O Tesouro da Eucaristia

sábado, 15 de maio de 2010


Assim , suplico a todos vós, Irmãos, beijando-vos os pés e com a caridade com que posso, que manifesteis toda a reverência e toda honra que puderdes ao santíssimo corpo e sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, no qual foram reconciliadas e pacificadas com Deus todas as coisas que há nos céus e na terra” (Carta de São Francisco a toda a Ordem, 12-13).

Francisco ama ternamente a Eucaristia e respeita os sacerdotes porque somente eles colocam sobre o altar a única visibilidade que temos de Cristo na terra, que é seu corpo e sangue.

Estamos vivendo o Ano Sacerdotal, já encaminhando-se para seu encerramento e, também vivemos nestes dias, de 13 a 16 de maio, o XVI Congresso Eucarístico Nacional, cujo tema é: “EUCARISTIA, PÃO DA UNIDADE DOS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS”.Todos os cristãos são convocados e convidados a participar da CEIA DO SENHOR e da renovação incruenta do SACRIFÍCIO DE JESUS, ao menos uma vez por semana. Fazêmo-lo no dia do sol, dia do Senhor, dia em que o Senhor ressuscitou, no domingo. Muitos de nós, na medida do possível, temos o hábito de nos alimentar do Pão da vida todos os dias. Sempre cuidando que a repetição do gesto não se torne rotina vazia.

EUCARISTIA quer dizer AÇÃO DE GRAÇAS.. Os cristãos se reúnem para render graças pela vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus. Na celebração torna-se presente o mistério pascal. Jesus pediu que tomássemos o pão e o vinho e o fizéssemos em sua memória. O PÃO e o VINHO passam a ser, no regime dos sacramentos, o CORPO e SANGUE.
O PÃO e o CÁLICE elevados são o CRISTO que se oferece ao Pai por nós incruentamente. Renova-se o Sacrifício da REDENÇÃO.
Jesus se faz presente logo no INÍCIO da celebração: quando dois ou três se reúnem em nome dele verifica-se sua presença. O próprio celebrante aponta para Cristo, Ele no altar, age na PESSOA de Cristo. Jesus se faz presente ainda nas leituras proclamadas, nos textos do Antigo e Novo Testamento. O próprio salmo responsorial aponta para Ele. Durante a celebração nosso interior começa a arder, como ardeu o interior dos discípulos de Emaús no momento em que o misterioso Peregrino lhes explicava as Escrituras. Pela VOZ do sacerdote e pela AÇÃO do Espírito Santo nossas ofertas se transformam no CORPO e no SANGUE de Jesus. Os fiéis, devidamente preparados,, com compreensão do sentido da Eucaristia entram em comunhão com o Cristo vivo e ressuscitado. Participam do banquete do PÃO DA VIDA, provam como é BOM o Senhor e deixam que a realidade de Cristo impregne suas vidas. Quem se ALIMENTA desse Pão viverá para sempre.

Referindo-se ao momento da COMUNHÃO, Cirilo de Jerusalém, em suas Catequeses Mistagógicas, assim se exprime: “Quando te aproximares, não avances com as palmas das mãos estendidas nem os dedos separados, mas faz de tua mão esquerda um trono para a mão direita, porque esta receberá o Rei, e na palma de tua mão recebe o Corpo de Cristo, dizendo: Amém. Cuidadosamente santifica teus olhos, fixando o Corpo santo, depois recebe-o e cuida para que nada se perca”.

Num tempo de incertezas vale aqui transcrever palavras de João Paulo II a respeito da PRESENÇA REAL de Cristo no Pão da Vida: “A reprodução sacramental na santa missa do Sacrifício de Cristo coroado por sua ressurreição implica numa presença muito especial, que – para usar as palavras de Paulo VI – chama-se real, não a título exclusivo como se as outras presenças não fossem reais, mas por excelência, porque é substancial, e porque ela torna presente Cristo completo, Deus e homem. Reafirma-se assim, a doutrina sempre válida do Concílio de Trento: Pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de nosso Senhor e de toda a substância do vinho na substância de seu sangue; a esta mudança, a Igreja católica chama de modo conveniente e apropriado, transubstanciação. Verdadeiramente a Eucaristia é mysterium fidei, mistério que supera os nossos pensamentos e só pode ser aceita pela fé, como lembram freqüentemente as catequeses patrísticas sobre este sacramento divino. “NÃO hás de ver – exorta São Cirilo de Jerusalém – o pão e o vinho (consagrados) simplesmente como elementos naturais; porque o Senhor disse EXPRESSAMENTE que são o seu corpo e o seu sangue: a fé assegura-te ainda que os sentidos possam sugerir-te outra coisa” (João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia, nº 15).

O Papa chama atenção para certos ABUSOS verificados nos últimos tempos no tocante ao tema da Eucaristia: “Temos a lamentar, infelizmente, que sobretudo a partir dos anos da reforma litúrgica pós-conciliar, por um ambíguo sentido de criatividade e adaptação , não faltaram abusos, que foram motivo de sofrimento para muitos. Uma certa reação contra o formalismo levou alguns, especialmente em determinadas regiões, a considerarem não obrigatórias as “formas escolhidas pela grande tradição litúrgica da Igreja e de seu magistério e a introduzirem inovações não autorizadas e muitas vezes completamente impróprias (nº 52). Em outro lugar o Papa lembra que em alguns lugares verifica-se o ABANDONO quase completo do culto de ADORAÇÃO EUCARÍSTICA (cf. nº 10).

Sempre que possível todos, leigos e sacerdotes, haverão de se PREPARAR para a celebração tomando CONSCIÊNCIA da grandeza dos gestos que serão colocados. Evitar-se-á barulho na sacristia e nos arredores. Não se pode deixar de fazer a ação de graças após a comunhão. Escolher-se-ão os cantos adaptados. Cuidar-se-á que tudo aquilo que serve o altar seja de bom gosto, sempre digno. A MISSA não é um show, mas uma CELEBRAÇÃO DE FÉ.

Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

1 comentários:

Fabíola disse...

O blog está lindo, parabéns!

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