CÁTEDRA DE SÃO PEDRO APÓSTOLO - 22 DE FEVEREIRO

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Tu és Pedro. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus".

Presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo. (Pd 5, 1-4) - (Sl 22'23') - (Mt 16, 13-19)


A 22 de fevereiro os antigos romanos honravam a memória dos mortos e comiam junto de suas tumbas, ao redor de sua "cátedra" (cadeira reservada ao defunto para significar que estava presente no banquete). A partir do século IV, os cristãos começaram a honrar uma "cátedra" muito mais espiritual: a de Pedro, chefe da Igreja de Roma, como sinal da unidade da Igreja, fundada sobre o Apóstolo.

A Cátedra de São Pedro era comemorada em duas datas, que marcaram as mais importantes etapas da missão deixada ao apóstolo pelo próprio Jesus. A primeira, em 18 de janeiro se comemorava a sua posse em Roma, onde morreu mártir por volta do ano 67 e,  a segunda, em 22 de fevereiro, marca o aparecimento do Cristianismo na Antioquia, onde Pedro foi o primeiro bispo.
Por se tratar de uma das mais expressivas datas da Igreja o martirológio decidiu unificar os dois dias e festejar apenas o dia 22 de fevereiro, que é a mesma data do livro “Dispositio Martyrum”, único motivo da 
escolha para a celebração.

O primado de Pedro
Cátedra significa símbolo da autoridade e do magistério do bispo. É daí que se origina a palavra catedral, a igreja-mãe da diocese.  Com a palavra "Cátedra" a Liturgia entende o lugar simbólico de onde Pedro exerceu sua função de Mestre e Guia da Igreja universal, conforme as palavras de Cristo:"Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja" (Mt 16,18) e "Apascenta meus cordeiros, apascenta minhas ovelhas" (Jo 21,16). Estabeleceu-se então, a Cátedra de São Pedro para marcar sua autoridade sobre toda a Igreja, inclusive
 sobre os outros apóstolos.
Sem dúvida, Pedro foi o mais importante dos escolhidos por Jesus Cristo. Recebendo a incumbência de se tornar a pedra sobre a qual seria edificada Sua Igreja, Pedro assumiu seu lugar de líder, atendendo a vontade explícita de Jesus, que lhe assinalou a tarefa de “pascere” em grego, isto é guiar o novo povo de Deus, a Igreja.
Veremos de fato Pedro desempenhando, depois da Ascensão, o papel de guia. Presidiu a eleição de Matias e foi o orador do dia de Pentecostes. Mais tarde enfrentou a perseguição de Herodes Agripa, que pretendia matá-lo para aplicar um duro golpe no cristianismo. Implantou as fortes raízes do catolicismo em Antioquia, e então partiu para Roma, onde reinava o imperador Cláudio.
A Igreja ganhou grande força com a sua determinação. Alguns fatos históricos podem ser comprovados através da epístola de São Paulo aos Romanos, do ano 57, onde descreve o crescimento da fé cristã, em todos os territórios dos domínios deste Império, como obra de Pedro.
Mas foi na capital, Roma, que Pedro deu impulso gigantesco à expansão do Evangelho, até o seu martírio e morte,  na cidade-sede de toda a Igreja, como pode ser constatado pelos registros das tradições narradas na época e posteriormente atestadas, de modo histórico irrefutável, pelas escavações feitas em 1939, por ordem do Papa Pio XII, nas Grutas Vaticanas, embaixo da Basílica de São Pedro, e cujos resultados foram acolhidos favoravelmente também pelos estudiosos não católicos.

ORAÇÃO
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que nada nos possa abalar, pois edificastes a vossa Igreja sobre aquela pedra que foi a porfissão de fé do apóstolo Pedro. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Na festa da Cátedra de São Pedro Apóstolo, podemos meditar com a leitura da homilia de S.Leão Magno:

Dos Sermões de São Leão Magno, papa
(Sermo 4 de Natali ipsius, 2-3: PL 54,149-151)    (Séc.V)

A Igreja de Cristo
ergue-se na firmeza da fé do apóstolo Pedro


Dentre todos os homens do mundo, Pedro foi o único escolhido para estar à frente de todos os povos chamados à fé, de todos os apóstolos e de todos os padres da Igreja. Embora no povo de Deus haja muitos sacerdotes e pastores, na verdade, Pedro é o verdadeiro guia de todos aqueles que têm Cristo como chefe supremo. Deus dignou-se conceder a este homem, caríssimos filhos, uma grande e admirável participação no seu poder. E se ele quis que os outros chefes da Igreja tivessem com Pedro algo em comum, foi por intermédio do mesmo Pedro que isso lhes foi concedido.


A todos os apóstolos o Senhor pergunta qual a opinião que os homens têm a seu respeito; e a resposta de todos revela de modo unânime as hesitações da ignorância humana.
Mas, quando procura saber o pensamento dos discípulos, o primeiro a reconhecer o Senhor é o primeiro na dignidade apostólica. Tendo ele dito: Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo, Jesus lhe respondeu: Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu (Mt 16,16-17). Quer dizer, és feliz, porque o meu Pai te ensinou, e a opinião humana não te iludiu, mas a inspiração do céu te instruiu; não foi um ser humano que me revelou a ti, mas sim aquele de quem sou o Filho unigênito.

Por isso eu te digo, acrescentou, como o Pai te manifestou a minha divindade, também eu te
revelo a tua dignidade: Tu és Pedro (Mt 16,18). Isto significa que eu sou a pedra
inquebrantável, a pedra principal que de dois povos faço um só (cf. Ef 2,20.14), o fundamento sobre o qual ninguém pode colocar outro. Todavia, tu também és pedra, porque és solidário com a minha força. Desse modo, o poder, que me é próprio por prerrogativa pessoal, te será dado pela participação comigo.

E sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la (Mt 16,18). Sobre esta fortaleza, construirei um templo eterno. A minha Igreja destinada a elevar-se até ao céu deverá apoiar-se sobre a solidez da fé de Pedro.
O poder do inferno não impedirá esse testemunho, os grilhões da morte não o prenderão;
porque essa palavra é palavra de vida. E assim como conduz aos céus os que a proclamam,
também precipita no inferno os que a negam.

Por isso, foi dito a São Pedro: Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que desligares na terra, será desligado nos 
céus (Mt 16,19).

Na verdade, o direito de exercer esse poder passou também para os outros apóstolos, e o
dispositivo desse decreto atingiu todos os príncipes da Igreja. Mas não é sem razão que é
confiado a um só o que é comunicado a todos. O poder é dado a Pedro de modo singular,
porque a sua dignidade é superior à de todos os que governam a Igreja.

Responsório Cf. Mt 16,19

R. Pedro, eu te conhecia, já bem antes de chamar-te
do teu barco junto ao lago, e de ti fiz o pastor
do rebanho que é meu povo.
* A ti eu confiei as chaves do meu Reino.
V. O que ligares na terra, será ligado nos céus;
na terra o que desligares, nos céus será desligado.
* A ti eu.

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