens, se não ousamos nem mesmo vislumbrá-la, não nos desesperemos.
Voltemos aos discípulos de Emaús: temos aí estes homens que fogem de Jerusalém, onde tudo se passa. Muitas vezes, somos semelhantes a eles, cheios de ilusões a respeito do que o Cristo veio cumprir. O próprio Cristo, no entanto, veio encontrá-los em seu mau caminho, trazendo-lhes a alegria da verdade.

Sítio Croire
*Marcel Domergue (+1922-2015), sacerdote jesuíta francês.
04/09/2016 | domtotal.com
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O Reino de Deus e as árvores

                         Árvores trazem a ideia de segurança, de que algo é inabalável e inatingível. 

                                       Deveríamos aprender com as árvores a beleza da vida.

Fabrício Veliq*
Gosto de pensar em árvores. Elas possuem suas raízes geralmente grandes, seus troncos ora grossos, ora não tão grossos assim e suas folhas verdes nas estações corretas.

Gosto de pensar que toda árvore serve para alguma coisa. Seja para dar sombra, seja para embelezar paisagens, seja para servir de ninhos aos pássaros.
Árvores geralmente são admiradas pelas flores ou frutos que produzem. Sinceramente prefiro observar as flores aos frutos, mas de toda forma, há sempre alguém admirando uma árvore em algum lugar.
Árvores trazem a ideia de segurança, de que algo é inabalável e inatingível, de que podemos repousar sobre ela e ela continuará para sempre a nos proteger do calor do sol, que sempre terá uma beleza para se ver e um fruto para comer dela.
O que gosto de pensar é que árvores assim, que trazem todas essas conotações, são as árvores que possuem as raízes profundas. Raízes que foram se estendendo para além da terra no decorrer do tempo.
Leva-se tempo para que árvores se tornem fortes e inabaláveis nas diversas tempestades e ventanias que se abate sobre elas e, não é sem perdas que essas se tornam fortes.
E assim somos nós também.
Deveríamos aprender com as árvores a beleza da vida, a consciência de que é com raízes profundas que se alcançam alturas inimagináveis e que crescimento interior leva tempo e exige a disposição de penetrar nos solos da alma e sondar-se a cada dia.
Árvores não desejam ser grandes, simplesmente crescem e se desenvolvem, tanto para baixo, quanto para cima.
Na maioria das vezes não percebemos seu crescimento para baixo, somente o crescimento para cima. E acho que isso é uma grande lição para nós.
As pessoas ao nosso redor, dificilmente perceberão o crescimento de nossas raízes, só perceberão o aparecimento de nossas flores e frutos. Mas nós devemos saber como nossas raízes tem crescido e para onde ela tem crescido e isso fará diferença nas flores e frutos que serão vistos.
Devemos estender nossas raízes para os lugares e para as pessoas que nos farão crescer e desenvolver a fim de que possamos dar frutos e flores que alimentem vidas e encante almas ao se aproximarem de nós.
Jesus certa vez comparou o reino de Deus a um grão de mostarda que mesmo sendo a menor das sementes, ao crescer se torna uma grande árvore e dá repouso às aves que fazem nela os seus ninhos. Disso podemos também tirar um grande ensinamento: de que aquilo que, muitas vezes parece imperceptível e que, muitas vezes, consideramos como insignificante, esconde em si um potencial de grande transformação e alento para diversas pessoas.
O reino de Deus, que aos olhos de muitos é visto como mera projeção de um mundo que queremos ou como tentativa de fuga da realidade que vivemos no dia a dia, na fala de Jesus, se mostra somente como devir.
No instante que vemos o grão de mostarda, somente pela fé é que conseguiremos ver a grande árvore que sairá dali. Da mesma forma, é somente pela fé que vemos, nas pequenas sementes do Reino que já se mostra, o Reino vindouro de Deus, onde Ele reinará sobre todas as coisas.
Assim, pensar em árvores e pensar no Reino de Deus nos traz outro grande ensinamento: de que a fé, aliada à esperança, nos faz, apesar de todas as dificuldades e de todas as mazelas que vemos no mundo, lutar contra as injustiças e contra o descaso contra os oprimidos, sofrer com eles em simpatia e empatia por percebermos que não é esse o Reino que há de vir.
Ao fazermos isso, lutando por justiça, por igualdade e contra toda opressão, mostramos os diversos grãos de mostarda que, aos nossos olhos, um dia se transformarão em grande árvore dando alento a todo aquele que a buscar.
* Fabrício Veliq é mestre e doutorando em teologia pela Faculdade Jesuíta de Belo Horizonte (FAJE), formado em matemática e graduando em filosofia pela UFMG.Atualmente ministra cursos de teologia no curso de Teologia para Leigos do Colégio Santo Antônio, ligado à ordem Franciscana. É protestante e ama falar sobre teologia em suas diversas conversas por aí.
31/08/2016 | domtotal.com


