Por John L. Allen Jr.
Naquilo que equivale a uma "dança das cadeiras" no Vaticano, o papa Francisco confirmou no último sábado várias autoridades em seus cargos e mudou outras ao seu redor – um sinal, talvez, de que o novo pontífice está montando o seu próprio time.
Entre outros movimentos-chave, o arcebispo norte-americano Augustine Di Noia foi nomeado "secretário-adjunto" da Congregação para a Doutrina da Fé, voltando para o escritório doutrinal onde o prelado natural do Bronx já havia atuado anteriormente como subsecretário de 2002 a 2009.
O cardeal italiano Mauro Piacenza, até então prefeito da Congregação para o Clero, foi nomeado o "Grande Penitenciário", ou chefe da Penitenciaria Apostólica, um tribunal vaticano que lida com questões de foro interno, incluindo o perdão dos pecados, as excomunhões e as indulgências.
Francisco nomeou o arcebispo Beniamino Stella para assumir a Congregação para o Clero. Aos 72 anos, Stella atualmente é chefe da Pontifícia Academia Eclesiástica, a escola de elite do Vaticano para diplomatas.
Em outros movimentos:
- Francisco confirmou o cardeal italiano Fernando Filoni como prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, a congregação missionária do Vaticano, e suas outras altas autoridades.
- Ele também confirmou o arcebispo alemão Gerhard Ludwig Müller como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, juntamente com seus principais colaboradores.
- O papa enviou o arcebispo croata Nikola Eterovic, anteriormente secretário do Sínodo dos Bispos, como seu novo embaixador para a Alemanha. Ele indicou o arcebispo italiano Lorenzo Baldisseri, ex- secretário da Congregação para os Bispos, como novo chefe do Sínodo.
Em termos de reação romana, a nova indicação de Piacenza causou mais surpresa.
Na política vaticana, um movimento de uma congregação para a penitenciaria é geralmente visto como um degrau abaixo, já que a obra da penitenciaria se desenrola principalmente nos bastidores e não tem o mesmo impacto na política da Igreja em geral.
Natural de Gênova e protegido do lendário cardeal Giuseppe Siri, Piacenza é geralmente considerado como um forte conservador na maioria dos assuntos. Stella, por contraste, é um diplomata veterano visto como moderado e pragmático e, portanto, indiscutivelmente mais em sintonia com as perspectivas do novo papa.
Piacenza pediu nesse sábado que um porta-voz do Vaticano lesse a carta em voz alta aos jornalistas, dizendo que ele havia tentado promover "uma verdadeira renovação do clero em fidelidade ao Vaticano II" durante o seu mandato na Congregação, juntamente com um espírito de "dinamismo missionário".
Piacenza agradeceu a sua equipe e disse que levaria o "mesmo entusiasmo" para o seu novo papel.
Di Noia, agora com 70 anos, é um teólogo dominicano que atuou como chefe de gabinete do Comitê de Doutrina dos bispos dos EUA de 1993 a 2000. Depois de ter atuado por três anos como secretário, ou o número dois, da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos do Vaticano, Di Noia tinha recentemente sido vice-presidente da Comissão Ecclesia Dei, responsável pelas relações com os tradicionalistas católicos.
Ainda não está totalmente claro qual será o papel de um "secretário-adjunto" no escritório doutrinal, especialmente levando-se em conta que Francisco também confirmou o arcebispo jesuíta espanhol Luis Ladaria Ferrer ao cargo de secretário.
Em geral, porém, a medida significa que Di Noia terá um papel mais amplo no escritório doutrinal, talvez especialmente em áreas em que o seu histórico norte-americano e o seu domínio do inglês são elementos importantes – assuntos relacionados com escândalos de abuso sexual na Igreja, por exemplo, e o diálogo sobre a Leadership Conference of Women Religious.
Isso também pode sugerir que o esforço para curar a ruptura com a tradicionalista Fraternidade São Pio X, popularmente conhecida como os "lefevbrianos", que era um objetivo central do papado de Bento XVI, pode não ser tanto uma prioridade com Francisco.
