Laura Vicunha pertence ao número daquelas almas juvenis que em poucos anos atingiram a perfeição cristã. Apenas com 13 anos incompletos, ela é para a juventude, e para todos os outros filhos de Deus, um exemplo impressionante de virtudes evangélicas.
A 5 de Abril de 1891 veio ao mundo, em Santiago do Chile, Laura do Carmelo Vicunha, primogênita de José Domingos Vicunha e de Maria Mercedes del Pino. Por causa das convulsões políticas, tão frequentes na América Latina, e mais propriamente devido ao falecimento do pai, militar distinto, a pobre viúva vê-se obrigada a procurar melhores condições de vida e parte para a Argentina, levando consigo Laura e a filha mais nova, Júlia Armanda. Mas os reveses persistiam de mistura com dificuldades e perigos de vária ordem. A senhora Mercedes, tendo entrado ao serviço de um “fazendeiro”, deixou-se arrastar em má hora, para uma convivência pecaminosa. É tratada como rainha e tanto ela como as filhas gozam do luxo e prosperidade.
Felizmente, a Providência estava lá. As duas pequenas encontraram instrução e refúgio no colégio feminino que ali, em Junin de los Andes, dirigiam as Filhas de Maria Auxiliadora (Salesianas). Foi aí que Laura, com nove anos, entrou a sério pelo caminho da perfeição e se tornou um dos mais belos frutos da pedagogia de S. João Bosco e da ação missionária das suas educadoras.
O seu modelo de santidade seria o santo jovem Domingos Sávio (1842-1857), também ele de formação salesiana. De alma cândida, generosa e aberta às inspirações do Céu, ei-la avançando a largos passos na prática das virtudes. Aos dez anos formulou três propósitos: “Meu Deus, quero amar-Vos e servir-Vos por toda a vida; por isso Vos dou a minha alma, o meu coração, todo o meu ser. Antes quero morrer que ofender-Vos com o pecado; por isso desejo mortificar-me em tudo aquilo que me afastaria de Vós. Proponho fazer tudo o que sei e posso para que Vós sejais conhecido e amado, e para reparar as ofensas que todos os dias recebeis dos homens”. Alistou-se na congregação das Filhas de Maria e obteve autorização para fazer, em particular, os votos de pobreza, castidade e obediência, a fim de mais se parecer com Jesus e Maria. Dizia: “Quero , ó Jesus, ser toda tua, ainda que tenha de ficar no mundo”.
Algumas características mais salientes da sua espiritualidade, segundo testemunhos contemporâneos: maturidade de juízo; natural inclinação para o bem e para a virtude; prudência; humildade e fidelidade; prontidão para qualquer trabalho; piedade sincera; vida de oração; esmerado exercício da presença de Deus; fervor na comunhão diária e na confissão frequente; devoção ao Santíssimo Sacramento, ao Sagrado Coração e a Nossa Senhora; sacrifícios e orações pelos pecadores; especial empenho na instrução religiosa, ouvindo e estudando as lições e pondo em prática o que aprendia.
Verdadeira heroína da piedade filial, não foi em vão que tanto rezou e sofreu pelo resgate moral da mãe. A missão da jovem Laura na terra havia terminado. Podia agora entrar no gozo do seu Senhor. Consumida por longa enfermidade, mas sempre abraçada com a vontade de Deus, veio a falecer de uma tuberculose galopante, a 22 de Janeiro de 1904, aos 12 anos, 9 meses e 17 dias. No último dia, poucas horas antes da morte, chamou a mãe para lhe revelar um grande segredo: “Mãezinha, vou morrer. Fui eu mesma que o pedi a Jesus. Há dois anos que Lhe ofereci a vida para obter a graça de que voltes para Ele. Mãezinha, se eu antes de morrer pudesse ter a alegria de saber que estás em paz com Deus!” A mãe prometeu e no dia seguinte foi confessar-se e comungar juntamente com Armanda. – “Obrigada , Jesus! Obrigada, Mãe Santíssima"! Agora morro feliz!” – foram, as suas últimas palavras.
Laura Vicunha foi beatificada por João Paulo II, a 3 de setembro de 1988, em Castelnuovo (Turim), terra natal de S. João Bosco, cujo centenário de falecimento então ocorria. AAS (1986) 953-6. Do Livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.i
Considero interessante divulgar o artigo a respeito da verdadeira imagem da beata, com base em publicação de jornal chileno:
Chile – Descoberto o verdadeiro rosto da Beata Laura Vicuña
por Antigos Alunos do Colégio Laura Vicuña - Vendas Novas, quinta, 11 de fevereiro de 2010 às 14:14
(ANS – Santiago) – O jornal chileno “El Mercurio” publicou na sua edição de 7 de Fevereiro o verdadeiro rosto da Bem-aventurada Laura Vicuña, até agora representada com traços europeus, os quais entretanto, após acurada pesquisa, revelam-se não corresponder aos do seu aspecto verdadeiramente real.
No longo artigo de “El Mercurio”, o jornalista Gustavo Villavicencio torna conhecido que as Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) da Argentina – onde a chilena Laura Vicuña viveu e morreu – alimentavam já havia muito tempo dúvidas sobre a veracidade da representação da jovem beata, que morreu com 12 anos de idade. Tais dúvidas aumentaram em 1990, com a publicação do livro de Ciro Brugna “Conocimiento de Laura Vicuña” (Conhecimento de Laura Vicuña).
Nesse livro aparece uma foto de grupo, das alunas do Instituto Maria Auxiliadora, de Junín de los Andes (Argentina), foto na qual as feições da Bem-aventurada aparecem bem diversas das que se podem ver na representação tradicional, que é obra de artista italiano.
“Sabíamos que essa imagem nunca tinha tido nenhuma ressonância. Por isso, no início do ano passado, nós, FMA da Argentina e do Chile, pedimos à Polícia do Chile que fizesse um estudo em que se mostrasse cientificamente quais fossem as verdadeiras feições da nossa Bem-aventurada. Uma criança de sapatinhos de couro e de cabelos bem penteados não podia ter o aspecto de uma menina da Patagónia daqueles tempos” – afirma a Ir. Elda Scalco, directora do Centro de Espiritualidade Salesiana, em Junín de los Andes.
O estudo, mantido secreto, demandou mais de um ano desde que as provas foram mandadas da Argentina à Polícia chilena. Trabalhou na perícia María Benavente Aninat, antropóloga forense e criminologista; Gonzalo Garin Brito, retratista; Victor Sepulveda Olavarria, chefe do Laboratório de Propriedade Intelectual; e Darch Gustavo Andrade, chefe do Departamento de Criminologia.
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