"Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça". (São Boaventura)Nasceu pelo ano de 1218, em Bagnoregio na Estrúria. Estudou Filosofia e Teologia em Paris. Laureado Mestre, ensinou seus confrades da Ordem dos Menores com grande competência e proveito. Eleito Ministro Geral de sua Ordem, governou com sabedoria e prudência. Feito cardeal bispo de Albano, morreu em Lion na França, no ano de 1274. Escreveu muitas obras sobre assuntos de Filosofia e Teologia.
Festa : 15 de julho
São propostas três leituras para onde for celebrada como Solenidade; celebrada como Festa, escolhe-se a primeira ou a segunda leitura.
Primeira Leitura Sb 8, 2-7.16-18
"Iniciado na própria ciência de Deus"
Salmo de Meditação Sl 15, 5-9.11
R. Eis por que meu coração está em festa.
Ó Senhor sois minha herança e minha taça,
meu destino está seguro em vossas mãos!
Foi demarcada para mim a melhor terra
e eu exulto de alegria em minha herança!
Eu bendigo o Senhor, que me aconselha,
e até de noite me adverte o coração.
Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,
pois se o tenho a meu lado não vacilo.
Eis por que meu coração está em festa,
minha alma rejubila de alegria
e até meu corpo no repouso está seguro.
Vós me ensinais vosso caminho para a vida;
junto de vós, felicidade sem limites,
delícia eterna e alegria ao vosso lado!
Segunda Leitura 1 Cor 2, 6-13
"Uma sabedoria predistinada por Deus antes dos séculos para nossa glória".
Aclamação ao Evangelho Dn 12, 3.14-16
Os que tiverem sido inteligentes fulgirão com o brilho do firmamento, e os que tiverem introduzido muitos nos caminhos da justiça luzirão, como as estrelas, com um perpétuo resplendor. Aleluia.
Evangelho Mt 5, 13-19
"Vós sois a luz do mundo".
Evangelho de Jesus Cristo Segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
Vós sois o sal da terra. Mas se o sal se estragar, com que se salgará? Já não servirá para nada a não ser para ser jogado fora e pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo. Não é possível esconder uma cidade situada no cimo de um monte, nem se acende uma candeia para pôr debaixo de uma vasilha mas num candelabro para que alumie todos os da casa. É assim que deve brilhar vossa luz diante dos homens, para que vejam as boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está no céu.
Não penseis que vim abolir a Lei ou os Profetas. Não vim abolir mas sim consumar. Pois em verdade vos digo: até passar céu e terra, não passará um jota ou um til da Lei sem que tudo se cumpra. Quem, pois, lhe violar um dos menores preceitos e assim ensiná-la aos outros, será declarado o menor no reino dos céus; mas quem os praticar e ensinar, será declarado grande no reino dos céus.
-Palavra da Salvação.
Um pouco mais da vida de São Boaventura:
João de Fidanza, filho de João de Fidanza e Maria Ristelli, nasceu em Bagnoregio, do distrito de Viterbo, dos Estados Pontifícios, em 1221. Curou-se na infância de grave doença, depois de uma invocação a São Francisco de Assis feita por sua mãe, a que faz referência o próprio São Boaventura (Sermo de B. Francisco, serm.3).
Pelo ano 1234 seguiu para a Faculdade das Artes, de Paris, onde se graduava pelo ano 1240. Ingressou aos 17 anos na Ordem dos Franciscanos, onde assumiu o nome de Boaventura. Talvez estivesse motivado pela devoção a São Francisco que lhe vinha da infância, e ainda pela admiração a Alexandre de Hales, por quem se deixara orientar doutrinariamente, enfim pelo apreço em que levava o espírito da Ordem, como se infere de suas mesmas palavras.
Pelo ano 1234 seguiu para a Faculdade das Artes, de Paris, onde se graduava pelo ano 1240. Ingressou aos 17 anos na Ordem dos Franciscanos, onde assumiu o nome de Boaventura. Talvez estivesse motivado pela devoção a São Francisco que lhe vinha da infância, e ainda pela admiração a Alexandre de Hales, por quem se deixara orientar doutrinariamente, enfim pelo apreço em que levava o espírito da Ordem, como se infere de suas mesmas palavras.
A teologia a estudou provavelmente sob Alexandre de Hales (+ 1245), porque o chama de pai e mestre. Boaventura principia o magistério em 1248 como bacharel bíblico, com o Comentário ao Evangelho de S. Lucas; conforme os estatutos da Universidade, dois anos depois, como bacharel sentenciário, explicaria a Sentenças, o que teria feito, então, em 1250 e 1251; na mesma sequência deveria chegar ao doutorado em teologia em 1253. Frente às dificuldades criadas então aos religiosos, parece que Boaventura só conseguiu o reconhecimento do título em 1257.
Mas, abandonou exatamente, então, o magistério, passando então ao posto de Geral da Ordem franciscana; tinha 36 anos. Dedicou-se à causa da Ordem, à sua espiritualidade e à pregação em geral. Em 1273 foi feito cardeal e bispo de Albano.
Exerceu especiais incumbências no Concílio de Lyon, quando foi conseguida a união com a Igreja Grega (6-7-1274), a qual todavia foi precária. Oito dias após o Concílio faleceu o cardeal (14-7-1274). Foi canonizado em 1482 e declarado doutor da Igreja em 1587.
Boaventura chegara mais cedo a Paris que São Tomás; enquanto o primeiro se graduava em artes em Paris em 1240, Tomás chegará a Paris em 1245, para seguir em 1248 para Colônia. Boaventura completa o tirocínio para a conquista do grau de mestre em 1253, Tomás, que retornara a Paris, lecionou ali de 1252 a 1259, depois seguindo para a Itália (1259-1268).
Cessou, porém o magistério de Boaventura em 1257. Entretanto Boaventura não paralisou as suas preocupações intelectuais. Foi a um tempo, um homem de estudo, de ação e além de místico. Não participou das controvérsias tomistas de 1270, mas apoiou tacitamente a oposição, que era agostiniana. A obra literária de S. Boaventura é relativamente grande, principalmente tendo em consideração que lecionou apenas 10 anos (1248-1257), de quando datam os livros do tipo escolar.
São de interesse filosófico: Comentários sobres as Sentenças (c. 1248-1255); Quaestiones disputates, sendo 7 De scientia christi, 8 de Mysterio Trinitatis, 4 de perfectione evangelica; Itinerarium mentis ad Deum (1259); Breviloquium (antes de 1257); De reductione artium ad theologiam; e os tratados sobre os Tópicos, Meteoros, e De generatione de Aristóteles. Deixou também numerosos sermões e escritos de natureza mística. São Boaventura morreu no dia 15 de Julho do ano de 1274.
ORAÇÃO - Concedei-nos, Pai todo-poderoso, que, celebrando a festa de São Boaventura, aproveitemos seus preclaros ensinamentos e imitemos sua ardente caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


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