Conheça um pouco da história deste fervoroso Santo Franciscano, Doutor Místico de nossa Igreja e Missionário Franciscano cuja memória é celebrada no dia 19 de outubro:
São Pedro de Alcântara, padroeiro do Brasil, patrono dos missionários leigos franciscanos.
Pedro Gavarito nasceu em Alcântara, na Espanha, em 1499, ano da publicação da Bula sobre as indulgências, que seria usada por Lutero como pretexto para sua rebelião contra Roma. De família nobre, seu pai era legista e prefeito da cidade.
Depois de estudos feitos em Salamanca, entrou para a Ordem dos Frades Menores e, ordenado sacerdote, desempenhou diversos cargos na Ordem.
Em 1554 obteve a licença de consagrar-se a uma observância mais estrita da Regra. Começou, então a acolher seguidores, aos quais iniciou numa vida de mais austera pobreza, jejum e penitência e de oração mais prolongada. Impulsionado pelo zelo das almas, dedicou-se com grande fruto à pregação. Com seus conselhos ajudou Santa Teresa de Ávila em sua atividade reformadora entre as Carmelitas.
Deixou também obras escritas, em que narra a própria experiência ascética, baseada sobretudo na devoção para com a Paixão de Cristo.
São Pedro fez tão rápidos progressos nas virtudes, sobretudo da modéstia, da castidade e da caridade para com os pobres e doentes, que com apenas vinte anos de idade foi nomeado superior do convento de Badajoz.
Tornou-se para os religiosos modelo exemplar de perfeição monástica. Franciscano de espírito e por convicção, nada mais possuía do que um hábito surrado, um breviário para as orações, um crucifixo tosco e um bastão para as viagens. As poucas horas de sono passava sentado numa cadeira ou deitado no chão. Sua alimentação era a mais parca possível e jejuava constantemente.
Foi extraordinário como pregador de missões populares e professor.
Religioso de intensa atividade, eleito provincial da Ordem, visitou todos os conventos da sua jurisdição, tendo introduzido em todos a reforma de acordo com a Regra primitiva de São Francisco e, mesmo com perseguições levou adiante esta reforma, fundando mais outros conforme o seu espírito, de tal forma que o Papa Paulo IV deu autorização para organizar na Espanha uma nova província franciscana, à qual, pouco a pouco, se afiliaram mais de 30 conventos de diversos países.
Sua virtude tornou-o célebre e acatado em toda a Europa, tendo se aconselhado com ele muitas vezes o imperador Carlos V, e tendo sido convidado também à corte de Portugal, pelo rei João III.
Influenciou a nobreza tanto da Espanha quanto de Portugal, levando muitos nobres e até príncipes e princesas, a renunciarem a seus bens ou empregá-los em favor dos pobres, fazendo votos de pobreza e castidade e praticando mortificações.
Além disso, foram inúmeros os nobres que entraram para a Ordem Terceira da Penitência, por sua influência: “A estamenha (tecido do hábito religioso) que ele usava era demais afamada para que os grandes nomes de Espanha não disputassem a honra de um pedaço sob o arminho, sob a seda ou sob a púrpura”.
Possuindo forte espírito de penitência e mortificação, cultivou intenso amor à pobreza, conforme o carisma primitivo de São Francisco de Assis e, através desta ascese chegou a altíssimo grau de oração e contemplação, com o dom de milagre.
Cultivou profunda relação de amizade espiritual com os santos do seu tempo. Dele disse Santa Teresa: "Pedro viveu e morreu como um santo e, por sua intercessão, consegui muitas graças de Deus".
Com 63 anos de idade foi-lhe revelada a hora de sua morte; encontrava-se em visita aos conventos quando adoeceu. Purificado pelos sofrimentos disse ao receber os sacramentos: "Eu me alegro nisto que me foi dito:iremos à casa do Senhor".
Assistido por Nossa Senhora e São João Evangelista, entregou sua bela alma a Deus no dia 18 de outubro de 1562, aos 63 anos.
Gregório XV o beatificou em 1622, e Clemente IX o elevou à honra dos altares em 1669.
PADROEIRO DO BRASIL
“Desde que Sua Majestade Real e Imperial recebeu, sob o nome de Pedro I .... a missão de governar e dirigir este povo .... esteve convencido .... e se persuadiu de que não poderia reger e administrar os negócios desta Nação, sem que antes se interessasse em ter um Padroeiro celestial que, por sua intercessão junto de Deus, lhe assegurasse os meios de bem agir, de bem dirigir e de bem administrar.
“Não foi necessário longa reflexão. Já pela devoção especial que ele tinha por São Pedro de Alcântara .... já por trazer, como imperador, o próprio nome do santo, ele decidiu escolhê-lo como padroeiro principal de todo o império .... [e] suplica a S.S. o Papa Leão XII que se digne com sua benevolência apostólica, confirmar a escolha”. Isso foi feito a 31 de maio de 1826.
É lastimável que essa festa, antes tão solenemente comemorada no Império, tenha caído no olvido com o advento da República, de modo tal que poucos são hoje em dia os brasileiros cientes de que São Pedro de Alcântara é o padroeiro de nossa nação.
Cfr. Pastoral Coletiva dos Arcebispos e Bispos das Províncias eclesiásticas de São Sebastião do Rio de Janeiro, Mariana, São Paulo, Cuiabá e Porto Alegre. Rio de Janeiro, 1911. Apêndice XXX, pp. 619, 620. In Frei Estefânio Piat, cuja citação bibliográfica da obra encontra-se na nota 1 da p. 20).Missoesfranciscanas.spaces.live.com
ORAÇÃO
Ó grande amante da Cruz e servo fiel do divino Crucificado, São Pedro de Alcântara; à vossa poderosa proteção foi confiada a nossa querida Pátria brasileira com todos os seus habitantes.
Como Varão de admirável penitência e altíssima contemplação, alcançai aos vossos devotos estes dons tão necessários à salvação. Livrai o Brasil dos flagelos da peste, fome e guerra e de todo mal. Restituí à Terra de Santa Cruz a união da fé e o verdadeiro fervor nas práticas da religião.
Como Varão de admirável penitência e altíssima contemplação, alcançai aos vossos devotos estes dons tão necessários à salvação. Livrai o Brasil dos flagelos da peste, fome e guerra e de todo mal. Restituí à Terra de Santa Cruz a união da fé e o verdadeiro fervor nas práticas da religião.
De modo particular, vos recomendamos, excelso Padroeiro do Brasil, aqueles que nos foram dados por guias e mestres: os padres e religiosos. Implorai numerosas e boas vocações para o nosso país
. Inspirai aos pais de família uma santa reverência a fim de educarem os filhos no temor de Deus não se negando a dar ao altar o filho que Nosso Senhor escolher para seu sagrado ministério.
Assisti, ó grande reformador da vida religiosa, aos sacerdotes e missionários nos múltiplos perigos de que esta vida está repleta. Conseguí-lhes a graça da perseverança na sublime vocação e na árdua tarefa que por vontade divina assumiram.
Lá dos céus onde triunfais, abençoai aos milhares de vossos protegidos e fazei-nos um dia cantar convosco a glória de Deus na bem-aventurança eterna. Assim seja.
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