O papa Francisco começou, nesta segunda-feira (30), uma semana intensa marcada pelo anúncio das datas de canonização dos papas João Paulo II e João XXIII, pela primeira reunião com os oito cardeais que estudam uma reforma da cúria romana e por sua primeira visita a Assis, cidade de São Francisco, o santo dos pobres.
O papa, de 76 anos e que assumiu o nome do santo de Assis para recordar que necessitamos de "uma Igreja pobre e para os pobres", mudou em quase sete meses a imagem desgastada da instituição, com sua linguagem direta e clara, sua personalidade, seu estilo de governo e seu projeto de pontificado, marcado pela abertura inédita em questões como a homossexualidade ou o aborto.
Na segunda-feira, o papa convocou um consistório, ou reunião de cardeais, para confirmar as datas para a canonização de João XXIII (1958-1963) e João Paulo II (1978-2005), prevista para o dia 27 de abril de 2014. Está previsto que milhares de pessoas, boa parte delas procedentes da Polônia, participarão da cerimônia solene, que elevará à glória dos altares dois líderes muito diferentes da Igreja: um humilde e próximo das pessoas; o outro, carismático e capaz de seduzir as multidões.
Em 5 de julho passado, o papa Francisco assinou um decreto em que se atribui um segundo milagre por intercessão de João Paulo II, ocorrido na Costa Rica. No caso de João XXIII, Francisco considerou que não era necessário demonstrar que intercedeu em um milagre. A atribuição ao beato João Paulo II deste segundo milagre foi fundamental para a sua rápida canonização, autorizada tão somente oito anos depois da sua morte, em 2005.
A decisão do Papa de canonizar João XXIII (Angelo Giuseppe Roncalli) sem milagre, embora não seja frequente nas últimas décadas, é uma prerrogativa do chefe da Igreja católica, que quis valorizar o exemplo do chamado ‘papa bom’, autor da Encíclica Pacem in Terris e evitar, ao mesmo tempo, o culto da personalidade produzido pelo polonês Karol Wojtyla.
Oito cardeais para reformar a Igreja
Depois do consistório, o papa se reunirá com os oito cardeais que designou um mês depois da sua eleição, em março, e a quem encarregou de estudar um projeto de reforma da Constituição sobre a cúria romana. O cardeal Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa com o objetivo de reformar as estruturas da Igreja, desacreditadas por uma série de revelações na imprensa sobre uma trama interna de corrupção, sexo e tráfico de influência.
Com a criação do grupo de assessores, o papa latino-americano passou à ação, tal como haviam exigido os quase 90 dos 115 cardeais que o escolheram como pontífice no conclave. Os oito cardeais terão sua primeira reunião entre os dias 01 e 08 de outubro, e terão todo o tempo necessário para estudar os assuntos mais delicados, disse o próprio papa em uma histórica entrevista à imprensa.
Paralelamente, Francisco designou várias comissões de especialistas em assuntos econômicos, no Banco do Vaticano e na Administração da Santa Sé. Os purpurados deverão revisar a Constituição Apostólica "Pastor Bonus" sobre a Cúria Romana de 1988, promulgada por João Paulo II, precisou em uma nota a Secretaria de Estado.
Coordenados por uma das maiores personalidades da Igreja latino-americana, o hondurenho Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa e presidente da Caritas Internacional, os cardeais examinarão vários pontos.
Segundo fontes vaticanas, estudam a possibilidade de reduzir os dicastérios e conselhos pontifícios da cúria e não se sabe se terão o atrevimento de prescindir do controvertido Banco do Vaticano, acusado de lavagem de dinheiro, para convertê-lo em um banco ético, dedicado apenas ao microcrédito, como exigem amplos setores católicos. O papa quer uma pastoral sobre a família, que estude a situação dos divorciados em segunda união e fomente o papel da mulher dentro da Igreja.
Na sexta-feira (4), ele viajará para Assis, no centro da Itália, para uma visita aos lugares por onde Francisco passou, que será uma imersão total nos lugares da espiritualidade franciscana. Durante as 10 horas que permanecerá na cidade do santo que inspirou o nome de seu pontificado, visitará não apenas o santuário do padroeiro da Itália, mas também rezará no quarto em que São Francisco se despojou de todos os seus bens, assim como de todas as tentações mundanas, como sinal da pobreza evangélica.
