Santa Inês de Praga ou de Boêmia, Irmã Clarissa.
Inês (Aneska), filha de Premislau I, rei da Boemia, atual República Tcheca, e da rainha Constancia da Hungria, nasceu em Praga no ano 1205. Ainda muito criança já demonstrava fervor e desejo de se consagrar a Deus.
Devido a sua condição real, desde a infância sua vontade nunca pode ser considerada, sendo condicionada a projetos de matrimônios, conforme as necessidades políticas ou econômicas do reinado.
Aos três anos foi entregue aos cuidados da abadessa Santa Edwiges, que a acolheu no seu mosteiro cisterciense ensinando-lhe os primeiros fundamentos da fé cristã. Voltou para Praga com seis anos, onde foi para outro mosteiro para receber instrução e ser preparada para as funções da realeza. Prometida em casamento a Henrique VII, duque da Áustria e filho do imperador Frederico II, ela foi para a corte de Viena, onde viveu algum tempo, mantendo-se sempre fiel aos deveres da vida cristã.
Inês voltou para Praga, pois os soberanos romperam o pacto do matrimônio, passando a viver mais intensamente para as orações e as obras de caridade; após uma profunda reflexão decidiu consagrar a Deus sua virgindade. Entretanto, outras alianças de casamento foram propostas a ela, sendo constrangida a ter de aceitar uma delas, inclusive do próprio Frederico II.
Mas, o Papa Gregório IX, a quem havia pedido proteção, interveio reconhecendo a intenção de sua virgindade. Desde então, Inês adquiriu para sempre a liberdade e a felicidade de se tornar esposa de Jesus Cristo.
Através dos Irmãos Menores de São Francisco, que iam a Praga como evangelizadores itinerantes, conheceu a vida espiritual que levava em Assis a virgem Clara, segundo o espírito de São Francisco. Ficou fascinada e decidiu seguir seu exemplo. Com seus próprios bens, fundou em Praga, o hospital de São Francisco e um mosteiro masculino, para que fossem dirigidos por eles. Em 1234, pode ingressar no Mosteiro das Clarissas de São Salvador de Praga, fundado por ela mesma, juntamente com cinco irmãs enviadas por Clara direto do seu mosteiro, em Assis. Em obediência ao Papa Gregório IX, Inês aceitou ser a abadessa, função que exerceu até morrer.
 Inês de Praga e Clara de Assis nunca se encontraram, mas mantiveram uma relação profunda através de extensas cartas. Tão grande era a afinidade espiritual entre elas, que Clara a chamava "metade de minha alma". Da inúmera correspondência trocada, sobre assuntos de perfeição seráfica, ainda se conservam quatro cartas.
Dedicou-se de corpo e alma ao serviço dos pobres, fundando para eles um outro hospital, este entregue à direção das Clarissas. Assumiu a mais absoluta pobreza, renunciando às rendas e vivendo de esmolas e doações. Os dons da cura e da profecia lhe foram acrescentados pelo Espírito Santo, em conseqüência de sua evolução e purificação espiritual.
Faleceu santamente no dia 2 de março de 1282, em Praga, de causas naturais e, está sepultada na Capela do mosteiro, hoje à ela dedicado. Foi beatificada em 1874 pelo Papa Pio IX e canonizada pelo Papa João Paulo II, em 12 de novembro de 1989, declarada Padroeira da cidade de Praga.
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