
"Verdadeiro filho da paz, verdadeiro pai dos cristãos" (segundo Santo Agostinho).
A Igreja estava vivendo ainda os tristes dias da perseguição. Na disputa pelo Império Romano achavam-se dois grandes chefes: Constantino Magno e Maxêncio, quando em 312, na histórica batalha na ponte Mílvia sobre o rio Tibre, em Roma, Constantino saiu vitorioso. Com o imperador Constantino, oficialmente cessou a perseguição contra a Igreja, pois ele atribuiu a sua vitória, à proteção do Deus dos cristãos. Editou então, o famoso decreto de Milão que dava liberdade e proteção à Igreja.
O papa Melquíades passou a ser o papa da liberdade da Igreja, que saindo da opressão, ganhava respeito e prestígio. Melquíades reorganizou as sedes paroquiais em Roma, conseguiu a devolução dos bens e edifícios eclesiais que haviam sido confiscados durante a perseguição, iniciou a construção da Basílica Lateranense, a primeira igreja construída em Roma, chefe e mestra de todas as catedrais da Cristandade.
Lutou contra as heresias e tomou atitudes enérgicas contra o cisma de Donato, que na África contestava a legitimidade da eleição dos ministros de Deus e fanaticamente se substituía a qualquer autoridade. Este cisma, de grandes proporções, por todo o século se infiltraria na Igreja na África.
No início da era cristã o norte da África fazia parte do Império Romano, sendo uma região muito habitada e próspera, tendo o cristianismo lá entrado já no primeiro século, tornando-se próspero, ativo e fecundo. Muitos bispos, escritores eclesiásticos e santos, vieram daquela região. Havia uma forte emigração da África para a Itália, principalmente Roma, capital do Império Romano. Muitos cristãos da África passaram para Roma, tendo alguns até feito parte do clero romano, chegando a sumo pontífices, como Vítor, Melquíades, Gelásio. A decadência do Cristianismo aconteceu com o surgimento do islamismo, que nos séculos VIII-IX, arrasou os cristãos com seu fanatismo.
Ao papa Melquíades deve-se a tradição que se manteve por muitos séculos, de levar às outras igrejas de Roma uma parte do pão consagrado pelo papa, em sinal de unidade e unicidade do Sacrifício Eucarístico. A ele cabem também decretos disciplinares e litúrgicos.
O pontificado de São Melquíades, foi de apenas quatro anos, sucedendo-o o papa Silvestre que permaneceu na Cátedra por muitos anos e soube consolidar a evangelização e a paz.
Morreu no dia 11 de janeiro de 314, e sua festa foi colocada no dia 10 de dezembro. O Martirológio Romano confere-lhe o título honroso de mártir, por ter sofrido torturas por Cristo durante as perseguições.
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