SANTO ESTÊVÃO, DIÁCONO, MÁRTIR - 26 DE DEZEMBRO

domingo, 26 de dezembro de 2010

Homem cheio de fé e do Espírito Santo, diz a Sagrada Escritura, foi o primeiro a derramar seu sangue testemunhando a fé em Jesus Cristo, recebendo o título de protomártir.

Seu nome em grego significa "coroa", e evoca a idéia de martírio, porque nos séculos a seguir a coroa foi símbolo do martírio.

O Livro dos Atos dos Apóstolos, que descreve a primeira história da Igreja, narra a eleição de Estêvão entre os sete  Diáconos dos Apóstolos, com a missão de trabalhar com os pobres e, descreve também com fidelidade o martírio de Santo Estêvão ( At 6-7). 

Estêvão operava grandes prodígios e sinais entre o povo e acabou tendo uma posição proeminente como pregador, o que motivou inimizade de um grupo de judeus em Jerusalém. Levado ao Sinédrio, sob a acusação de blasfêmia, defendeu-se com paixão e eloquência, nada fazendo porém para suavizar a ira dos seus inimigos. Foi arrastado para fora e apedrejado até a morte, de acordo com a Lei Mosáica. 

As últimas palavras de Estêvão, foram: "Senhor Jesus Cristo, recebe o meu espírito". De joelhos, clamou em alta voz: "Senhor, não lhes imputes este pecado". E, adormeceu no Senhor. Alguns cristãos piedosos sepultaram Estêvão e sua morte foi muito lamentada. Seus executores depositaram suas mantas sob a guarda de Saulo de Tarso, que estaria "consentindo na sua morte (At 8-2)". 

 Sua pureza, zelo apóstolico, firmeza e constância, além do amor ao próximo verdadeiramente heróico, são enaltecidos pelos Pontífices. Sua oração pelos próprios assassinos, certamente mereceu a conversão de São Paulo, conforme diz Santo Agostinho; "Se Estêvão não tivesse rezado, a Igreja não teria o grande São Paulo".

Durante o Angelus, na festa de Santo Estevão no ano de  2006, o Papa Bento XVI explicou que a celebração da festa do martírio de Santo Estêvão no dia seguinte do Natal, "pode nos deixar confundidos, porque choca o contraste entre a paz e o gozo de Belém e o drama de Estêvão, lapidado em Jerusalém na primeira perseguição contra a Igreja nascente". 
Afirmou que "Santo Estêvão foi o primeiro a seguir as pegadas de Cristo com o martírio, morreu como o Divino Mestre, perdoando e rezando por seus verdugos", e explicou que durante os primeiros quatro séculos da Igreja, quando todos os santos eram mártires, "sua morte não infundia medo ou tristeza, mas entusiasmo espiritual que suscitava 
novos cristãos". 
"Para os crentes, o dia da morte, e mais ainda o dia do martírio, não é o fim de tudo, mas sim o 'trânsito' para a vida imortal, é o dia do nascimento definitivo, em latim, o dies natalis. Compreende-se então o vínculo que existe entre o 'dies natalis' de Cristo e o 'dies natalis' de Santo Estêvão. Se Jesus não tivesse nascido na terra, os homens não teriam podido nascer no céu. Precisamente porque Cristo nasceu nós podemos 'renascer'!"


Leiamos e meditemos
Dos sermões de São Fulgêncio de Ruspe, bispo
(Sermo 3,1-3.5-6:CCL 91 A, 905-909)                   (Séc. VI)
As armas da caridade
Ontem, celebrávamos o nascimento temporal de nosso Rei eterno; hoje celebramos o martírio triunfal do seu soldado.

Ontem o nosso Rei, revestido de nossa carne e saindo da morada de um seio virginal, dignou-se visitar o mundo; hoje o soldado, deixando a tenda de seu corpo, 
parte vitorioso para o céu.

O nosso Rei, o Altíssimo, veio por nós na humildade, mas não pôde vir de mãos vazias. Trouxe para seus soldados um grande dom, que não apenas os enriqueceu imensamente, mas deu-lhes uma força invencível no combate:
trouxe o dom da caridade que leva os homens à comunhão com Deus.

Ao repartir tão liberalmente o que trouxera, nem por isso ficou mais pobre: enriquecendo do modo admirável a pobreza dos seus fiéis, ele conservou a plenitude dos seus tesouros inesgotáveis.

Assim, a caridade que fez Cristo descer do céu à terra, elevou Estevão da terra ao céu. A caridade de que o Rei dera o exemplo logo refulgiu no soldado.

Estêvão, para alcançar a coroa que seu nome significa, tinha por arma a caridade e com ela vencia em toda parte. Por amor a Deus não recuou perante a hostilidade dos judeus, por amor ao próximo intercedeu por
aqueles que o apedrejavam. Por esta caridade, repreendia os que estavam no erro para que se emendassem, por caridade orava pelos que o apedrejavam
para que não fossem punidos.

Fortificado pela caridade, venceu Saulo, enfurecido e cruel, e mereceu ter como companheiro no céu aquele que tivera como perseguidor na terra.  Sua santa e incansável caridade queria conquistar pela oração, a quem não
pudera converter pelas admoestações.

E agora Paulo se alegra com Estêvão, com Estêvão frui da glória de Cristo, com Estêvão exulta, com Estêvão reina. Aonde Estêvão chegou primeiro,
martirizado pelas pedras de Paulo,  chegou depois Paulo, ajudado pelas orações de Estevão.

É esta a verdadeira vida, meus irmãos, em que Paulo não se envergonha mais da morte de Estêvão, mas Estevão se alegra pela companhia de Paulo, porque
em ambos triunfa a caridade. Em Estêvão, a caridade venceu a crueldade dos perseguidores, em Paulo, cobriu uma multidão de pecados; em ambos, a
caridade mereceu a posse do reino dos céus.

A caridade é a fonte e origem de todos os bens, é a mais poderosa defesa, o caminho que conduz ao céu.  Quem caminha na caridade não pode errar nem
temer.  Ela dirige, protege, leva a bom termo.

Portanto, meus irmãos, já que o Cristo nos deu a escada da caridade pela qual todo cristão pode subir ao céu, conservai fielmente a caridade verdadeira, exercitai-a uns para com os outros e, subindo por ela, progredi
 sempre mais no caminho da perfeição.

Responsório

R. Ontem Cristo na terra nasceu,
para que Estêvão nascesse nos céus;
ontem Cristo entrou neste mundo,
Para que Estêvão entrasse nos céus.
V. Revestido de carne humana,
saindo do seio da Virgem,
nosso Rei se dignou visitar-nos.
 
* Para que.

Oração 
Ensinai-nos, ó Deus, a imitar o que celebramos, amando os nossos próprios inimigos, pois
festejamos Santo Estêvão, nosso primeiro mártir, que soube rezar por seus 
perseguidores.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.
(atualizado em 01.02.2013)

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