Nasceu em 11 de setembro de 1556, filho de D. Pedro de Urgel, Barão de Peralta de la Sal, Aragão, Espanha. Recebeu sólida educação cristã, estudou filosofia e direito, diplomando-se em advocacia. Secretamente desejava ingressar no estado eclesiástico, contrariando os pais que queriam que ele seguisse a carreira militar. Iniciou a Teologia na Universidade de Valência, mas para fugir de uma senhora nobre e influente, transferiu-se para Alcalá, onde terminou os estudos, dedicando-se aos exercícios de piedade e às práticas de penitência com o fim de dominar suas paixões. Conseguiu tornar-se sacerdote, em 17 de dezembro de 1583, mesmo contra a vontade do pai que queria que se casasse.
Embora mantendo vivo desejo de viver na solidão em um mosteiro, acatou o que o seu bispo lhe disse: "Tua vocação é a luta direta na construção do Reino de Deus. Teu campo de apostolado é a pregação e direção das almas" e durante oito anos dedicou-se com sucesso à atividade pastoral em paróquias, sendo muito querido.
Mas, São José como outros fundadores, no percurso entre dúvidas e titubeios, encontrou sua definitiva vocação. Em 1592, sentindo o chamado de Deus, foi para Roma. Fez amizade com outros santos e uniu-se à Confraria da Doutrina Cristã instituída pelo Concílio de Trento para o ensino do catecismo, começando aí a preocupar-se com a instrução dos meninos mais abandonados.
Em 1597 organizou a primeira escola gratuita. Nascia o Instituto das Escolas Pias, "Os Piaristas", formado por clérigos regulares, os quais emitiam além dos três votos tradicionais, um quarto voto, o de dedicar-se à instrução gratuita dos meninos pobres.
O Instituto reconhecido em 1617, e mais tarde elevado a congregação religiosa, foi uma verdadeira revolução no campo social da época, pela iniciativa de ensino gratuito para crianças pobres. As Escolas Pias de Roma estenderam-se a outras cidades e outros países, ainda em vida do santo.
Com suas energias consumidas, já velho, passou por terríveis provações nos seus últimos anos e viu sua obra ser quase extinta. Foi caluniado perante o Santo Ofício, julgado e deposto do cargo de geral vitalício, perdeu todos os privilégios e ficou reduzido a simples associação, sem votos. "O Senhor me deu, o Senhor me tirou, bendito seja o nome do Senhor", assim ele aceitou a sentença, com estas palavras de Jó. Oito anos depois de sua morte o Papa reconheceu a inocência do santo e de sua instituição, mandando outorgar outra vez os privilégios de congregação religiosa, cujo trabalho continua até hoje.
São José Calazans morreu com noventa e dois anos em 1648, de causas naturais, e muitos milagres lhe foram atribuídos. Cem anos depois de sua morte, foram encontrados intactos sua língua e seu coração. Foi beatificado pelo Papa Benedito XIV em 18 de agosto de 1748 e canonizado por Clemente XIII, em 16 de junho de l767
São José Calasanz, rogai por nós.
0 comentários:
Postar um comentário