Congresso internacional de catequese termina com apelos a renovação de linguagem

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Cidade do Vaticano, 29 set (SIR) - A catequese deve hoje procurar renovar a forma de transmitir a fé, "com novas abordagens de ensino", através de uma "reformulação de palavras" que facilitem a "compreensão" dos catequizados, numa adaptação à Nova Evangelização. "Se a Igreja embarcou num caminho da Nova Evangelização, a catequese não pode permanecer com as mesmas características do passado, mas deve renovar a sua forma de transmitir a fé, com novas abordagens de ensino, após um diagnóstico sério da situação da fé hoje e como educar, tomando em linha de conta o equilíbrio entre termos bíblicos doutrinais e a necessária reformulação das palavras que facilita a compreensão daqueles que são catequizados, sem trair o seu sentido profundo", pode ler-se no comunicado final do Congresso Internacional de Catequese (CIC), que terminou na manhã desta sábado em Roma. 

O secretário do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, o arcebispo Octavio Ruiz Arenas, que apresentou o documento final, apontou o mundo digital e as redes sociais como "instrumentos" que a Igreja deve utilizar para "fazer ouvir a mensagem do Evangelho no mundo contemporâneo". Os 1600 participantes reunidos desde quinta-feira, na sala Paulo VI, no Vaticano, ouviram dizer que ser catequista é "uma vocação e não um trabalho", que a pessoa transmissora de fé deve "testemunhar permanentemente" essa mesma fé, com "criatividade". "O mundo de hoje exige dos catequistas uma grande criatividade, simplicidade de vida, espírito de oração, obediência e humildade, renúncia de si mesmo, muita generosidade e autêntica caridade para todos, em particular com os pobres", aponta o documento do CIC. 

O congresso pediu aos catequistas um "catecumenato sério", "não só como preparação para o Batismo", mas como um "instrumento capaz de transformar de toda a vida das pessoas". Os participantes refletiram sobre a existência de "muitas pessoas que dizem não acreditar, desconhecendo o conteúdo da fé" e distanciando-se da Igreja, cabendo, por isso, aos catequistas a "apresentação da pessoa de Cristo" com "clareza", "confiança filial, com alegre segurança, com ardor e com humilde audácia". O documento sublinha ainda que a catequese deve estar "profundamente unida à liturgia", também que a Igreja é o primeiro "sujeito de evangelização" e que a transmissão de fé deve ser feita com "palavras de vida" e não com "linguagem de simples refrão de sobrevivência". 

Após a leitura das conclusões, D. Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, sem anunciar local e data do próximo encontro, referiu que "estes congressos não terminam", e que "temas e ideias" estão a "surgir" para dar continuidade ao trabalho. Terminado o CIC, os 1600 catequistas participantes juntam-se aos cerca de 20 mil catequistas que são esperados para a Peregrinação dos Catequistas, que teve o seu início nesta manhã com catequeses em algumas igrejas de Roma. Durante a tarde desse sábado os vários grupos são convidados a peregrinar ao túmulo do Apóstolo Pedro para a Professio Fidei, a profissão de fé que cada catequista é convidado a realizar nesta peregrinação. Este domingo, o Papa Francisco preside à eucaristia que encerrará oficialmente o CIC dedicado aos catequistas e enquadrado nas comemorações do Ano da Fé.
SIR

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