Entre outros movimentos-chave, o arcebispo norte-americano Augustine Di Noia foi nomeado "secretário-adjunto" da Congregação para a Doutrina da Fé, voltando para o escritório doutrinal onde o prelado natural do Bronx já havia atuado anteriormente como subsecretário de 2002 a 2009.
O cardeal italiano Mauro Piacenza, até então prefeito da Congregação para o Clero, foi nomeado o "Grande Penitenciário", ou chefe da Penitenciaria Apostólica, um tribunal vaticano que lida com questões de foro interno, incluindo o perdão dos pecados, as excomunhões e as indulgências.
Francisco nomeou o arcebispo Beniamino Stella para assumir a Congregação para o Clero. Aos 72 anos, Stella atualmente é chefe da Pontifícia Academia Eclesiástica, a escola de elite do Vaticano para diplomatas.
Em outros movimentos:
- Francisco confirmou o cardeal italiano Fernando Filoni como prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, a congregação missionária do Vaticano, e suas outras altas autoridades.
- Ele também confirmou o arcebispo alemão Gerhard Ludwig Müller como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, juntamente com seus principais colaboradores.
- O papa enviou o arcebispo croata Nikola Eterovic, anteriormente secretário do Sínodo dos Bispos, como seu novo embaixador para a Alemanha. Ele indicou o arcebispo italiano Lorenzo Baldisseri, ex- secretário da Congregação para os Bispos, como novo chefe do Sínodo.
Em termos de reação romana, a nova indicação de Piacenza causou mais surpresa.
Na política vaticana, um movimento de uma congregação para a penitenciaria é geralmente visto como um degrau abaixo, já que a obra da penitenciaria se desenrola principalmente nos bastidores e não tem o mesmo impacto na política da Igreja em geral.
Natural de Gênova e protegido do lendário cardeal Giuseppe Siri, Piacenza é geralmente considerado como um forte conservador na maioria dos assuntos. Stella, por contraste, é um diplomata veterano visto como moderado e pragmático e, portanto, indiscutivelmente mais em sintonia com as perspectivas do novo papa.
Piacenza pediu nesse sábado que um porta-voz do Vaticano lesse a carta em voz alta aos jornalistas, dizendo que ele havia tentado promover "uma verdadeira renovação do clero em fidelidade ao Vaticano II" durante o seu mandato na Congregação, juntamente com um espírito de "dinamismo missionário".
Piacenza agradeceu a sua equipe e disse que levaria o "mesmo entusiasmo" para o seu novo papel.
Di Noia, agora com 70 anos, é um teólogo dominicano que atuou como chefe de gabinete do Comitê de Doutrina dos bispos dos EUA de 1993 a 2000. Depois de ter atuado por três anos como secretário, ou o número dois, da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos do Vaticano, Di Noia tinha recentemente sido vice-presidente da Comissão Ecclesia Dei, responsável pelas relações com os tradicionalistas católicos.
Ainda não está totalmente claro qual será o papel de um "secretário-adjunto" no escritório doutrinal, especialmente levando-se em conta que Francisco também confirmou o arcebispo jesuíta espanhol Luis Ladaria Ferrer ao cargo de secretário.
Em geral, porém, a medida significa que Di Noia terá um papel mais amplo no escritório doutrinal, talvez especialmente em áreas em que o seu histórico norte-americano e o seu domínio do inglês são elementos importantes – assuntos relacionados com escândalos de abuso sexual na Igreja, por exemplo, e o diálogo sobre a Leadership Conference of Women Religious.
Isso também pode sugerir que o esforço para curar a ruptura com a tradicionalista Fraternidade São Pio X, popularmente conhecida como os "lefevbrianos", que era um objetivo central do papado de Bento XVI, pode não ser tanto uma prioridade com Francisco.
National Catholic Reporter, 21-09-2013.
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