NOSSA SENHORA DE GUADALUPE, PADROEIRA DAS AMÉRICAS,12 DE DEZEMBRO

domingo, 12 de dezembro de 2010

Nossa Senhora de Guadalupe é a padroeira de todo o continente americano, e sua festa é celebrada em 12 de dezembro. 


Talvez esta seja uma das aparições de Nossa Senhora,  das mais comoventes, pelo milagre operado no episódio e pela dúvida lançada por um bispo sobre sua aparição a um simples índio mexicano. 


Antes da conquista do México pelo espanhol Hernán Cortés, em 1521, os índios maias e astecas adoravam um ídolo em forma de serpente, em honra do qual ofereciam horríveis sacrifícios humanos; a vítima era estendida de costas no cimo de pirâmides e os feiticeiros abriam-lhes o peito, arrancando o coração, que ainda palpitando, era oferecido ao ídolo. Somente na inauguração do templo principal de Tenochtitlan (hoje Cidade do México), foram massacrados 80.000 indígenas, cujos corpos eram servidos depois em refeições canibalescas.


Em 1531, no México, os missionários espanhóis já haviam aprendido a língua dos indígenas e a fé se espalhava lentamente pela terra mexicana. O índio João Diogo havia se convertido e era devoto fervoroso da Virgem Maria. Assim, foi o escolhido para ser o portador de sua mensagem às nações indígenas. Nossa Senhora apareceu a ele várias vezes. 

O milagre aconteceu quando João Diogo caminhava em direção à capital por um caminho distante da colina onde, anteriormente, as duas visões aconteceram. O índio, aflito, ia à procura de um sacerdote que desse a unção dos enfermos a seu tio, que agonizava. De repente, Maria apareceu à sua frente, numa visão belíssima. Tranqüilizou-o quanto à saúde do tio, dizendo que naquele mesmo instante ele já estava curado. Quanto ao bispo, pediu a João Diogo que colhesse rosas no alto da colina e as entregasse ao religioso. João ficou surpreso com o pedido, porque a região era inóspita e a terra estéril, além de o país atravessar um rigoroso inverno. Mas obedeceu e, mais  surpreso ainda ficou, pois encontrou muitas rosas, recém-desabrochadas. João colocou-as no seu manto e, como a Senhora ordenara, foi entrega-las ao bispo como prova de sua presença. 

Ao abrir o manto cheio de rosas, o bispo viu formar-se, impressa, uma linda imagem da Virgem, tal qual o índio a descrevera antes, mestiça. A Virgem está coberta por um manto verde claro, tem os olhos voltados para baixo, as mãos postas e, pisa uma meia lua. Espantado, o bispo seguiu João até a casa do tio moribundo e este já estava de pé, forte e saudável. Contou que Nossa Senhora "morena" lhe aparecera também, o teria curado e renovado o pedido. Queria um santuário na colina de Tepyac, onde sua imagem seria chamada de Santa Maria de Guadalupe. Mas não explicou o porque do nome.


 A fama do milagre se espalhou. Enquanto o templo era construído, o manto com a imagem impressa ficou guardado na capela do paço episcopal. Várias construções se sucederam na colina, ampliando templo após templo, pois as romarias e peregrinações só aumentaram com o passar dos anos e dos séculos. 

O local se tornou um enorme santuário, que abriga a imagem de Nossa Senhora na famosa colina, e ainda se discute o significado da palavra Guadalupe. Nele, está guardado o manto de são João Diego, em perfeito estado, apesar de passados tantos séculos. Nossa Senhora de Guadalupe é a única a ser representada como mestiça, com o tom de pele semelhante ao das populações indígenas. Por isso o povo a chama, carinhosamente, de "La Morenita", quando a celebra no dia 12 de dezembro, data da última aparição. 


É muito simbólico o significado do nome Guadalupe. Helen Behrens, uma das maiores especialistas no assunto, analisando textos originais dos índios, que datam da época das aparições, concluiu que a Mãe de Deus se apresentou com as palavras "Te Quatla Lupe", que significa "Aquela que esmaga a serpente de pedra".
A propósito disso, cabe lembrar a passagem da Sagrada Escritura em que Deus, dirigindo-se à serpente infernal, increpa: "Ela (Nossa Senhora) te esmagará a cabeça" (Gen. 3, 15).


Assim, nos primórdios da história do Novo Mundo cumpriu-se literalmente a profecia divina: Nossa Senhora de Guadalupe esmaga a serpente de pedra, o horrível ídolo diabólico sedento de sangue humano!


Segundo a equipe do Pe. Mario Rojas Sánchez, a imagem e a história de Nossa Senhora de Guadalupe estão cheia de simbolismo para os astecas. Quando ela apareceu para o tio de Juan Diego, disse que se chamava Santa Maria Tequatlaxopeuh. O vocábulo "Tequatlaxopeuh", do idioma náhuatl, significa "aquela que afugentou os que nos matavam". Os astecas faziam alusão ao sangue de seus antepassados oferecidos aos "deuses" que apareciam na imagem. Especialmente ao "deus" Quelzalcoatl, representado por uma serpente emplumada ou pela lua. A Senhora de Guadalupe esmaga a lua com o pé.


