PORCIÚNCULA - DIA DO PERDÃO DE ASSIS

domingo, 1 de agosto de 2010


Lugar fontal para a nossa mística. Santa Maria dos Anjos: berço da fraternidade! Aqui começou a vida e o amor mútuo. Um santuário mariano-franciscano, lugar – santo, dos mais freqüentados em todo o mundo. É um espaço para rezar, refletir, purificar, encher-se de graça e iniciar novamente o caminho.

Se Assis é a “capital do espírito”, Porciúncula é um lugar necessário a toda humana criatura de nosso tempo: uma etapa, uma luz sobre o caminho. Ali emana um único fascínio: a mensagem pulsante do Evangelho, alegria, serenidade, simplicidade, fidelidade, pobreza...

Foi edificada no século X, no ano de 1045. Pertencia aos monges beneditinos do monte Subásio que ali alimentavam uma “pequena porção” de santuário.

O que é o santuário? É um lugar sagrado onde a presença de Deus se manifesta. O mistério presente da divindade é que determina o lugar do culto.

Santuário é lugar e não museu arqueológico a mostrar e conservar memórias e glórias mumificadas do passado. Ali os acontecimentos passados são vivos e presentes: ali viveu Francisco, ali passou Clara, ali morreu o Poverello. Francisco e Clara continuam a ser mais vivos que nunca e a sua escolha de Amor é que marca definitivamente o lugar. Ali a Fraternidade se faz encontro,cresce,contagia e se comunica. (Cfr 1 Cel 106)

Em 1210 Francisco pede ao bispo de Assis e depois aos Cônegos de São Rufino alguma igrejinha para cuidar. A resposta é negativa. Vai então ao abade do mosteiro de São Bento, Dom Teobaldo. Este, com o consenso da comunidade monacal, concede a Francisco e a seu primeiros companheiros a Porciúncula para o simples uso e moradia. Só pedem uma condição: se a religião constituída por Francisco crescer, a Porciúncula seja a casa-mãe.

Dom recebido Dom dividido. A casa fundada sobre o sólido alicerce da Pobreza ganha um sinal: por graça e gratidão ao bem feito pelos beneditinos, há o gesto da retribuição: cada ano os frades mandavam aos monges um cesto cheio de peixes. Os monges agradeciam com um vaso cheio de óleo. LTC 56; LP 8.

Porciúncula:

experiência primitiva de Fraternidade
lugar reconstituído com o trabalho manual
próximo aos bosques
próximo aos leprosários
pequenas celas para a moradia
primeiro encontro com o Evangelho (Mt 10,5-15)
ali o encontro do rumo definitivo na vida (1 Cel 21;LM 2,8;Lm 1,9;1 Cel 44)
os primeiros companheiros Bernardo e Pedro vêm morar ali
Bernardo, Pedro, Egídio e Francisco partem dali para a primeira missão
a fraternidade cresce e encontra seu espaço
é o santuário da missão ( 1 Cel 22;LM 3,1: LTC 25: Lm3,7;Fior13)
No dia 19 de março de 1211/1212, chega a Porciúncula, a nobre jovem Clara de Faverone.
Em julho de 1216, Francisco consegue do Papa Honório III a Indulgência ou o Perdão da Porciúncula.
É um lugar muito elogiado. (1 Cel 106; LP 8-12:LM 2,8)
Lugar dos Capítulos. Ali se realizou o famoso Capitulo das Esteiras – 1221. (LTC 57-59; AP 18,37-39; LP 114, Fior 18)
Clara vai à Porciúncula visitar Francisco. Comem juntos num luminoso banquete espiritual. (Fior 15)
A irmã Jacoba de Settesoli, amiga de Francisco, chega pouco antes de sua morte, trazendo doce conforto. ( EP112;LP101;Cel 37-39)
A irmã morte visita Francisco ( 2 Cel 214-217; LM 14,3-6;LTC 68;LP 64)

Ensinamentos da Porciúncula:

momento culminante da mudança radical de Francisco
não teve dúvidas que o Senhor tinha suas exigências
acolher o Evangelho, escutar o outro (a),percorrer o caminho proposto
lugar de penitência e serviço
ensina que todos devemos ser criativos (as) para fazer renascer a simplicidade primitiva.
santuário da missão: enviar, regressar, fortalecer e orar.
• capítulo: momento privilegiado de encontro

Por Vitório Mazzuco- frei

O PERDÃO DE ASSIS - INDULGÊNCIA DA PORCIÚNCULA
Vale da Úmbria na Itália, proximidades de Assis. Silenciosa e estrelada noite de julho de 1216. No interior da pequena capela de Nossa Senhora dos Anjos, ajoelhado sobre a terra nua, São Francisco rezava. Vai adiantada a noite no bosque da Porciúncula quando, Francisco absorto em profunda oração, percebe a doce presença de Jesus que lhe fala: “O que de melhor queres para a salvação das almas?”. Sem hesitar Francisco responde: “Que a todos quantos, arrependidos e confessados, vierem visitar esta capela, lhes concedas amplo e generoso perdão, com completa remissão de todas as suas culpas”.

O Senhor lhe responde: “Acolho a tua prece, com a condição de que peças ao meu vigário na terra, confirmação dessa indulgência”.
Na manhã seguinte, Francisco dirige-se à Perúgia ao encontro de Honório III que lhe concede a inusitada indulgência nestes termos: “Desde agora concedemos que todo aquele que entrar na Igreja de Santa Maria dos Anjos, conhecida como Porciúncula, sinceramente arrependido e confessado, seja absolvido de toda culpa e queremos que esta indulgência valha in perpetuo, por um dia somente, a começar das primeiras vésperas, incluídas nelas a noite até às vésperas do dia seguinte”.

O privilégio da grande indulgência, durante duzentos anos era exclusivo da Igreja da Porciúncula.

O Papa Sixto VI, estendeu-a em 1480 a todas as igrejas de religiosos franciscanos.

O Papa Gregório XV, em 1622, generalizou o privilégio a todas as igrejas das três Ordens Franciscanas no mundo inteiro.

O Papa Pio X concedeu a indulgência a todas as Igrejas Matrizes do mundo.

A indulgência de Assis tornou-se aplicável às almas do Purgatório por um Breve Apostólico do Papa Inocêncio Xl em 22-01-1689.

O Papa Paulo VI sobre a indulgência escreveu a carta apostólica “Sacrosancta Portiunculae Eclesia” em 1966.

Para lucrar o Perdão de Assis o orante deve ter se confessado recentemente e comungar durante o período próprio da indulgência. As orações devem ser feitas no período que vai do meio-dia do dia 1 de agosto até à meia-noite do dia 2 de agosto. Esta indulgência pode ser lucrada “toties quoties”, isto é, tantas vezes quantas se visitar a igreja durante o período.
A cada visita reza-se na intenção do Papa o Pai Nosso e o Credo. Podemos pedir por nós mesmos (uma vez) e por aqueles já falecidos.

Divulgue o Perdão de Assis.

Esta indulgência é de grande utilidade para o povo de Deus. Motivados por ela somos levados ao sacramento da confissão, da comunhão e à contrição do coração, bem como à emenda dos pecados. É a redescoberta da vida de oração e prática da santidade. É momento forte de conversão para uma Vida Plena.
(ver o Diretório Litúrgico, dia 2 de agosto)
Província Franciscana Ma/Pi























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