Governava a Igreja em Cesaréia, na Palestina, há algum tempo quando se renovaram as discussões em torno da celebração da Páscoa, surgidas quarenta anos antes, no tempo de São Policarpo e do Papa Santo Aniceto. Policarpo, desejando segregar os católicos dos hereges, para preservar-lhes pura a fé, foi a Roma encontrar-se com o Pontífice para dissipar os erros dos hereges, com a sua autoridade de contemporâneo dos apóstolos, e também para determinar com o papa a data em que se deveria celebrar a Páscoa.
Eusébio, bispo de Cesaréia no século V, na sua História Eclesiástica, relata importantes dados, inclusive sobre o encontro entre Policarpo e Aniceto e, sobre como foi Teófilo um dos mais influentes e importantes representante daquela diocese cristã oriental.
Nessa época, primeiros tempos do cristianismo, muitas Igrejas antigas da Ásia comemoravam a Páscoa como os judeus: no primeiro dia da primeira lua cheia de março, imolando cordeiros para ofertarem a Deus. No entanto, para o catolicismo, a Páscoa deveria marcar apenas o mistério da Ressurreição do Senhor.
Foi aí que o bispo Teófilo interferiu com toda a força e autoridade, pois tinha sido contemporâneo dos primeiros Apóstolos e deles recebera a indicação da data correta. Mantendo sua fidelidade ao Papa Vitor I (africano, 189-199), organizou um sínodo na Palestina, com os mais respeitados bispos, para tratarem a delicada e importante questão. Todos ouviram suas explicações e sua posição foi aceita e oficializada num documento chamado Carta Sinodal.
Nesta carta, estabelece, entre outras verdades, que o costume de celebrar a Ressurreição de Jesus Cristo no domingo era uma tradição apostólica.
No final dessa importante carta recomendava:
No final dessa importante carta recomendava:
“Tende cuidado de enviar exemplares de nossa carta a cada cristandade, a fim de que não sejamos responsáveis pela perda das almas dos que facilmente se desviam. Nós vos declaramos que os de Alexandria celebram também a Páscoa no mesmo dia que nós. Receberam, com efeito, nossas cartas e nos responderam; daí resulta que celebramos o santo dia em conformidade
com eles”.
A Carta foi enviada para todas as Igrejas, especialmente as Orientais, que ainda não cumpriam a determinação da Igreja de Roma, possibilitando a uniformidade da festa da Páscoa da Ressurreição em todo o mundo cristão, e colocando um ponto final nessa questão doutrinal, conforme a Igreja pretendia.
Sua intervenção foi realmente grande e decisiva, pois até os nossos dias a Festa Pascal em nada foi alterada.
De volta à sua diocese, Teófilo continuou com sua missão pastoral, trabalhando com igual zelo junto aos ricos e pobres, mantendo firme autoridade contra os hereges da genuína doutrina de Cristo, e total fidelidade à Igreja de Roma. Era amado pela comunidade mais como um pai, amigo e conselheiro, do que como uma autoridade eclesiástica. Faleceu no ano 195, de causas naturais.
Por sua sabedoria, integridade de vida e contribuição à Igreja, sua festa litúrgica foi introduzida no Martirológio Romano no dia de sua morte, em 05 de março.
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