É preciso trabalhar arduamente, incansavelmente pela nossa santificação.
O santo é aquele que não se contenta com o que ele é ou o que ele faz, ele quer mais e ele luta por mais.
Mas, para se santificar é necessário passar pela conversão.
Por mais que se faça, se não houver conversão, de nada adianta, porque é a
conversão
, a passagem para a santidade, a mola que impulsiona a querer ser santo.
Santa Margarida de Cortona é um dos casos mais comoventes de conversão da história da Igreja..
A penitência marcou a vida de Margarida que nasceu em 1247, em Alviano, Itália, e na juventude, experimentou todos os prazeres de uma vida voltada para as diversões mais irresponsáveis.
Margarida perdeu sua mãe, quando ainda era muito criança. O pai casou-se de novo e a pequena menina passou a sofrer duramente nas mãos da madrasta. Sem apoio familiar, ela cresceu em meio a toda sorte de desordens, luxos e prazeres. No início da adolescência se tornou amante de um nobre muito rico e passou a desfrutar de sua fortuna e das diversões mundanas.
Um dia, porém, o homem foi vistoriar alguns terrenos dos quais era proprietário e foi assassinado. Margarida só descobriu o corpo, alguns dias depois, levada misteriosamente até ele pela cachorrinha de estimação que acompanhara o nobre na viagem. Naquele momento percebeu a inutilidade da vida que levava e, tomada de arrependimento, voltou para a casa paterna, onde pretendia passar o resto da vida na penitência.
Pediu desculpas publicamente a todos pelos excessos da sua vida passada, mas teve de enfrentar a inveja da madrasta que não a queria por perto. Margarida sofreu muito com isso e chegou a pensar em retomar sua vida de luxuria e riqueza. No entanto, com firmeza conseguiu se manter dentro da decisão religiosa, procurando os franciscanos de Cortona e conseguindo ser aceita na Ordem Terceira.
A partir da conversão sua vida foi uma série contínua de prática de virtude, principalmente de humildade, mortificação, penitência, alimentando-se só de pão e água, dormindo no assoalho com uma pedra por travesseiro. Mortificava e castigava seu corpo com disciplinas diárias e passava grande parte da noite em oração. A meditação da Paixão e Morte de Cristo despertou nela o desejo de sofrer cada vez mais com ele e por ele.
No início se infligiu as mais severas penitências, que foram vistas como extravagantes, relatadas nos antigos escritos, onde se lê também que a atitude foi tomada para evitar as tentações do demônio.
Maltratava o corpo até o sangue jorrar pelas paredes.
A única coisa que Margarida tinha era o silêncio de Deus.
"È possível, dulcíssimo Salvador, que convertendo cada dia tantas almas, só à perda da minha vos mostreis insensível, pois na verdade Senhor, ela custou-vos tanto como a da Madalena pecadora. Ò vos que me resgatastes com o preço infinito do vosso sangue, não me abandoneis no triste desamparo em que me vejo e tende misericórdia de mim”
.
Ela escutou Jesus dizendo:
“Tem ânimo, minha filha. Por mais violentos que sejam os esforços do demônio, pois eu estou contigo no combate e sairás sempre vitoriosa. Sê fiel em tudo aos conselhos do teu diretor. Confia cada vez mais na minha bondade, desconfia de ti mesma e com o socorro da minha graça triunfarás do inimigo”.
Seus superiores passaram a orientá-la e isso a impediu de cometer excessos nas penitências.
Os sofrimentos que Deus lhe enviava, aceitou-os com grande paciência e sentia prazer com o desprezo que recebia do mundo. Foi assim purificada pelas penitências, provações e sofrimentos.
Aos vinte e três anos Margarida de Cortona, como passou a ser chamada, foi agraciada com várias experiências de religiosidade que foram presenciadas e comprovadas pelos seus orientadores espirituais franciscanos. Recebeu visitas do anjo da guarda, teve visões, revelações e mesmo aparições de Jesus, com quem conversava com freqüência durante suas orações contemplativas.
Ela percebeu que o momento de sua morte se aproximava e foi ao encontro de Jesus serenamente, no dia 22 de fevereiro de 1297. Seu corpo foi enterrado na igreja de São Francisco em Cortona, onde se encontra milagrosamente intacto.
Margarida de Cortona foi canonizada pelo Papa Bento XIII em 1728 e o dia de sua morte indicado para a sua veneração litúrgica.
0 comentários:
Postar um comentário