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Experiência de fé

             
A fé consegue fermentar a esperança, e faz com que a pessoa realize a prática da caridade.
Dentro da pedagogia litúrgica da Igreja, no terceiro domingo de agosto, celebra-se a vocação à vida religiosa. Pertencer a uma congregação religiosa não deixa de ser uma experiência de fé, tendo como ícone, a Mãe de Deus, Maria, a primeira a experimentar a fé, servindo a Jesus Cristo. A assunção de Maria reflete as consequências de quem coloca a vida como serviço desinteressado pelo irmão.
“Feliz aquele que teme o Senhor!” (Eclo 34,17). Não só Maria, a Mãe de Jesus, mas muitos vivenciaram a fé em Deus de forma incondicional. Essa prática continua hoje, mesmo que seja com formas das mais diversas possíveis. O importante é a consciência da entrega, da responsabilidade e da doação. Chegamos até a existência dos mártires da época moderna, os que não abrem mão da verdade.
A fé consegue fermentar a esperança, e faz com que a vida da pessoa realize a prática da caridade. O bem feito ao outro sai do nível da filantropia e entra na dimensão sobrenatural. É a caridade feita com fé e com esperança. São três virtudes fundamentais, porque elas elevam o ser humano a uma dignidade capaz de ultrapassar os níveis do tempo e dos condicionamentos finitos.
A grandeza e a objetividade da fé só são realmente perceptivas na generosidade do coração humano. Em outros termos, a fé é dom amoroso de Deus. Ela está presente na sensibilidade da vida, que vem da própria natureza das coisas, ou da possibilidade de divinização da criação humana e da capacidade que a pessoa tem de fazer um encontro pessoal com Jesus Cristo.
As grandes obras de Deus, que manifestam a essência da fé, se realizam na vida das pessoas mais simples. O orgulho e a vaidade sufocam sua simplicidade, porque Deus é simples a ponto de nem ter visibilidade. Aí está o mistério da fé, fazendo com que muitas pessoas não admitam a existência de Deus. Na verdade, não conseguem vê-Lo presente na beleza da criação.
Triunfo e humildade não combinam, a não ser quando nos esvaziamos de toda glória pessoal e colocamos tudo nas mãos de Deus. Fazer isso significa deixar Deus ser grande em nossa vida e experimentar a fé na prática. Realidade impossível de acontecer na arrogância injusta do poder, onde o deus-dinheiro é adorado e tomado como único caminho de felicidade humana.

CNBB 15-08-2016
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A ligação do atual pontificado com a espiritualidade franciscana

Cidade do Vaticano, 14 ago (sirnoticias@hotmail.com) –  Quer a recente visita do Papa Francisco à Porciúncula, como a sua oração silenciosa na cela de São Maximiliano Kolbe em Auschwitz - durante a visita à Polônia por ocasião da JMJ - confirmam ulteriormente a ligação do atual pontificado com a espiritualidade franciscana.
Esta é a impressão manifestada ao L’Osservatore Romano pelo Ministro Geral dos Frades Menores Conventuais, Padre Marco Tasca, que acompanhou Francisco em ambos os eventos.
“Exatamente. Na primeira “Regra” – explicou - o Pobre de Assis escreveu, no Capítulo 16, como os frades devem ir em missão. E introduziu um conceito simples: devem testemunhar que vocês se querem bem. In suma, também aqui, no centro, há a vida. Agora, oito séculos depois, também Francisco insiste nisto: o testemunho da beleza do viver como irmãos, a beleza da comunhão”.
“Eu vejo uma grande conexão entre a espiritualidade franciscana e o método missionário da Evangeliigaudium que o Papa Francisco está levando em frente”, acrescenta o frei Tasca.
“Um segundo aspecto, por outro lado, evoca o Ano Santo da Misericórdia. O Pobre de Assis pediu a Indulgência da Porciúncula, porque tinha um programa: “Quero mandar todos para o Paraíso”. “Parece-me que este seja o mesmo sonho do Papa: que todos possam encontrar o Evangelho de Deus bom e misericordioso, do Deus acolhedor e que vem ao encontro dos homens”.
Em relação à visita à Basílica Santa Maria dos Anjos, em 4 de agosto, “o Papa se fez peregrino entre os peregrinos para rezar na Porciúncula  – explicou o Ministro Geral dos Frades Menores. Esta realidade que há 800 anos concede graças, misericórdia e paz. Um gesto, o seu, de grande significado. Por meio do qual o Papa diz que rezar na Porciúncula é um caminho a ser percorrido para chegar à paz, à reconciliação, à misericórdia”.

