Religiosa franciscana, durante dez anos não deu bom exemplo a suas
irmãs de hábito, pois não quis observar o espírito de pobreza e viveu num
quarto decorado com luxo. Quando adoeceu gravemente, desejou confessar-se, mas
o capelão do convento se recusou a atendê-la naquele quarto, dizendo que o Céu
não fora feito para pessoas que se portavam de maneira orgulhosa e frívola,
como Jacinta.
Dando-se conta do escândalo que causara, Jacinta arrependeu-se abandonou de vez todas as vaidades do mundo, e a partir daí passou a ser exemplo heróico de mortificação e pobreza, até atingir os cumes da mais alta santidade.
Em 1585, em Viterbo, perto de Roma, nasceu Jacinta, dentro de uma nobre família romana, religiosa, que deixou sólida educação cristã a Jacinta e a seus irmãos.
Jacinta Marescotti
que, então, tinha como nome de batismo Clarice, foi colocada ainda menina para ser educada num convento de religiosas franciscanas, onde pouco antes havia ingressado sua irmã mais velha, Inocência, que levou uma vida santa.
Jacinta professou muito jovem entre as irmãs da Ordem Franciscana Secular, mas descuidou-se por algum tempo das suas obrigações. Os pais queriam fazer dela uma religiosa, mas ela ao contrário apresentava fortes inclinações às vaidades do mundo e aspirava a um matrimônio brilhante. Tendo voltado à casa, frequentou com gosto os encontros e festas da alta sociedade, o que muito preocupava seus pais, receosos do futuro cristão de Jacinta.
Quando sua irmã menor contraiu um casamento vantajoso, enquanto ela nada conseguia, e vendo passar os anos na frustração, resolveu aceitar a insistência dos pais e ingressou novamente na vida religiosa. Vestiu o hábito, trocou o nome de Clarice para Jacinta e iniciou sua experiência religiosa, infelizmente levando muitas das suas vaidades pois ornamentou seu quarto como o de uma princesa, tornando-se um escândalo naquele meio
pobre e humilde.
Ao entrar nesse segundo tempo, ela voltou como estava: vazia, empurrada por ela própria, pela revolta.Passou assim vários anos na displicência espiritual, numa rotina fria, sem vida, sem amor, mas que teve por consequência uma conversão perfeita.
Deus tem o momento certo da conversão, e lá dentro ela foi visitada por
sofrimentos. Seu pai, que tanto ela amava e que lhe dava respaldo material, teve uma morte trágica assassinado, o que abalou sua confiança nos títulos e nos bens terrenos. Depois ela contraiu uma grave enfermidade que a levou à beira da
morte. Naquele momento de dor, ela pôde rever a sua vida e perceber o quanto
Deus a amava e o quanto ela era infiel a esse amor.
Arrependida quis
confessar-se, mas o confessor recusou-se a entrar naquele quarto tão contrastante com a pobreza religiosa. Diante da recusa do sacerdote, Jacinta mandou tirar todo o sinal de luxo ou vaidade do quarto, fazendo assim entre lágrimas sinceras a confissão geral de toda sua vida. Ficando curada , ela manteve sua promessa de conversão radical, mudando seu hábito que até então era de seda, por uma saia tosca, escolheu a cela mais pobre e pediu perdão em público dos maus exemplos, praticando severa disciplina e empenhando-se na vida de oração, de
pobreza, de castidade e vivência da regra.
Renunciou a seus títulos de nobreza, querendo ser chamada Jacinta de Santa Maria, tornou-se a mais submissa, humilda e obediente das irmãs, buscando sempre o último lugar, os serviços mais humildes e desprezíveis, tomando por modelo de vida Cristo obediente até a morte. Sua transformação foi tão profunda que em pouco tempo tornou-se modelar. Mais tarde, foi eleita mestra de noviças e superiora do convento.
Oferecia suas prolongadas orações e as severas penitências pela conversão dos pecadores, tendo conseguido a conversão de muitas pessoas, algumas até fundando instituições religiosas, confrarias, etc.
Pessoas de toda parte vinham a ela para pedir orações e direção espiritual. Deus faz maravilhas na vida de quem se deixa
converter pelo Seu amor, e Jacinta foi uma santa que se deixou converter no convento, aos trinta anos, vindo a falecer consumida pelo amor a Cristo, aos 55 anos de idade, em Viterbo, no ano de 1640.
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