Foi declarada padroeira das Américas, em 1945, pelo papa Pio XII. Em 1979, como extremado devoto mariano, o papa João Paulo II visitou o santuário e consagrou, solenemente, toda a América Latina a Nossa Senhora de Guadalupe.


O caráter milagroso da pintura de Nossa Senhora de Guadalupe foi comprovado pela ciência.

As cores do manto e da túnica da Jovem são as cores da rainha dos astecas. Especialistas israelitas foram unânimes em sua observação sobre a colocação do manto na cabeça: "tanto o manto como a tûnica coincidem com as vestimentas utilizadas, durante as festas, pelas mulheres de Israel do século I".
O cientista austríaco Richard Kuhn, Prêmio Nobel de Química de 1938, declarou que os pigmentos corantes da imagem não pertencem nem ao reino vegetal, nem ao animal, nem ao mineral. Logo, sua origem é sobrenatural e, portanto, milagrosa.


Um técnico submeteu a pintura ao processo de digitalização, que consiste em dividi-la por meio de computador, em microscópicos quadradinhos, de maneira a caberem 27.778 em cada milímetro quadrado. Cada um deles foi depois ampliado 2.000 vezes, dando então a possibilidade de serem vistos pormenores imperceptíveis a olho nu.

Nos olhos da Virgem... o índio Juan Diego!

Pôde-se então verificar, representada nos olhos da Virgem, a mesma cena que se passou em 1531, no palácio episcopal da Cidade do México: um índio no ato de desdobrar seu manto diante de um franciscano (Dom Zumárraga, primeiro Bispo do México, pertencia à Ordem de São Francisco de Assis), em cuja face se vê rolar uma lágrima; além dos dois, aparecem um jovem emocionado, com a mão segurando a barba, uma mulher com cabelos encaracolados, um índio com o dorso nu, em atitude orante, um homem, uma mulher e vários meninos de cabeça raspada; e, finalmente, outros religiosos franciscanos.


A vestimenta que Juan Diego usava no dia 12 de dezembro de 1531, a mesma vista hoje na basílica de Guadalupe, é chamada poncho ou tilma. Essa vestimenta é feita de um tecido ralo chamado ayate, cujos fios são separados entre si. Mais precisamente, é uma trama  feita à mão ou em um tear simples, de fios de maguey que vem a ser uma planta do gênero das amarilidáceas, de pencas carnudas, das quais se extrai uma fibra têxtil. Na linguagem popular, a palavra maguey refere-se à maioria das espécies de agave. A tilma de Juan Diego é feita de uma das 175 espécies de agave, a chamada agave potule Zacc.


Dificilmente a vestimenta de um modesto índio asteca traria como enfeite qualquer desenho... E absolutamente impossível que trouxesse uma obra de arte.


A fibra de maguey não pode durar mais que 20 ou 30 anos. Há varios séculos se pintou uma réplica da imagem em um tecido de fibra de maguey idêntica, e a mesma se desintegrou depois de varias décadas. Enquanto que, após quase 500 anos do milagre, a imagem de Maria continua tão firme como no primeiro dia. A ciência não consegue explicar porque a tela não se desintegrou.


A Imagem, como se comprova até hoje, é invisível ou transparente olhando por detrás, apesar de opaca e perfeitamente visível olhando por diante!
Não se descobriu nenhum vestígio de pintura no tecido. Estudos científicos não conseguem descobrir a origem da coloração que forma a imagem, nem a forma que a mesma foi pintada. Não se detectou vestígios de pinceladas nem outra técnica de pintura conhecida. Os científicos da NASA confirmaram que o material que dá origem às cores não pertence a nenhum dos elementos conhecidos na terra.


O químico alemão Richard Kuhn e seus colaboradores extraíram do ayate duas compridas fibras, uma correspondendo à parte rosada, outra à parte mais amarela. A conclusão: “Nas duas fibras não existem corantes vegetais, nem corantes animais, nem corantes minerais”. Nem poderiam ser corantes sintéticos, desconhecidos em 1531. Se não contém corantes, se não contém resídiuos de pintura, não é pintura!


Descobriu-se, passando um raio lazer no sentido lateral sobre o tecido, que a coloração da mesma não está nem na frente e nem no verso, e sim que as cores flutuam a uma distância de tres décimos de milímetro sobre o tecido, sem tocá-lo. As cores flutuam, sobre a superfice do poncho. Na realidade, a uma distância de 0,3 mm centímetros da imagem, só se ve o tecido de maguey cru: as cores desaparecem.


Recentes estudos indicam que ao acercar luz aos olhos de Maria, sua retina se contrai e ao retirar a luz, volta a dilatar, exatamente como ocorre em um olho vivo; a temperatura da fibra de maguey com a qual está confeccionado o poncho que usou Juan Diego, mantém uma temperatura constante de 36.6 graus, a mesma de um corpo humano vivo.
Fontes de Pesquisa
Livros: Nossa Senhora de Guadalupe: O olhar de Maria para a América Latina, Pe. Oscar G. Quevedo, Edições Loyola.

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