SIR
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Igreja tem necessidade de missionários apaixonados, não de burocratas

Cidade do Vaticano, 14 ago (sirnoticias@hotmail.com) – Neste XX Domingo do Tempo Comum o Papa encontrou-se com milhares de fieis de todo o mundo na Praça São Pedro, para a tradicional Oração mariana do Ângelus. Francisco dedicou sua alocução ao fogo do Espírito Santo, inspirado na passagem de Lucas “Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso”.
“O Evangelho deste domingo faz parte dos ensinamentos de Jesus dirigidos aos discípulos durante a sua subida à Jerusalém, onde lhe espera a morte de cruz. Para indicar o objetivo de sua missão, Ele se serve de três imagens: o fogo, o batismo e a divisão. Hoje quero falar da primeira imagem, a do fogo.
Jesus a expressa com estas palavras: “Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso”. O fogo do qual Jesus fala é o fogo do Espírito Santo, presença viva e atuante em nós desde o dia do Batismo. Ele é uma força criadora que purifica e renova, queima toda humana miséria, todo egoísmo, todo pecado, nos transforma a partir de dentro, nos regenera e nos torna capazes de amar. Jesus deseja que o Espírito Santo irrompa como fogo no nosso coração, porque somente partindo do coração que o incêndio do amor divino poderá propagar-se e fazer progredir o Reino de Deus. Se nos abrirmos completamente à ação do Espírito Santo, Ele nos dará a audácia e o fervor para anunciar a todos Jesus e a sua consoladora mensagem de misericórdia e de salvação, navegando em mar aberto.
No cumprimento de sua missão no mundo, a Igreja tem necessidade de ajuda do Espírito Santo para não deixar-se frear pelo medo e pelo cálculo, para não habituar-se a caminhar dentro de fronteiras seguras. A coragem apostólica que o Espírito Santo acende em nós como um fogo nos ajuda a superar os muros e as barreiras, nos faz criativos e nos impele a colocarmo-nos em movimento para caminhar também por caminhos inexplorados ou desconfortáveis, oferecendo esperança a quantos encontramos. Somos chamados a nos tornar sempre mais comunidade de pessoas guiadas e transformadas pelo Espírito Santo, repletas de compreensão, de coração dilatado e de rosto alegre. Mais do que nunca, existe a necessidade de sacerdotes, de consagrados e de fieis leigos, com o olhar atento do apostolado, para mover-se e parar diante das dificuldades e das pobrezas materiais e espirituais, caracterizando assim o caminho da evangelização e da missão com o ritmo curador da proximidade.
Neste momento, penso com admiração, sobretudo, aos numerosos sacerdotes e religiosos que, em todo o mundo, se dedicam ao anúncio do Evangelho com grande amor e fidelidade, não raro a custo da própria vida. O exemplar testemunho deles nos recorda que a Igreja não tem necessidade de burocratas e de diligentes funcionários, mas de missionários apaixonados, imbuídos pelo ardor de levar a todos a consoladora palavra de Jesus e a sua graça regeneradora.
Peçamos a Virgem Maria para rezar conosco e por nós ao Pai celeste, para que derrame sobre todos os fieis o Espírito Santo, fogo divino que aquece os corações e nos ajude a ser solidários com as alegrias e os sofrimentos dos nossos irmãos. Nos sustente no nosso caminho o exemplo de São Maximiliano Kolbe, mártir da caridade, cuja festa recorre hoje: que ele nos ensine a viver o fogo do amor por Deus e pelo próximo”.

