Os quarenta Mártires deram tão grande testemunho de fé e coragem que Santo Éfrem expressou-se assim quanto a eles: "Que desculpa poderemos apresentar ao tribunal de Deus, nós, que, livres de perseguição e torturas, deixamos de amar a Deus e trabalhar na salvação de nossas almas?"
O martírio dos quarenta legionários ocorreu no ano 320, em Sebaste, na Armênia.
Revertendo a política de tolerância de Constantino, introduzida em 313, o Imperador Licínio, grande inimigo dos cristãos, ordenou a cada cristão da Capadócia a renunciar à fé. Agricolaus, então governador da Armênia, publicou um decreto para o seu exército, mas 40 soldados da 12ª Legião, recusaram-se a queimar incenso aos deuses, confirmando sua fé cristã.
Os quarenta soldados foram presos e flagelados
com correntes e ferros pontudos, mas mantiveram-se firmes em sua fé.
O
comandante os procurou então, dizendo que não queria perder seus mais valorosos
soldados, pedindo que renegassem sua fé. Também de nada adiantou e os
legionários foram condenados a uma morte lenta e extremamente dolorosa.
Foram
colocados, nus, num tanque de gelo, sob a guarda de uma sentinela. A região
atravessava temperaturas muito baixas, de frio intenso. Ao lado havia uma sala
com banhos quentes, roupas e comida para quem decidisse salvar a vida. Mas eles
preferiram salvar a alma e ninguém se rendeu durante três dias e três noites.
Foi
na terceira e última noite que aconteceram fatos prodigiosos e plenos de graça.
No meio da gélida madrugada, o sentinela viu uma multidão de anjos descer dos
céus e confortar os soldados. Isto é, confortar trinta e nove deles, pois um
único legionário desistira de enfrentar o frio e se dirigira à sala de banhos.
Morreu assim que tocou na água quente.
Por outro lado, o sentinela que
assistira à chegada dos anjos se arrependeu de estar escondendo sua condição
religiosa, jogou longe as armas, ajoelhou-se, confessou ser cristão tirando as
roupas e se juntou aos demais. Morreram quase todos congelados.
Apenas
um deles, bastante jovem, ainda vivia quando os corpos foram recolhidos e
levados para cremação. A mãe desse jovem soldado, sabendo do que sentia o
filho, apanhou-o no colo e seguiu as carroças com os cadáveres. O legionário
morreu em seus braços e teve o corpo cremado junto com os companheiros.
Eles
escreveram na prisão uma carta coletiva, que ainda hoje se conserva nos
arquivos da Igreja e que cita os nomes de todos. Eis todos os mártires: Acácio,
Aécio, Alexandre, Angias, Atanásio, Caio, Cândido, Chúdio, Cláudio, Cirilo,
Domiciano, Domno, Edélcion, Euvico, Eutichio, Flávio, Gorgônio, Heliano,
Helias, Heráclio, Hesichio, João, Bibiano, Leôncio, Lisimacho, Militão,
Nicolau, Filoctimão, Prisco, Quirião, Sacerdão, Severiano, Sisínio, Smaragdo,
Teódulo, Teófilo, Valente, Valério, Vibiano e Xanteas.
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