Sagrada Família de Jesus, Maria e José, exemplo de obediência à vontade de Deus. Este Deus se encarnou em Jesus e veio morar numa família.
A Igreja celebra hoje a festa da Sagrada Família. A família é a base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que lhes guiam durante toda sua vida.(Papa João Paulo II)
"Fixamos o olhar em Jesus, Maria e José e adoramos o mistério de um Deus que quis nascer de uma mulher, a Virgem Santa, e desta maneira entrar neste mundo, seguindo o caminho que é comum a todos os homens. Fazendo assim santificou a realidade da família, colmatando-a de graça divina e revelando plenamente a sua vocação e missão".(Papa Bento XVI) Fundada na união indissolúvel entre um homem e uma mulher, a família constitui o âmbito privilegiado no qual a vida humana é acolhida e protegida, desde o seu início até a morte natural, acrescenta Bento XVI, salientando "portanto os pais tem o direito e o dever fundamental de educar os seus filhos na fé e nos valores morais que dão dignidade à vida humana. Vale a pena empenhar-se pela família e pelo matrimônio, porque vale a pena empenhar-se pelo ser humano, a realidade mais preciosa entre aquelas que foram criadas por Deus".
ORAÇÃO
Sagrada família, Jesus, Maria e José, nós vos agradecemos pela convivência exemplar que tivestes no cumprimento da vontade do Pai. Que em nossos lares floresçam as virtudes que animaram o vosso lar em Nazaré: caridade, humildade, diálogo, compreensão e ternura. Intercedei por todas as famílias que hoje passam por grandes dificuldades e crises(pode-se fazer um pedido). Queremos também pedir a graça de sempre colaborar com a nossa vida e testemunho, para que todas as famílias descubram os caminhos do amor, da compreensão, do diálogo sincero e da paz. Jesus, Maria e José, rogai a Deus por todas as famílias.Amém!
Do Ofício das Leituras, para meditação:
Das Alocuções do papa Paulo VI
(Alocução pronunciada em Nazaré a 5 de janeiro de 1964)
(Séc. XX)
As lições de Nazaré
Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho.
Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa manifestação tão simples, tão humilde e tão bela, do Filho de Deus. Talvez se aprenda até, insensivelmente, a imitá-lo.
Aqui se aprende o método que nos permitirá compreender quem é o Cristo. Aqui se descobre a necessidade de observar o quadro de sua permanência entre nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo de que Jesus se serviu para revelar-se ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem um sentido.
Aqui, nesta escola, compreende-se a necessidade de uma disciplina espiritual para quem quer seguir o ensinamento do Evangelho e ser discípulo do Cristo.
Ó como gostaríamos de voltar à infância e seguir essa humilde e sublime escola de Nazaré! Como gostaríamos, junto a Maria, de recomeçar a adquirir a verdadeira ciência e a elevada sabedoria das verdades divinas.
Mas estamos apenas de passagem. Temos de abandonar este desejo de continuar aqui o estudo, nunca terminado, do conhecimento do Evangelho. Não partiremos, porém, antes de colher às pressas e quase furtivamente algumas breves lições de Nazaré.
Primeiro, uma lição de silêncio. Que renasça em nós a estima pelo silêncio, essa admirável e indispensável condição do espírito; em nós, assediados por tantos clamores, ruídos e gritos em nossa vida moderna barulhenta e hipersensibilizada. O silêncio de Nazaré ensina-nos o recolhimento, a interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres. Ensina-nos a necessidade e o valor das preparações, do estudo, da meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus vê no segredo.
Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, sua comunhão de amor, sua beleza simples e austera, seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré o quanto a formação que recebemos é doce e insubstituível: aprendamos qual é sua função primária no plano social.
Uma lição de trabalho. Ó Nazaré, ó casa do “filho do carpinteiro”! É aqui que gostaríamos de compreender e celebrar a lei, severa e redentora, do trabalho humano; aqui, restabelecer a consciência da nobreza do trabalho; aqui, lembrar que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que sua liberdade e nobreza resultam, mais que de seu valor econômico, dos valores que constituem o seu fim. Finalmente, como gostaríamos de saudar aqui todos os trabalhadores do mundo inteiro e mostrar-lhes seu grande modelo, seu divino irmão, o profeta de todas as causas justas, o Cristo nosso Senhor.
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