São Januário viveu no fim do século III, tornando-se bispo de Benevento, cidade a uns 70 Km de Nápoles. Foi bispo zeloso, bondoso, santo, como devia ser todo cristão naqueles tristes tempos de perseguição, quando ser fiel a Cristo significava estar preparado para, a qualquer momento, ser acusado, processado e entregue ao martírio.
Pelo ano 304 aconteceu a última e mais cruel perseguição contra a Igreja, sob o imperador Diocleciano. Januário foi preso com seu Diácono Sósio e mais alguns membros do clero, levado acorrentado até a Pozzuoli perto de Nápoles e, aí condenado à morte após processo.
Eles deveriam servir de espetáculo, macabro no anfiteatro, destinados a serem devorados pelos leões. Porém, a exemplo do que ocorreu com o profeta Daniel, os leões não lhes fizeram mal, conta-se que até lambiam mansamente seus pés.
"Animais e chamas são mais mansos do que muitos homens"! Deus se tornava o grande protetor. Mas Deus respeita a liberdade humana e, neste caso a solução foi a espada, sendo os mártires então degolados. Era o dia 19 de setembro do ano 305.
Alguns cristãos, piedosamente, recolheram em duas ampolas o sangue do bispo Januário e o guardaram como preciosa relíquia que viria a ser um dos mais misteriosos e incríveis milagres da Igreja Católica.

Os católicos de Nápoles conseguiram trazer as relíquias do santo para a cidade, no século V. Durante as guerras normandas, seus restos mortais foram novamente levados a Benevento e, depois, para o mosteiro de Monte Vergine. Só a partir de 1497 suas relíquias puderam retornar a Nápoles, que a partir de então passou a venerá-lo como padroeiro da cidade, protetor contra os flagelos da peste e das erupções do Vesúvio, aos pés do qual se encontra a cidade.
Atualmente elas são veneradas na Capela do Tesouro da Catedral de Nápoles, local onde é anualmente constatado e estudado o "milagre do sangue de São Januário" ou San Gennaro, como é conhecido na língua italiana. Trata-se de um milagre estupendo que se repete há séculos, quando o sangue do santo, recolhido num relicário apropriado, se torna líquido em três datas relacionadas com São Januário: no dia da trasladação dos restos para Nápoles (sábado anterior ao primeiro domingo de maio), no dia de sua festa (19 de setembro) e no dia de sua intervenção para evitar os efeitos de uma erupção do Vesúvio em 1631 (16 de dezembro).
Nestas ocasiões, durante uma brilhante cerimônia religiosa, o sangue exposto ao público se liquefaz, adquirindo de novo a aparência de recém derramado, e a coloração vermelha. O fenômeno acontece independente de temperatura determinada, passando o sangue do estado sólido duro, ao estado líquido, mudando de cor, de volume e, até de peso que duplica.Já por várias vezes aconteceu de não se realizar o milagre, fato que para os napolitanos é considerado um sinal negativo para a cidade.
Em 1902 um exame espectroscópico do conteúdo da ampola demonstrou tratar-se realmente de sangue humano.
Das muitas hipóteses formuladas, nenhuma chegou a uma explicação natural do fato, que continua um enigma para a ciência, mas não para a fé e devoção dos napolitanos.
A ciência tem livre acesso para estudar e pesquisar este fenômeno que, por ora, só a fé consegue entender e explicar.

São Januário é venerado desde o século V, mas sua confirmação canônica veio somente por meio do papa Sixto V em 1586.
ORAÇÃO
Ó Deus, que nos concedeis celebrar a memória do vosso mártir são Januário, dai que nos alegremos com ele na eterna bem-aventurança. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
São Januário, rogai por nós
(publicado em 19.9.10, republicado 19.9.12)
(publicado em 19.9.10, republicado 19.9.12)
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