O papa, de 76 anos e que assumiu o nome do santo de Assis para recordar que necessitamos de "uma Igreja pobre e para os pobres", mudou em quase sete meses a imagem desgastada da instituição, com sua linguagem direta e clara, sua personalidade, seu estilo de governo e seu projeto de pontificado, marcado pela abertura inédita em questões como a homossexualidade ou o aborto.
Na segunda-feira, o papa convocou um consistório, ou reunião de cardeais, para confirmar as datas para a canonização de João XXIII (1958-1963) e João Paulo II (1978-2005), prevista para o dia 27 de abril de 2014. Está previsto que milhares de pessoas, boa parte delas procedentes da Polônia, participarão da cerimônia solene, que elevará à glória dos altares dois líderes muito diferentes da Igreja: um humilde e próximo das pessoas; o outro, carismático e capaz de seduzir as multidões.
Em 5 de julho passado, o papa Francisco assinou um decreto em que se atribui um segundo milagre por intercessão de João Paulo II, ocorrido na Costa Rica. No caso de João XXIII, Francisco considerou que não era necessário demonstrar que intercedeu em um milagre. A atribuição ao beato João Paulo II deste segundo milagre foi fundamental para a sua rápida canonização, autorizada tão somente oito anos depois da sua morte, em 2005.
A decisão do Papa de canonizar João XXIII (Angelo Giuseppe Roncalli) sem milagre, embora não seja frequente nas últimas décadas, é uma prerrogativa do chefe da Igreja católica, que quis valorizar o exemplo do chamado ‘papa bom’, autor da Encíclica Pacem in Terris e evitar, ao mesmo tempo, o culto da personalidade produzido pelo polonês Karol Wojtyla.
Oito cardeais para reformar a Igreja
Depois do consistório, o papa se reunirá com os oito cardeais que designou um mês depois da sua eleição, em março, e a quem encarregou de estudar um projeto de reforma da Constituição sobre a cúria romana. O cardeal Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa com o objetivo de reformar as estruturas da Igreja, desacreditadas por uma série de revelações na imprensa sobre uma trama interna de corrupção, sexo e tráfico de influência.
Com a criação do grupo de assessores, o papa latino-americano passou à ação, tal como haviam exigido os quase 90 dos 115 cardeais que o escolheram como pontífice no conclave. Os oito cardeais terão sua primeira reunião entre os dias 01 e 08 de outubro, e terão todo o tempo necessário para estudar os assuntos mais delicados, disse o próprio papa em uma histórica entrevista à imprensa.
Paralelamente, Francisco designou várias comissões de especialistas em assuntos econômicos, no Banco do Vaticano e na Administração da Santa Sé. Os purpurados deverão revisar a Constituição Apostólica "Pastor Bonus" sobre a Cúria Romana de 1988, promulgada por João Paulo II, precisou em uma nota a Secretaria de Estado.
Coordenados por uma das maiores personalidades da Igreja latino-americana, o hondurenho Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa e presidente da Caritas Internacional, os cardeais examinarão vários pontos.
Segundo fontes vaticanas, estudam a possibilidade de reduzir os dicastérios e conselhos pontifícios da cúria e não se sabe se terão o atrevimento de prescindir do controvertido Banco do Vaticano, acusado de lavagem de dinheiro, para convertê-lo em um banco ético, dedicado apenas ao microcrédito, como exigem amplos setores católicos. O papa quer uma pastoral sobre a família, que estude a situação dos divorciados em segunda união e fomente o papel da mulher dentro da Igreja.
Na sexta-feira (4), ele viajará para Assis, no centro da Itália, para uma visita aos lugares por onde Francisco passou, que será uma imersão total nos lugares da espiritualidade franciscana. Durante as 10 horas que permanecerá na cidade do santo que inspirou o nome de seu pontificado, visitará não apenas o santuário do padroeiro da Itália, mas também rezará no quarto em que São Francisco se despojou de todos os seus bens, assim como de todas as tentações mundanas, como sinal da pobreza evangélica.
Religión Digital, 28-09-2013.
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