ROMA, 03 Out. 13 / 11:01 am (ACI/EWTN Noticias).- O Arcebispo de Taranto (Itália) que serviu como sacerdote e Bispo no Brasil durante mais de 25 anos, Dom Filippo Santoro, recordou em um artigo publicado no jornal da Conferência Episcopal Italiana “Avvenire” o papel desempenhado pelo então Cardeal Jorge Mario Bergoglio – hoje Papa Francisco – quando derrotou os postulados marxistas da teologia da libertação na Conferência do Episcopado Latino-americano em Aparecida no ano de 2007.
Dom Filippo, antes de ser nomeado Arcebispo de
Taranto por Bento XVI em 2011, foi Bispo de Petrópolis, cidade
no interior do Estado do Rio de Janeiro, e antes disso Bispo Auxiliar do Rio de
Janeiro no Brasil, país ao que chegou como sacerdote em 1984.
No seu artigo titulado “A libertação que vem
do Evangelho”, o Prelado italiano assinalou que “o presidente da comissão para
a redação do documento final de Aparecida era o Arcebispo de Buenos Aires, o
Cardeal Bergoglio. Com um estilo sapiencial, afirma na introdução do documento
de Aparecida: ‘O que nos define não são as circunstâncias dramáticas da vida,
nem os desafios da sociedade ou as tarefas que devem empreender, mas acima de
tudo o amor recebido do Pai graças a Jesus Cristo pela unção do Espírito
Santo’”.
Dom Santoro assegurou que a ambiguidade no
discurso da teologia da libertação “está superada na conferência de Aparecida,
tanto na estrutura geral do documento, como na presença viva da fé em cada
momento de seu desenvolvimento; desde olhar a dura realidade até o julgamento
sobre ela e a praxe conseguinte”.
“Trata-se, entretanto, de uma ambiguidade
que continua presente, porque o Papa Francisco, em sua recente viagem ao Brasil
para a Jornada Mundial da Juventude, no encontro com a presidência do CELAM
(Conselho Episcopal Latino-americano)” apresentou “algumas tentações contra o
discipulado missionário, falava da ‘ideologização da mensagem evangélica’”.
Nesse encontro, o Papa advertiu aos Bispos latino-americanos
contra a tentação do “reducionismo socializante”, o qual disse “é a
ideologização mais fácil de descobrir. Em alguns momentos foi muito forte.
Trata-se de uma pretensão interpretativa em base a uma hermenêutica segundo as
ciências sociais. Abrange os campos mais variados, do liberalismo de mercado
até a categorização marxista”.
Dom Filippo recordou que algumas pessoas
criticaram o documento final de Aparecida por começar com um hino de louvor a
Deus, o que tinha sido expressamente desejado pelo Cardeal Bergoglio.
O Arcebispo italiano assinalou que ao
ordenar-se assim, “o esquema do documento valoriza a tradição da teologia e da
pastoral latino-americana, mas, ao mesmo tempo, ressalta a perspectiva da fé”.
“Esta, claramente, não estava ausente, mas
em certos desenvolvimentos se dava por descontada, ao ter que preocupar-se,
sobretudo pela gravidade de uma situação social cheia de conflitos e, sobretudo
pelo ‘clamor dos pobres’”, indicou.
Em 24 de julho deste ano, no marco da JMJ do
Rio, o Papa Francisco visitou o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida no estado de São Paulo.
Ali, ante 200 mil almas, o Santo Padre pronunciou um discurso no qual recordou
quão importante é para ele este santuário dedicado à Padroeira do Brasil. Ao
despedir-se da multidão, o Santo Padre prometeu voltar em 2017, quando se
comemora os 300 anos do encontro da Virgem e 10 anos da V Conferência Geral do
Episcopado Latino-americano e o Caribe.



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