Seu pai, Salvador Pereira de Brito, foi governador-geral do Brasil, nomeado pelo rei D. João IV. São João de Brito ingressou na Companhia de Jesus e foi enviado como missionário às Índias, onde, após muitos anos de
trabalhos apostólicos, sofreu o martírio.
João nasceu em Lisboa em 1º de março de 1647,
filho de um membro da corte portuguesa que, mais tarde, seria governador do Rio
de Janeiro, Salvador Pereira de Brito e da nobre Brites de Portalegre. Quando o pai viajou para o Brasil, onde faleceu, mãe e filhos ficaram na corte. João desde a infância dava testemunho da busca de viver em Deus, alimentando o desejo de se tornar evangelizador. Seu primeiro biógrafo, seu irmão Fernando nos fornece notícias de sua infância: apesar de ter saúde precária e constituição física muito frágil, era inteligente e aplicado; na juventude sofria frequentes hemoptises. Com 15 anos entrou para a Companhia de Jesus, fez os estudos superiores na famosa Universidade de Coimbra, mas desejava completar os estudos teológicos na Índia. Aos vinte e seis anos, em 1673, foi ordenado sacerdote e apesar da fragilidade física, foi enviado para evangelizar na Índia.
João comunicava o Evangelho com a vida, e
buscava viver a inculturação para levar o amor de Deus a muitos, num
diálogo constante com as culturas. Mesmo encontrando oposição por parte dos poderosos, converteu comunidades inteiras de hindus. Foram 15 anos de um apostolado difícil e cansativo, chegando a voltar para Portugal. Recebeu o convite para ser conselheiro do rei Pedro I I e preceptor de seu filho, mas recusou a oferta voltando para a Índia.
Ao chegar a Malabar, de volta, deparou-se com um levante dos brâmanes, sacerdotes hindus, contra cidadãos cristãos: cristãos haviam sido mortos, suas casas e igrejas
saqueadas e queimadas.
Logo depois João de Brito foi também preso, e levado para uma colina sobre o rio Pamparru, ameaçado de morte. Pediu permissão para rezar e depois levantou-se sorridente, entregando-se aos carrascos. Era o dia 04 de fevereiro de 1693. Depois de lhe atarem as mãos e a longa barba, na presença de muito povo, deram-lhe o golpe fatal na cabeça que rolou até o rio, sendo arrastada pela corrente. No mesmo local mutilaram mãos e pés e amarraram o corpo a um poste para ser comido pelas aves.
São João de Brito foi logo venerado pelos cristãos como mártir e santo; foi beatificado em 1852 e o Papa Pio XII proclamou-o santo, em 1947, marcando sua festa litúrgica para o dia de seu martírio.
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