OS MÁRTIRES COREANOS - STO ANDRÉ KIM TAEGÓN, PRESBÍTERO, E PAULO CHÓNG HASANG, E SEUS COMPANHEIROS

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A Igreja celebra  no dia 20 de setembro a memória destes santos mártires da Coréia.
O primeiro fator de evangelização é o testemunho. Esta verdade aplicou-se muito bem na implantação do cristianismo na Coréia, tendo a Igreja seu coroamento mais glorioso com a canonização de 103 mártires coreanos, feita pelo Papa João Paulo II, em sua histórica visita a Seul em maio de 1984.


O Evangelho entrou e foi difundido na  Coréia através de leigos e, é caso quase único. Na China um livro do missionário Mateu Ricci com o título "O verdadeiro sentido de Deus" despertou o interesse e a sede de conhecer a doutrina cristã em alguns letrados, que encarregaram Yi Sung-Hun, filho do embaixador coreano na China, de procurar mais documentos sobre a religião de Cristo. Ele procurou o Bispo de Pequim, que o catequizou e batizou. De volta à Coréia em 1784 este jovem cristão começou a catequizar os amigos, tornando-se o primeiro missionário de sua terra.

"Brilhe vossa luz perante os homens de modo que vendo vossas boas obras glorifiquem vosso Pai que está nos céus".(Mt 5,16)

Surgiu a primeira comunidade cristã e, os fiéis começaram a irradiar a fé de aldeia em aldeia e, mesmo num ambiente hostil, pela força do testemunho, conseguiram multiplicar-se em mais de dez mil no prazo de dez anos.
Uma comunidade bem firmada e fervorosa, mesmo sem pastores, foi conduzida e animada por leigos até o ano de 1836, quando os primeiros missionários provenientes da França entraram furtivamente na região.

Assim escreveram eles ao Papa suplicando que lhes enviasse um Bispo e padres, para que fosse organizada a Igreja com hierarquia e administração dos sacramentos: "Que Vossa Santidade tenha compaixão de nós. Há dez anos sofremos penas e aflições... Somos mais de dez mil que conhecem a Deus e não tivemos ainda a felicidade de termos um Bispo..." . Também por várias vezes solicitaram sacerdotes  ao Bispo de Pequim, mas não obtiveram nenhum resultado. Naquele tempo o Papa estava sendo vítima da prepotência de Napoleão e, havia a dificuldade da distância de Roma, sendo assim, somente trinta anos depois este apelo foi atendido pelo Papa Leão XII, que encarregou a Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris da Evangelização da Coréia; mais cinco anos se passaram, até 1831, quando o Padre Mauvant conseguiu entrar clandestinamente no país, e depois outros também conseguiram.

As perseguições começadas em 1791, se estenderam com intervalos até 1866.
Nas perseguições de 1839, 1846 e 1866, saíram dessa comunidade 103 santos mártires. Entre eles sobressaem o primeiro padre coreano e ardoroso pastor de almas André Kim Taegón e o grande apóstolo leigo Paulo Chóng Hasang; os demais são, na maioria, leigos, homens e mulheres, velhos, jovens e crianças, que tendo suportado o suplício do martírio, consagraram com o precioso sangue os ricos primórdios da Igreja coreana.

Vejamos estes dois exemplos de fé dos nossos mártires, encontrados nos processos que foram conservados:
Teresa Kwon respondeu ao juiz que tentava induzi-la à apostasia: "Dado que o Senhor do céu é o pai de toda a humanidade e o Senhor de toda a criação, como podeis pedir-me para o trair? Se neste mundo aquele que trair o pai ou a mãe não é perdoado, com maior razão não posso nunca trair aquele que é o Pai de todos nós!"
Ágata Ti (17 anos), e o irmão mais novo, ao receberem a falsa notícia de que seus pais tinham renegado a fé, respondeu: "Se os meus pais trairam ou não, é coisa deles. No que nos diz respeito, não podemos trair o Senhor do céu que sempre servimos".


Estes mártires escreveram com sangue as primeiras páginas da história da Igreja da própria pátria; num formidável exemplo do fruto do apostolado leigo e da graça de Deus, testemunharam uma admirável fidelidade a Cristo, com a glória do martírio. A eles bem se aplica o que escreveu o apologista Tertuliano, por volta do ano 200: "O sangue dos mártires é semente de novos cristãos".

No bicentenário do início da evangelização da Coréia, na época da canonização, havia no país l.400.000 católicos, 14 Dioceses, 1.200 sacerdotes, 3.500 religiosos e 4.500 catequistas.

Que o exemplo dos primeiros cristãos na Coréia nos inspirem a sermos verdadeiros apóstolos do Evangelho, para que o mundo todo possa crer em Deus.

Ficam para nosso próprio questionamento estas palavras de um autor : "Quem não for apóstolo, se torna apóstata da própria fé".

"Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante do meu Pai que está nos céus" (Mt 10,32).           T

ORAÇÃO
Ó Deus, criador e salvador de todas as raças, por vossa bondade, chamastes à fé a muitos irmãos na região da Coréia e os fizestes crescer pelo testemunho glorioso dos mártires André, Paulo e seus companheiros. Concedei que, pelo exemplo e intercessão deles, possamos perseverar até a morte na observância de vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
(Publicado em 20.09.2010, atualizado em 20.09.2012)

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