SÃO JOÃO DE DEUS, PATRONO DOS HOSPITAIS, FUNDADOR - 8 DE MARÇO

terça-feira, 8 de março de 2011


Há operários que Deus chama na primeira hora, outros pelo meio-dia, e outros ainda pela tardinha. É o caso do nosso santo, um santo muito conhecido, sobretudo no mundo português e muito venerado em Granada (Espanha), cidade onde exerceu seu apostolado e morreu a 8 de março de 1550.

De seu nome João Cidade conta-se que, tendo transportado aos ombros um menino andrajoso que com dificuldade se deslocava, este lhe mostrou uma granada ou romã, com uma representação da Santa Cruz e, referindo-se à cidade espanhola com esse nome, lhe disse: “Granada será a tua Cruz”.
 A seguir desapareceu.

João Cidade, português, sucessivamente pastor, camponês, soldado, trabalhador braçal, livreiro, foi uma grande testemunha da caridade cristã. Organizou em Granada, na Espanha, sem meios e sem ajudantes, um hospital para os pobres. A confiança na Divina Providência e a caridade dos cristãos permitiram-lhe realizar sua obra e encontrar depois alguns amigos, com os quais lançou as bases da Ordem dos Hospitaleiros. Cuidou especialmente dos doentes mentais e antecipou mesmo alguns métodos da moderna psicoterapia, curando antes de tudo o espírito para poder também curar o corpo. (Missal Cotidiano)

João já estava na idade madura quando sentiu o chamado de Deus à santidade e à consagração. A primeira parte da vida deste santo, até os quarenta anos,  foi marcada por aventuras, algumas até curiosas. 
João nasceu em Montemor-o-Novo, Évora, Portugal, no dia 8 de março de 1495. Com oito anos fugiu de casa rumando para a Espanha, que ia ser o centro de suas aventuras e obras. Aprendeu a cuidar de ovelhas, a serviço de um criador e recebeu as primeiras letras. Depois tornou-se soldado nas tropas do imperador Carlos V, combatendo contra franceses e turcos e, foi expulso, acusado de cumplicidade com ladrões de espólio de guerra; passou por várias outras peripécias até fixar-se em Granada, abrindo um
 pequeno negócio de livros. 

Certo dia, ouvindo a pregação de São João de Ávila, sentiu-se profundamente tocado pela graça de Deus. O chamado veio com violência repentina: de imediato acabou com a loja queimando os livros profanos, distribuindo o restante pelos curiosos e dando seus bens aos pobres, o que fez com que fosse internado num hospital de loucos.

Este internamento foi providencial, pois vendo o tratamento desumano para com os internados, a falta de higiene e de terapia, e o abandono em que os doentes eram deixados, João percebeu que Deus o chamava a cuidar dos doentes, principalmente dos loucos e dos incuráveis, tarefa à qual dedicou o 
resto de sua vida.

Alugou uma pequena casa para recolher indigentes e doentes. Vestido de burel, percorria a cidade de Granada, pedindo: "Fazei o bem, irmãos". Mais tarde iria escrever: "Nesta casa (hospital fundado e sustentado por ele ) recebem-se geralmente todas as enfermidades e classes de gente, de forma que há aqui paralíticos, mancos, velhos, etc. São tantos os pobres e doentes que aqui chegam, que eu mesmo, muitas vezes, estou espantado de ver como se podem sustentar, mas Jesus Cristo provê tudo e dá-lhes de comer".

Seu desejo impulsivo de ajudar,  durante um incêndio num dos hospitais, levou-o a salvar sozinho muitos pacientes, ajudando  ainda a salvar os cobertores, tão necessários, e a extinguir o fogo, subindo no telhado. Todos o conheciam e o viam sempre em atividade, quase nunca repousando ou dormindo, e dizia que já tinha perdido muito tempo antes de sua conversão. Seu lema era:"Trabalhe sem parar. Faça tudo de bom que possa, enquanto ainda tem tempo".

Em 1549 contraiu uma grave doença que escondeu dos médicos com medo que não o deixassem mais trabalhar, até que não podendo mais esconder, foi descoberto, mas mesmo assim, continuava pensando em ajudar os outros. 

Faleceu em 8 de março de 1550 em Granada, Espanha enquanto estava orando diante de um crucifixo na capela de seu hospital. 
Foi canonizado em 1690. O Papa Leão XIII em 1886 o declarou padroeiro dos hospitais e doentes, junto com São Camilo de Lellis.

Durante a sua vida,  várias pessoas se uniram a ele, mas depois de sua morte, sua obra cresceu rapidamente . João morreu em 1550, e em 1572 os "Irmãos dos Enfermos" popularmente chamados "Fazei-o-Bem-Irmãos" receberam o hábito e uma regra do Papa São Pio V.
 Um século depois, só na Espanha, a Ordem contava com 80 hospitais e, hoje, está espalhada por todo o mundo, continuada pelos Irmãos de S. João de Deus e pelas Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus.
Você poderá saber mais sobre eles acessando:
 http://www.isjd.pt/ (Irmãos de S. João de Deus) e
http://www.ihscj.pt/ (Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus).

ORAÇÃO
Ó Deus, que enchestes de misericórdia o coração de São João de Deus, fazei que, praticando as obras de caridade, nos encontremos entre os escolhidos quando chegar o vosso Reino. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. 

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