Hoje a Igreja nos propõe à veneração São Melquíades, papa, de origem africana. Fazia parte do clero romano, quando por morte do papa Eusébio, em 310, foi eleito seu sucessor.
"Verdadeiro filho da paz, verdadeiro pai dos cristãos" (segundo Santo Agostinho).
A Igreja estava vivendo ainda os tristes dias da perseguição. Na disputa pelo Império Romano achavam-se dois grandes chefes: Constantino Magno e Maxêncio, quando em 312, na histórica batalha na ponte Mílvia sobre o rio Tibre, em Roma, Constantino saiu vitorioso. Com o imperador Constantino, oficialmente cessou a perseguição contra a Igreja, pois ele atribuiu a sua vitória, à proteção do Deus dos cristãos. Editou então, o famoso decreto de Milão que dava liberdade e proteção à Igreja.
O papa Melquíades passou a ser o papa da liberdade da Igreja, que saindo da opressão, ganhava respeito e prestígio. Melquíades reorganizou as sedes paroquiais em Roma, conseguiu a devolução dos bens e edifícios eclesiais que haviam sido confiscados durante a perseguição, iniciou a construção da Basílica Lateranense, a primeira igreja construída em Roma, chefe e mestra de todas as catedrais da Cristandade.
Lutou contra as heresias e tomou atitudes enérgicas contra o cisma de Donato, que na África contestava a legitimidade da eleição dos ministros de Deus e fanaticamente se substituía a qualquer autoridade. Este cisma, de grandes proporções, por todo o século se infiltraria na Igreja na África.
No início da era cristã o norte da África fazia parte do Império Romano, sendo uma região muito habitada e próspera, tendo o cristianismo lá entrado já no primeiro século, tornando-se próspero, ativo e fecundo. Muitos bispos, escritores eclesiásticos e santos, vieram daquela região. Havia uma forte emigração da África para a Itália, principalmente Roma, capital do Império Romano. Muitos cristãos da África passaram para Roma, tendo alguns até feito parte do clero romano, chegando a sumo pontífices, como Vítor, Melquíades, Gelásio. A decadência do Cristianismo aconteceu com o surgimento do islamismo, que nos séculos VIII-IX, arrasou os cristãos com seu fanatismo.
Ao papa Melquíades deve-se a tradição que se manteve por muitos séculos, de levar às outras igrejas de Roma uma parte do pão consagrado pelo papa, em sinal de unidade e unicidade do Sacrifício Eucarístico. A ele cabem também decretos disciplinares e litúrgicos.
O pontificado de São Melquíades, foi de apenas quatro anos, sucedendo-o o papa Silvestre que permaneceu na Cátedra por muitos anos e soube consolidar a evangelização e a paz.
Morreu no dia 11 de janeiro de 314, e sua festa foi colocada no dia 10 de dezembro. O Martirológio Romano confere-lhe o título honroso de mártir, por ter sofrido torturas por Cristo durante as perseguições.
0 comentários:
Postar um comentário