Por Marco Politi
Nem mesmo os cardeais sabem como será a Igreja pobre do papa Francisco. Eles terão que se mudar para apartamentos de dois quartos como aquele em que ele vivia em Buenos Aires?
O maior desafio diz respeito às ordens religiosas. Muitas, especialmente as mais antigas, têm conventos enormes, quase desertos por causa das poucas vocações. E depois há os bens, que serviam, nos séculos passados, para manter o sistema conventual.
Em Roma, muitas cúrias generalícias (o quartel-general das ordens) tornaram-se hotéis de alto nível. Na frente da minha casa, um asilo é hoje um lar de turistas. É hora da conversão.
A motivação oficial é que as novas atividades hoteleiras servem para financiar obras assistenciais das próprias ordens na Itália e no mundo. Mas o mecanismo tem, em si mesmo, algo de muito perigoso. O frei empresário, a freira hoteleira, que devem seguir o "desenvolvimento do imóvel", tendem a se concentrar na atividade financeira, nos investimentos, nos lucros, nas melhorias, muito mais do que na missão original da sua comunidade.
São Francisco queria que os seus freis trabalhassem e não tivessem propriedades. Ele foi impedido pelos papas. Mas tinha entendido perfeitamente que a "propriedade" corrompe.
Francisco, o argentino, voltou agora com força sobre o assunto. Os edifícios vazios dos conventos devem ser reservados aos necessitados – disse – ao invés de serem reformados como hotéis, bares e restaurantes. Porque até mesmo a assistência aos peregrinos é, em grande parte, um álibi. Acabou o tempo da comunidade que assistia ao viajante exausto. Quem chega busca uma recepção, não o refeitório.
O maior desafio diz respeito às ordens religiosas. Muitas, especialmente as mais antigas, têm conventos enormes, quase desertos por causa das poucas vocações. E depois há os bens, que serviam, nos séculos passados, para manter o sistema conventual.
Em Roma, muitas cúrias generalícias (o quartel-general das ordens) tornaram-se hotéis de alto nível. Na frente da minha casa, um asilo é hoje um lar de turistas. É hora da conversão.
A motivação oficial é que as novas atividades hoteleiras servem para financiar obras assistenciais das próprias ordens na Itália e no mundo. Mas o mecanismo tem, em si mesmo, algo de muito perigoso. O frei empresário, a freira hoteleira, que devem seguir o "desenvolvimento do imóvel", tendem a se concentrar na atividade financeira, nos investimentos, nos lucros, nas melhorias, muito mais do que na missão original da sua comunidade.
São Francisco queria que os seus freis trabalhassem e não tivessem propriedades. Ele foi impedido pelos papas. Mas tinha entendido perfeitamente que a "propriedade" corrompe.
Francisco, o argentino, voltou agora com força sobre o assunto. Os edifícios vazios dos conventos devem ser reservados aos necessitados – disse – ao invés de serem reformados como hotéis, bares e restaurantes. Porque até mesmo a assistência aos peregrinos é, em grande parte, um álibi. Acabou o tempo da comunidade que assistia ao viajante exausto. Quem chega busca uma recepção, não o refeitório.
Il Fatto Quotidiano, 23-09-2013.
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