Era um dom singular e um sinal de predileção estar o soldado ornado com as mesmas armas gloriosas que cabiam unicamente ao Rei pela excelentíssima dignidade! Milagre digno de eterna memória, prodígio para ser admirado reverentemente sem cessar, porque representa aos olhos da fé o mistério em que o sangue do Cordeiro imaculado correu copiosamente pelas cinco chagas e lavou os crimes do mundo! Decoro sublime da cruz que dá vida aos mortos, cujo peso é tão leve e a ferida tão suave,que faz o corpo morto reviver e dá força ao espírito combalido! Amou-te muito aquele que ornaste com tanta glória! Glória e bênção sejam dadas só ao Deus sábio que renova os sinais e muda as maravilhas, para que a mente dos enfermos se console com as novas revelações, e para que, pela obra admirável das coisas visíveis, seu coração seja arrebatado de amor pelas coisas invisíveis! Estupendo e amável desígnio de Deus! Para não haver desculpa alguma para nossa dúvida diante da raridade do prodígio, quis primeiro realizar num habitante do céu o milagre que Ele ia fazer pouco depois num homem da terra. Certamente o Pai de misericórdia quis mostrar quanto é digno de recompensa quem procura amá-lo de todo o coração, pois o colocou numa ordem de espíritos supercelestes, mais elevada e mais perto de si.
Poderemos entender isso, sem dúvida, se à maneira do Serafim estendermos duas asas sobre a cabeça, tendo a exemplo de São Francisco intenção pura e reto modo de agir em toda obra boa e, dirigindo-as para Deus, tratarmos infatigavelmente de agradá-lo acima de tudo. Elas se juntam necessariamente para velar a cabeça, porque a retidão e a pureza de intenção não serão aceitas uma sem a outra pelo Pai das luzes, que disse: “Se o teu olho for puro, todo o teu corpo será luminoso, mas se for mau, todo o teu corpo será tenebroso”. Não é puro o olho que não vê o que deve por falta de conhecimento da verdade, ou que olha para o que não deve ver, por falta de intenção pura. No primeiro caso, não é puro mas cego, e no segundo, está claro que é mau. As penas dessas asas são o amor do Pai, que salva com misericórdia, e o temor do Senhor, que julga com inflexibilidade: elas é que devem suspender das coisas terrenas o pensamento dos eleitos, reprimindo os maus movimentos e promovendo os afetos castos.
Com duas asas deve-se voar para levar ao próximo a dupla caridade, alimentando a alma com a palavra de Deus e sustentando o corpo com a ajuda terrena. Estas asas raramente se juntam, porque é muito difícil a um só homem cumprir com essas duas tarefas.Suas penas são as diversas obras necessárias para aconselhar e ajudar o próximo.
Com as duas últimas asas, deve-se envolver o corpo despido de merecimentos, que só fica como deve quando, todas as vezes que tiver sido despido pelo pecado, se revestir da inocência da contrição e da confissão. Suas penas são os múltiplos afetos que nascem da execração do pecado e da sede de justiça.
O bem-aventurado pai São Francisco fez tudo isso com perfeição, e até reteve a figura e a forma do Serafim, porque perseverou na cruz e mereceu voar para a altura dos espíritos sublimes. Esteve sempre crucificado porque nunca fugiu de trabalho ou dor só para poder cumprir em si mesmo e consigo mesmo a vontade de Deus.
Os frades que conviveram com ele sabem, além disso, que estava todos os dias e continuamente falando sobre Jesus, e como sua conversação era doce, suave, bondosa e cheia de amor. Sua boca falava da abundância do coração, e a fonte de amor iluminado que enchia todo o seu interior extravasava. Possuía Jesus de muitos modos: levava sempre Jesus no coração, Jesus na boca, Jesus nos ouvidos, Jesus nos olhos, Jesus nas mãos, Jesus em todos os outros membros.