SIR

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Fogo sobre a terra

Por Dom Caetano Ferrari*
Jesus diz no Evangelho da Missa de hoje - Lc 12,49-53 - “Eu vim para lançar fogo sobre a terra e como gostaria que já estivesse aceso!”. É simbólico esse fogo. Mas não significa o fogo do inferno, do castigo. Simboliza o fogo do Espírito Santo, o fogo do amor a Deus e da misericórdia divina pelos feridos do mundo. Mas esse não é tampouco o fogo de uma paixão prazerosa, agradável, idílica. Significa o fogo do sofrimento resultante de uma prova dolorosa. Por esse sofrimento Jesus ficou conhecido como o Homem das dores. O contexto que explica essa fala de Jesus é o da sua viagem rumo à cidade santa, palco da sua paixão e morte. Lá, diz Ele: “Devo receber um batismo e como estou ansioso até que isso se cumpra!”. A ansiedade é um misto de angústia e de pressa para que tudo isso se realize logo, a fim de que seja cumprida a vontade do Pai e realizada a libertação e salvação da humanidade pecadora.
Jesus alerta, porém, que o tempo da salvação não será tempo de paz e tranquilidade. Ele pergunta: “Vós pensais que Eu vim trazer a paz sobre a terra?” E responde: “Pelo contrário, Eu vos digo, vim trazer a divisão”. Ele explicita que a divisão começará na própria família: Os pais contra os filhos, os filhos contra o pai ou a mãe, os filhos entre si, a sogra contra a nora e o genro contra o sogro. Depois perpassará as comunidades e as sociedades, tudo por causa do seu nome e de seu Evangelho. Assim sendo, Jesus se afirma como sinal de contradição no mundo. Aliás, para recordar que desde criança Ele foi visto como sinal de contradição lembremos que o velho Simeão, quando da apresentação de Jesus ao Templo por Maria e José, profetizou, dizendo: “Eis que este menino foi colocado para a queda e para o soerguimento de muitos em Israel, e como um sinal de contradição” (Lc 2,34). Inclusive os discípulos estão postos nesse nosso mundo como sinais de contradição.  Conforme Jesus disse que os discípulos não estão acima do Mestre, que eles também se preparem porque serão incompreendidos por muitos e deverão enfrentar os conflitos da vida cristã. Porquanto, seguir Jesus e seu Evangelho é pôr-se na contramão dos valores do mundo. Assim como diante de Jesus as pessoas e as sociedades se dividem em pró ou contra, elas se dividirão igualmente diante dos cristãos. Não obstante a rejeição e a cruz, importa que os cristãos perseverem até o fim, seguindo firmemente o Senhor. E seguindo-O bem de perto para que as chamas do fogo do Espírito Santo que saem de seu coração incendeiem os seus corações e os sustentem no bom combate pelo reino. 
Hoje é dia dos pais para ser celebrado com festa e com sentimentos de gratidão e carinho para com todos os pais, sem que nos esqueçamos das mães que tiveram o seu dia em maio. O foco de hoje é a paternidade, mas a festa leva-nos a ter presente a maternidade e, por consequência, a família. Na família há o pai e a mãe, as crianças, os jovens, os avós. A vida humana nasce de um homem e uma mulher que se amam e se unem gerando os filhos, criando-os, educando-os e encaminhando-os para que constituam depois a sua própria família. Sobre a base da família humana, conforme o plano do Criador, assim caminha a humanidade, construindo o reino rumo à vida eterna, plena e feliz. Por isso, nós cristãos, defendemos e promovemos a família. Ela é antes de tudo um projeto de Deus, não uma construção humana. Lembremo-nos como Deus criou do nada Adão e Eva e os fez de tal forma estruturados biológica, psicológica e espiritualmente e ordenados vocacionalmente para se tornarem os progenitores da humanidade; deles, portanto, descendem todos os povos. Numa outra oportunidade, Jesus recordou aos fariseus, que para pô-Lo à prova lhe perguntaram se é lícito repudiar a própria mulher, que desde o princípio, segundo o desígnio do Criador, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne: “De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não deve separar” (Mt 19, 4-6). Com base no ensinamento divino sobre a família, a Igreja elaborou uma sólida doutrina sobre o matrimônio cristão e revestiu a união conjugal com a dignidade de sacramento nupcial, mediante o qual os cônjuges recebem a graça especial que os abençoa e fortalece e os acompanha por toda a vida. É um dos dez mandamentos “Honrar o pai e a mãe”. São João Paulo II, refletindo sobre o sonho da civilização do amor e o dever de construí-la, afirmou que “O futuro da humanidade passa pela família”. Ora, não há nem haverá civilização do amor sem a família humana.    
Nesta data tem início a Semana Nacional da Família, uma promoção da Igreja no Brasil impulsionada pela CNBB. Na nossa Diocese, começa também a Semana Diocesana da Família. O Setor Família da Diocese, movimentando especialmente a Pastoral Familiar, a Pastoral Vocacional, o Setor Juventude, o ECC, as Equipes de Nossa Senhora e demais movimentos em prol da família, engaja-se com nossas Paróquias e Comunidades para apoiar e promover ações, sobretudo de oração, reflexão e serviço de caridade às famílias em geral e em particular às famílias “feridas” carentes de misericórdia. O lema desta Semana Diocesana da Família é: “A misericórdia na família é dom e missão”. A oração de base é: “Restaura nossa casa, Senhor!”. No próximo domingo, haverá pelas ruas da cidade a grande Caminhada da Família, um evento tradicional em Bauru que comemora também o segundo ano do Dia Municipal da Família. Venha com a sua família participar.
Ó Deus, nosso Pai, abençoai os que são pais e as nossas famílias. Concedei a todos nós um coração de filhos para que possamos viver e rezar com fé a oração que Jesus nos ensinou: “Pai nosso...” 

CNBB 11-08-2016
*Dom Caetano Ferrari: Diocese de Bauru.

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São Francisco da Penitência OFS Cabo Frio | by TNB ©2010