Quantas vezes, ao sentar-se para almoçar, ouvindo ou falando ou pensando em Jesus, esquecia-se do alimento corporal e, como lemos a respeito de um santo: “Vendo, não via; ouvindo, não ouvia”. Também foram muitas as vezes em que estava viajando e, pensando em Jesus ou cantando para ele, esquecia-se do caminho e convidava todos os elementos para louvarem a Jesus. E porque conservava sempre com amor admirável em seu coração Jesus crucificado, foi marcado por seu sinal com uma glória superior à de todos os outros. Contemplava-o, em êxtases, sentado numa glória indizível e incompreensível à direita do Pai, com o qual, ele mesmo, Filho do Altíssimo, e igualmente altíssimo, na unidade do Espírito Santo vive e reina, vence e impera, Deus eternamente glorioso por todos os séculos dos séculos. Amém.
Poderemos entender isso, sem dúvida, se à maneira do Serafim estendermos duas asas sobre a cabeça, tendo a exemplo de São Francisco intenção pura e reto modo de agir em toda obra boa e, dirigindo-as para Deus, tratarmos infatigavelmente de agradá-lo acima de tudo. Elas se juntam necessariamente para velar a cabeça, porque a retidão e a pureza de intenção não serão aceitas uma sem a outra pelo Pai das luzes, que disse: “Se o teu olho for puro, todo o teu corpo será luminoso, mas se for mau, todo o teu corpo será tenebroso”. Não é puro o olho que não vê o que deve por falta de conhecimento da verdade, ou que olha para o que não deve ver, por falta de intenção pura. No primeiro caso, não é puro mas cego, e no segundo, está claro que é mau. As penas dessas asas são o amor do Pai, que salva com misericórdia, e o temor do Senhor, que julga com inflexibilidade: elas é que devem suspender das coisas terrenas o pensamento dos eleitos, reprimindo os maus movimentos e promovendo os afetos castos.
Com duas asas deve-se voar para levar ao próximo a dupla caridade, alimentando a alma com a palavra de Deus e sustentando o corpo com a ajuda terrena. Estas asas raramente se juntam, porque é muito difícil a um só homem cumprir com essas duas tarefas.Suas penas são as diversas obras necessárias para aconselhar e ajudar o próximo.
Com as duas últimas asas, deve-se envolver o corpo despido de merecimentos, que só fica como deve quando, todas as vezes que tiver sido despido pelo pecado, se revestir da inocência da contrição e da confissão. Suas penas são os múltiplos afetos que nascem da execração do pecado e da sede de justiça.
O bem-aventurado pai São Francisco fez tudo isso com perfeição, e até reteve a figura e a forma do Serafim, porque perseverou na cruz e mereceu voar para a altura dos espíritos sublimes. Esteve sempre crucificado porque nunca fugiu de trabalho ou dor só para poder cumprir em si mesmo e consigo mesmo a vontade de Deus.
Os frades que conviveram com ele sabem, além disso, que estava todos os dias e continuamente falando sobre Jesus, e como sua conversação era doce, suave, bondosa e cheia de amor. Sua boca falava da abundância do coração, e a fonte de amor iluminado que enchia todo o seu interior extravasava. Possuía Jesus de muitos modos: levava sempre Jesus no coração, Jesus na boca, Jesus nos ouvidos, Jesus nos olhos, Jesus nas mãos, Jesus em todos os outros membros.
Quantas vezes, ao sentar-se para almoçar, ouvindo ou falando ou pensando em Jesus, esquecia-se do alimento corporal e, como lemos a respeito de um santo: “Vendo, não via; ouvindo, não ouvia”. Também foram muitas as vezes em que estava viajando e, pensando em Jesus ou cantando para ele, esquecia-se do caminho e convidava todos os elementos para louvarem a Jesus. E porque conservava sempre com amor admirável em seu coração Jesus crucificado, foi marcado por seu sinal com uma glória superior à de todos os outros. Contemplava-o, em êxtases, sentado numa glória indizível e incompreensível à direita do Pai, com o qual, ele mesmo, Filho do Altíssimo, e igualmente altíssimo, na unidade do Espírito Santo vive e reina, vence e impera, Deus eternamente glorioso por todos os séculos dos séculos. Amém.
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